Sustentabilidade e economia
Os ganhadores do prêmio Nobel de Economia: William Nordhaus da Universidade de Yale e Paul Romer da Universidade de Nova York, embora toda a imprensa esteja falando apenas do aspecto da sustentabilidade pelo clima, tem o lado da tecnologia como fundamental, Romer fez teses importantes nesta área.
Deixo os comentários sobre William Nordhaus sobre “Economics and Policy Issues in Climate Change” para economistas e ecologistas, não consigo avaliar o alcance do seu trabalho.
Romer ganhou principalmente pelo trabalho “Increasing Returns and Long run Growth”, pois o prêmio conjunto é justificado pelo aspecto da sustentabilidade, mas seu trabalho “Endogenous Technological Change” tem igual importância.
Só para se ter uma ideia, o artigo de tecnologia tem mais de 27 mil citações, pois a tese central que a tecnologia auxilia o desenvolvimento, contradiz a falácia que a tecnologia prejudica o desenvolvimento e ajuda a concentração de renda, contra isto trabalhou também Elinor Ostrom (a primeira mulher Nobel de Economia), Saskia Sassen e até mesmo o marxista Frederic Jamenson.
A definição necessita de conhecimento do Modelo de Crescimento Solow Grow (Jones, 1988), que indica que o progresso técnico exógeno, entenda-se de influência externa, assim como endógeno é aquilo que tem influência interna, isto é central, pois as análises são feitas de modo sistemicos.
Isto acontece por razões não explicadas no modelo, as técnicas de inovação endógenas de mudança atribuem progressos técnicos a esforços sistemáticos pelos agentes de economia, uma inovação claramente não é fator previsto num sistema.
O modelo de explica, por exemplo, quantas empresas poderiam começar a gastar recursos melhorando a tecnologia, em vez de simplesmente aumentar quantidades de recursos e capitais, pode-se pensar, mas a empresa vai demitir, não é assim.
Se os custos adicionais são apenas relativos a tecnologia eles podem e em geral são menores que os investimentos em passivos e pessoal, não se justificando diretamente as demissões, o que acontece é que a inovação desativa algumas funções, mas cria novas, muitas vezes em número igual ou até superior e com salários maiores pela especialização.
Para entender estes efeitos há um trabalho, o que li para este post, escrito com Luis A. Rivera-Batiz (pdf), intitulado. “International trade with endogenous technological change”, no qual usam dois setores fundamentais na industria: um setor de pesquisa e desenvolvimento que produz inovações, e outro, de manufatura que produz bens de consumo e capital físico.
Analisam o efeito de alocação, que refere-se a mudanças na produção setorial pela alocação de insumos básicos entre setores, como um modelo de países, justamente na contramão do que diz o pensamento de conservador de hoje, favorecer os insumos “dentro” dos países, também usado no Brasil ao nível de comércio que era favorecer o consumo interno, o modelo mostra que isto não é sustentável a longo prazo, por isto sustentabilidade a longo prazo.
Jones C (1998). Introduction to Economic Growth. W.W. Norton, 1998, 1rst Edition, 2002 Second Edition.