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Circuitos do cérebro são parecidos à internet ?

11 ago

Um estudo na revista PNAS (Proceedings da Academia Nacional das Ciências americana) responde a essa questão para uma pequena área do cérebro de ratos e assim dá um grande passo em direção a revelar a fiação mental.
Os neurocientistas estão divididos entre uma visão tradicional de que o cérebro está organizado como uma hierarquia, segundo um modelo cartesiano do cérebro que o divide em funcionalidades (por ex. Nancy Kanwisher), com a maioria das regiões servindo de alimentação ao centro “maior” do pensamento consciente, e outro modelo mais recente do cérebro como uma rede entre estas regiões, muito semelhante ao funcionamento da Internet, segundo o site Science Daily.

O estudo que cria um novo método para rastrear “os circuitos” do cérebro é desenvolvido pelos neurocientistas Richard H. Thompson e Larry W. Swanson do USC College (Universidade do Sul da Califórnia), que fizeram um teste traçando os circuitos que são responsáveis pelo “ponto quente hedônico” relativo ao prazer com os alimentos.

Um programa anterior, desenvolvido em software livre já havia iniciado um mapa do cérebro, porém ainda utilizava técnicas antigas, foi publicado na Bioinformatics Journal em 2006, feito por estes pesquisadores, e, Swanson já havia publicado um livro defendendo este novo modelo Brain Architecture: Understanding the Basic Plan, Oxford University Press, 2003.

A rede de conexões do cérebro era considerada muito complexo para descrever, mas a biologia molecular e métodos computacionais têm melhorado a ponto de que os Institutos Nacionais de Saúde anunciaram um plano de US $ 30 milhões para o mapa do cérebro humano, o “conectoma”, em analogia ao “genoma”. Exatamente pela complexidade da tarefa, o estudo foi feito em uma pequena área do cérebro de um rato, relacionando os resultados ao prazer que eles tinham com a comida.

Mas os resultados representam um grande passo rumo a um melhor entendimento das conexões cerebrais – o chamado conectoma. A maioria dos estudos anteriores usaram apenas um sinal em um ponto, poristo os pesquisadores deste projeto afirmam:  “[Nós] podemos olhar para até quatro links em um circuito, no mesmo animal, ao mesmo tempo. Essa foi a nossa inovação técnica”, explicam os pesquisadores no site do USC College, que acreditam neste modelo análogo a internet que pode explicar a capacidade que o cérebro tem para se superar de danos locais, ativando outras áreas como substitutas e retreinando-a.

O estudo não é definitivo, mas o novo modelo mostra que a divisão funcionalista e estanque das várias partes do cérebro pode não ser um modelo aproximado enquanto este pode representar melhor o cérebro

 

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