Pandemia: futuro incerto
Após tentativas de controle do isolamento social, de dificuldades para tomar medidas mais duras, agora o Brasil mergulha num futuro incerto: faltam dados, uma política clara e planejamento.
Os dados oficiais dependerão agora da seriedade das Secretarias da Saúde regionais e do trabalho duro dos médicos e hospitais, e o planejamento da responsabilidade de autoridades locais, no plano mais geral há a proposta de uma abertura planejada, porém poderá ser desordenada.
Os dados que se dispõem indicam um aumento durante a semana que passou acima das mil mortes chegando a um pico de 1473, que recuou no fim de semana para o patamar de mil mortes.
A curva que traçamos parece refletir o cenário de instabilidade, embora defasada de 7 a 14 dias, pois as mortes são o reflexo de infecções nos dias passados, elas são os dados reais, pois mesmo que o grau de infecção esteja caindo para baixo de um, uma pessoa infecta outra, isto não significa que o contágio e a letalidade reduziram, no caso brasileiro é preciso entender a interiorização dos casos e os recursos regionais para o combate, como é o caso da Amazônia e regiões pobres.
A pressão dos grupos econômicos para abertura do mercado, a incerteza política e o jogo de alianças que é feito devido este cenário, tiram o foco da pandemia e se desloca ao cenário político, um quadro triste para o país.
Apesar de grandes grupos que realizam ações solidarias, do esforço dos médicos e enfermeiros, a lição que vamos tirando desta pandemia como povo é a pior possível, não temos apreço ao povo simples, nem mesmo com muitas mortes e do cansaço de quase 3 meses de pandemia.
Alguns países sairão melhores da pandemia como nação, o Brasil não, fomos incapazes de unir as forças, de sermos solidários nacionalmente com as dores de um flagelo e incoerentes com nosso amor que declaramos ao país, resta-nos fazer nossa parte e ter esperança que o vírus recue.