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Estratégia russa e israelense

12 fev

De um lado uma potência a esquerda, que não negocia com opositores e não abre mão do poder, de outro uma potência ocidental onde a guerra pode ajudar a manter no poder as forças de direita em coalisão.

As guerras são políticas e não podemos vê-las apenas pela ótica de ditadores e genocidas, ainda que qualquer guerra se fundamente na ilegitimidade de matança de civis e mesmo dentro dos parâmetros de acordos internacionais sobre a guerra, eles sejam ultrapassados.

Qualquer narrativa que haja esconde o ódio e a vingança contra opositores, a ira e a violência como fundamento, usando para isto discursos de virilidade, ideologias do pensamento único e até mesmo apelos humanísticos que são ultrapassados a partir da primeira batalha.

A análise crítica é que não haverão recuos, em recente discurso Putin declarou que não há possibilidade de derrota na Ucrânia, isto é, usaria as catastróficas armas nucleares ou recursos próximos disto, porém atenua dizendo que não há interesses de invasão na Polônia e Letônia.

Apesar de terem eleições próximas, o único opositor russo que Putin respeita, outros já estão presos ou desaparecem presos ou mortos, não há possibilidade de qualquer mudança no poder.

Em Israel, o presidente Netanyahu ameaça mandar tropas a Rafah, campo de refugiados na fronteira com o Egito, que tem um tratado de paz com Israel a 45 anos, também o presidente americano Biden pediu que não sejam enviadas tropas para lá, mas a proximidade das eleições israelenses exige um aceno para a direita mais radical em Israel.

A diretora executiva da UNICEF, Catherine Russel, disse que os civis em Rafah devem ser protegidos, pois não tem para onde ir: “cerca de 1.3 milhão de civis estão encurralados, vivendo nas ruas ou em abrigos. Eles precisam ser protegidos. Eles não têm nenhum lugar seguro para onde ir”, disse segundo a imprensa internacional.

A lógica da guerra é que favorece os ditadores e não permite que qualquer princípio mais humano e democrático seja respeitado, é a ausência de serenidade e tolerância a opositores.

 

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