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O Guerra no Leste europeu e covid
O Chanceler alemão Olaf Scholz conversou com o presidente Putin pela primeira vez desde setembro, na sexta-feira passada (02/12), por mais de uma hora, mas pouco avançou.
O líder alemão tentou encontrar um caminho diplomático para a guerra, sugerindo uma retirada de tropas russas das regiões em disputa na Ucrânia, usou as palavras “o mais rápido possível”, que indica um possível agravamento próximo.
O envio de armas de longo alcance para a Ucrânia sugere que é possível um ataque ao território russo o que representaria uma escalada nova na guerra.
Os diplomatas do Kremlin admitiram a pressão alemã, e a resposta de Putin a Schols foi: “reconsiderasse suas abordagens do contexto dos eventos ucranianos” e chamou a atenção para a “linha destrutiva dos Estados ocidentais, incluindo a Alemanha” e por isso rejeitou as propostas de negociação diplomática.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin disse aos jornalistas anteriormente que Putin estava aberto as negociações destinadas a “garantir os interesses” russos, mas está claro que Moscou não está disposta a aceitar as condições impostas pelos EUA: “o que o presidente Biden disse de fato ? Ele disse que as negociações só são possíveis depois que Putin deixar a Ucrânia”, e esta hipótese não existe para a Russia.
A guerra continua a preocupar a humanidade e sua escalada pode levar a um conflito de proporções catastróficas.
Outro problema que a afeta a humanidade é a Covid 19, cujos números voltaram a subir, ainda que menos que o pico da Pandemia, no Brasil foi registrado 86 mortes na e uma média móvel de 26 mil casos na última semana.
O que está fora do s eixos
Em muitas épocas de transformações o ambiente confuso e decadente induz a raciocínios e temperamentos irascíveis e dão vazão aquilo que os filósofos chamaram de pulsões ou se quisermos simplificar tendência para o que é mais fácil, mais útil e mais prazeroso, sem se preocupar com as consequências.
Este tipo de impulso pode ser aquilo que em língua inglesa é chamado de “drive” (direcionar) ou em alemão trieb (tanto no negativo trieben deriva, como positivo. Triebende força motriz), assim é possível, numa leitura bastante liberal, ver estes valores como positivos, porém historicamente foram sinais de decadência, como no auge do Império Romano ou no final da Idade Média, o desajuste da moral social era claro.
Porém em todos estes tempos sempre houveram reações políticas, intelectuais e sociais a esta decadência, e com isto a história caminhou e alguns problemas se resolveram, total ou parcialmente, por exemplo, o Império Romano vi morrendo aos poucos com a libertação das colônias, já o período do liberalismo e do antropocentrismo do final da Idade Média, deu origem ao liberalismo econômico que levou a construção de novas colônias na África e na América e com isto novas formas de decadência política e social se prolongaram até a Revolução Francesa, por exemplo, e no caso inglês a convivência da monarquia com a república.
Um novo ciclo de decadência se abre nesta segunda década do milênio, sendo visível a queda de valores sociais e morais, onde a política não é um caso a parte.
Assim aparecem homens e mulheres capazes de lutar para reverter o quadro histórico de decadência, porém sem uma análise profunda o quadro é confuso, enquanto as ideias podiam ser propagadas em círculos menores nos períodos anteriores, agora elas percorrem o mundo em fração de segundos e invadem até mesmo países fechados, como o Irã (há uma revolta pelo direito das mulheres) e na China (onde o rigoroso confinamento por causa da Covid provoca protestos), porém o pano de fundo é uma reorganização social.
Numa pequena colônia da Judéia, num período de muitos falsos profetas e de rebeliões contra o império Romano, havia uma figura religiosa chamada João Batista, que desafiava os poderes e governadores, Herodes o temia não por ter um exército ou porque o povo o seguia, mas pelas duras palavras que tinha.
As lições de João Batista valem para nosso tempo: endireitar as veredas e aplainar as colinas, ou seja, buscar caminhos retos que ajudem as mentes e forças abertas a reorganização social caminharem.
