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Cegueira e medo

25 out

A euforia de um recuo conservador dura pouco, porque apesar de recuos a sociedade como um todo, incluindo a economia, os valores culturais e até mesmo a ecologia (em crise a um bom tempo, a ponto de catástrofes anunciadas) devem dar sinais vitais ou de perigo.
Foi o alerta americano sobre possibilidades de verdadeiras bombas contra a democracia, que inclui o ex-presidente Barack Obama, a candidata Hillary Clinton e alguns deputados democratas, lá como aqui a suspeita de atos autoritários e até mesmo condenáveis dão sinais.
O resultado refletiu nas economias, as bolsas caíram e o dólar subiu, pouco é claro, mas é uma amostra clara que se estamos no caminho errado a euforia logo cai na realidade: o medo.
Em nota oficial o FBI esclareceu que as embalagens direcionadas ás famílias Clinton e Obama foram identificadas durante “procedimentos de rotina de triagem de correio”, o que fez a Casa Branca tentar minimizar os fatos dizendo que eram “desprezíveis”, o que se viu foram fatos.
O edifício Time Warner, por exemplo, em Nova York foi evacuado (foto) onde estão gabinetes de deputados democratas, e segundo agências de notícias, o primeiro a receber pacotes teria sido o investidor em bolsas, conhecido no Brasil por suas manipulações, George Soros.
Assim é o obscurantismo e a cegueira que espalham o medo em primeira instância, o discurso pode parecer como tendo fundamento, mas ao revelar sua face verdadeira, a cegueira segue o medo e muitas vezes levam ao terror.
Claro que é só um sintoma, um evento pequeno, porém não “desprezível” como aponta a Casa Branca, se não levado a sério pode desencadear na sociedade um clima de pânico que segue ao medo, e as repercussões no “bolso” da economia que dói aos poderosos, é afetado.
Todos queremos uma sociedade segura, os caminhos que levam a ela é que são diferentes, sem um caminho que garanta direitos a todos indistintamente, superando desigualdades e preconceitos, geramos uma “paz” duradoura, diferente daquela proposta por Kant como “pax eterna”, a sociedade moderna que assistiu a duas guerras mundiais sabe que ela não é efetivamente duradoura.

Escreveu Byung Chul Han em A expulsão do outro (Relógio d´água, 2018, p. 22): “o medo de cada um por si provoca inconscientemente a nostalgia de um inimigo. o inimigo é, ainda que de modo um provisor de identidade”, retirado do texto Theorie des Partisan de C. Schmitt, citando-o textualmente.

 

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