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A Páscoa dos pães ázimos à eucaristia

01 abr

É verdade que a Pascoa comemorada pelos cristãos como a paixão, morte e ressureição de Jesus, já era comemorada com a passagem do povo hebreu da escravidão no Egito a sua terra prometida, hoje Israel, porém a festa é mais antiga.

Os dois sinais mais fortes do cristianismo é a morte de Jesus justamente no lugar do cordeiro que é sacrificado na festa judaica, lembrando o cordeiro que foi sacrificado por Abraão no lugar de seu filho, e sua ressurreição no dia de Páscoa, ou seja, a passagem para a vida eterna.

Porém a data é mais antiga, o calendário judaico é lunissolar, ou seja, se baseia nos ciclos do sol e da Lua, diferentemente do cristão que fica entre os equinócios do outono/primavera no hemisfério norte, e verão/outono no hemisfério sul.

A festa era comemorada ainda no exílio do povo judeu no Egito, calcula-se que a cerca de 3.500 anos, eles sacrificavam um cordeiro sadio, de um ano, numa data chamada de dia 14 de nissan, durante uma semana consumiam pão sem fermento e ervas amargas, e o sangue do animal era usado para marcar os umbrais das residências dos judeus, para que o anjo da morte que passaria não adentrasse aquelas casas.

Os pães consumidos neste período por serem sem fermento, são chamados pães ázimos que dão origem a festa que antecede a Páscoa, na sexta-feira o cordeiro é sacrificado, e deverá ser consumido antes do amanhecer e o que não for consumido deve ser queimado.

Jesus foi sacrificado justamente numa sexta-feira da Pascoa judaica e isto confirma o sinal profético previsto na bíblia, e na quinta-feira realiza a ceia com os pães ázimos, entretanto ao purificar e repartir o pão e o vinho, afirma: “este é meu corpo e meu sangue” instituindo a Eucaristia cristã, na qual acontece um evento aórgico, uma substância inorgânica torna-se orgânica e neste caso divino, eis a hóstia consagrada.

Os cristãos chamam de transubstanciação, porém todo nosso corpo, exceto a alma para os que creem, é também composto de substância inorgânica, e na escatologia cristã todo universo será transformado em corpo de Cristo, na visão de Teilhard Chardin sempre o foi, pois todo ele é seu corpo.

Assim pode-se dizer que o futuro do universo e da humanidade é tornar-se todo eucarístico.

Para os cristãos católicos, pelo menos no Brasil, é uma realidade triste, o lockdown proibiu a eucaristia no dia em que ela é celebrada, a quinta-feira santa. 

 

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