Insensatez e casa desarrumada
Além da guerra do leste europeu, uma possível volta da pandemia, a sensatez humana parece estar fora de moda, são dias confusos, até mesmo as datas da semana e o final de ano, tradicionalmente mais festivo e calmo parece ceder a um clima de insensatez e protesto, devido o evento esportivo que envolve pelo menos 32 nações: A Copa do Mundo.
Embora a casa esteja desarrumada, todo furor político parece ter ido para o futebol, aliás a política parece futebol com torcidas organizadas desestabilizando a v ida social e retirando autoridades do do seu status quo, o juiz que se rebaixa ao mané, o presidente que se rebela com o poder que representa, novos movimentos de invasão de terra e pedidos de mais autoritarismo em meio a uma crise evidente de autoridade.
Embora o torcedor tenha jogado a bandeira LGBTQIA+ no gramado, ele também protestava contra a guerra na ucrânia e a opressão das mulheres iranianas (veja a foto).
A Copa já teve protesto de país islâmico que não cantou o próprio hino, torcedor que invadiu o campo para protestar contra a desigualdade de gênero e at[e pedido de seleção que seja expulsa da Copa do Mundo, o jogador se machuca e a própria torcida comemora, enfim a sensatez parece estar fora dos eixos.
Afinal um esporte é uma diversão, envolve paixão sim, mas é só dentro dos seus limites, e também a diversidade cultural deve ser respeitada, assim como o direito de protesto dentro dos limites da manifestação.
A análise importante é que nenhum destes fatos deve ser pensado fora de contexto, fato isolado ou apenas a manifestação de grupos minoritários, a casa está desarrumada, há algo sombrio no ar.
Há vozes isoladas e abafadas que pedem um retorno ao eixo e a solução de problemas que são graves sim, porem não se resolvem com insensatez, uma casa desarrumada exige cuidados de arrumar cada canto, limpar cada sujeita escondida ou deixada de lado, e deixemos que o esporte seja aquilo que é em essência, uma maneira pacífica de competir e trazer alegria a corações e sentimentos nacionais equilibrados.
Nova alta em casos da Covid 19 e a guerra
Em alta a oito dias, segundo o site da Uol, com uma média de 235% em relação a duas semanas atrás, as regiões com maior crescimento no Brasil são o Sudeste com 333%, o Nordeste com 228%, o norte com 170%, o Sul com 160% e o Centro-Oeste com 93%, os números preocupam pesquisadores, como a Fundação Fiocruz.
Os dados da fundação do Boletim Infogripe 45/2022 afirmam que 47% dos casos de doenças respiratórias são de Covid 19, e em nota do sábado (19/11) observa que as novas infecções de covid 19 dispararam em todo país, os dados mais detalhados indicam que as infecções respeitórias foram de 10,3%, 3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 24,2% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 47% para Sars-Cov-2, entre os óbitos a presença do mesmo micro-organismos dos casos positivos foi de 4,1% para influenza A, 0,01% para influenza B, e 1,4% para VSR enquanto 83,6% para Sars-Cov-2 o que é alertamente, já que mesmo o número de óbitos não sejam ainda grande, a porcentagem é maior que os casos de infecções virais respiratórias.
Os dados brutos são de mais de 600 mortes diárias nos últimos dias e a média móvel atingindo 15.500 casos o que caracteriza a continuidade do processo pandêmico.
As restrições sanitárias ainda são parciais, como é um período de festa é possível que haja um limite de tolerância maior, o que é preocupante, pois ainda que ambientes comerciais permaneçam abertos, é quase impossível politicamente que fechem, os cuidados poderiam ser maiores com higienização e prevenções com máscaras e álcool gel, é um fato que a população esteja cansada, mas é preferível do que ir a óbito.
É preciso que os órgãos governamentais tomem medidas urgentes, a atual crise política não pode impedir que a pandemia tenha novas tragédias e o vírus circule com maior abrangência.
Como sempre fazemos uma análise da guerra no leste europeu, pela gravidade e possibilidade de extensão da guerra para todo o planeta, fazemos uma breve análise do recuo das forças russas ao mesmo tempo que tentam minar a defesa aérea e a capacidade energética do país, uma vez que por lá o frio já começou e o aquecimento é vital para a vida humana na Europa.
O estrago proporcionado pelo míssil que foi lançado na Polônia, com fortes indicativos de que tenha sido lançado de solo Ucraniano, enfraquece diplomaticamente a Ucrânia e faz o ocidente repensar a ajuda militar e financeira no país, a guerra terá no inverno contornos dramáticos em termos humanitários.
Entre corruptos, ladrões e cegos
A cegueira não é privilégio de alguns, porém uma cegueira de nascença seria algo quase incurável porque o aparato cognitivo não está preparado para enxergar, a corrupção é praticamente um vício uma compulsão e difícil de ser revertida como caráter e finalmente o roubo é uma compulsão não apenas movida pela fome, mas principalmente pelo desejo de usurpação e inveja de muitos.
Há na Bíblia três casos raros e pessoais nos quais há uma reversão completa destes valores, isto para mostrar o radicalismo e a força da fé sobre casos paradigmáticos, o rico e nanico Zaqueu que precisa subir numa árvore para ver Jesus tem uma mudança radical de vida, o cego de nascença é curado e o ladrão crucificado ao lado de Jesus, que a tradição chamou de Dimas, não só é redimido como é convidado a ir ao paraíso, dito da boca de Jesus: “ainda hoje estará comigo”.
Estes exemplos são para entender porque a vida e a sociedade exige mudança e conversão não apenas em grandes planos sociais, mas na atitude individual por menor que seja de cada pessoa, é necessária uma conversão moral e pessoal para reverter um quadro de obscuridade.
No Brasil é dia da República, e o espírito republicano quer dizer o trata com a “res” coisa pública, e a obra clássica de Platão trás alguns pensamentos importantes, que precisam ser atualizados, claro (foto praça da República, São Paulo, Brasil)
Um pensamento universal interessante na obra de Platão é: “e cada um de nós não procura conseguir um certo benefício particular e não comum a todos”, em outra passagem: “o mau que não é descoberto se torna pior ainda, ao passo que, quando descoberto e castigado, o elemento bestial se acalma e suaviza…”, enfim isto são normas republicanas que devem ser respeitadas.
Platão que acreditava que a alma era imortal, não no sentido cristão, afirma que ela é “capaz de suportar todos os males, assim como todos os bens, nos manteremos sempre na estrada ascendente e, de qualquer maneira, praticaremos a justiça e a sabedoria”, que são essenciais.
Platão. A república. Trad. Carlos Alberto Nunes. 3ª. Belem, Ed. EDUFPA, 2006 (Pdf)
A ética e a moral são importantes
Desde a sociedade grega, passando por todas as culturas e gerações as sociedades elaboram regras e condutas morais como parte de sua estabilidade social, é verdade que devem evoluir, mas sem elas o vácuo de organização e poder leva a uma crise civilizatória cultural.
Até o teórico da escola de Frankfurt Adorno escreveu um livro chamado “Minima moralia”, o livro além de mostrar a superação da Fenomenologia do Espírito de Hegel, ao argumento que a vida “do espírito só conquista a sua verdade quando ele se encontra a si mesmo no absoluto desgarra mento …não é este poder como o positivo que se aparta do negativo” (Adorno, 1951, p. 5-6) e argumenta que isto se deve ao seu apego ao pensamento liberal que super valoriza o individual.
Filosofando sobre o conflito de gerações, onde expõe problemas das várias idades da vida, vai afirmar que: “Com horror se deve reconhecer que muitas vezes já antes, na oposição aos pais, porque eles representavam o mundo, se encontrava em segredo o porta-voz de um mundo pior em face do mundo mau” (Adorno, 1951, p. 11).
Assim ao contrário de Marx que praguejou contra a família, quem quiser leia seu escrito “A sagrada família”, Adorno vai dissecar os casamentos por interesses, ao afirmar “quanto mais “generosa” foi originariamente a relação mútua entre os cônjuges, quanto menos tinham pensado na propriedade e na obrigação, tanto mais odiosa será a degradação; pois é no âmbito do juridicamente indefinido que prospera a disputa, a difamação, o incessante conflito dos interesses! (Adorno, 1951, p. 21T
Faz uma analogia com o bater a porta, no sentido de respeitar a individualidade e também ter a leveza dos cuidados, compara isto as portas de carros e geladeiras: “Desaloja dos gestos toda a hesitação, todo o cuidado, toda a urbanidade” (Adorno, 1951, p. 29) e explica o fato de fecharem-se sozinhas.
Embora relativamente antigo, sua leitura é atual ao confrontar a autoconsciência de Hegel, que era a verdade da certeza de si mesmo; dito na Fenomenologia: “o reino nativo da verdade” para aquilo que hoje é o self conscious: “a reflexão do eu como perplexidade, como percepção da impotência: saber que nada se é” (Adorno, 1951, p. 40).
Fala da crise do pensamento: “falar sempre, pensar nunca” (p. 55), a ausência de interioridade em “dentro e fora” (p. 57) e pede “para uma moral do pensamento” (p.64) na sociedade de narrativas.
Valorizar as relações familiares, a relação de pais e filhos, a empatia e a sensibilidade ainda existem.
ADORNO, T. Minima Moralia, primeira edição 1951, Portugal: Lisboa, edições 70. (Pdf)
O fariseu e o pecador
Há pecados pessoais e públicos, porém a relação entre eles é clara, quem não é honesto e moralmente correto individualmente terá dificuldade em sê-lo em público, e isto é notório.
A falsa espiritualidade é aquela que esconde seus próprios interesses atrás da religiosidade sem uma adesão de fato aos valores da solidariedade e da fraternidade necessários a isto.
Cada cultura, religião ou grupo social desenvolve seus próprios ritos e linguagens, e as vezes, isto torna fácil a manipulação por aqueles que não conhecem a fundo o que está em cada cultura, como muitos possuem raízes ancestrai pode ser difícil entender sua origem social e seus valores, isto torna a manipulação mais fácil.
Porém o que revela de fato a verdadeira face de cada cultura é sua atitude pública porque nela se revela de fato o que se é.
Há uma fábula de Esopo na qual uma gata se torna a mulher mais bela de uma festa na corte e encanta a todos, no entanto ao aparecer um rato ela o devora, mostrando sua verdadeira face.
Na religião não é diferente, aqueles que não possuem verdadeira espiritualidade encontram certa dificuldade de vida pública com seus valores, não exercem o diálogo pois são intolerantes, não praticam a solidariedade porque são egoístas e não amam porque estão próximos da rigidez do ódio e isto dificuldade enxergar o diferente, o Outro.
Há diversas passagens bíblicas que se referem ao tema, como aquela que chama falsos religiosos de “sepulcros caiados”, outra que diz que louvam a Deus com palavras, mas o coração está longe, porém a passagem mais clara é a do pecador que se senta ao fundo porque teme a Deus e o fariseu que senta-se a frente para se engrandecer, ao final o texto diz (Lc 18,14): “Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
Pode haver uma divisão justa
A união da sociedade e dos povos sempre foi desejável em meios pacíficos, o que acontece quando ela se tornainviável numa sociedade polarizada, aquilo que algumas forças sociais não só incentivaram como difundiram no tecido social.
O que acontece num horizonte mais amplo é a guerra, num ambiente mais próximo do cidadão é o crescimento do ódio, da intolerância e de pouca empatia e diálogo.
Apresentar valores que não se pratica é além de uma hipocrisia um grande engodo social, aposta-se naquilo que jamais será realizado, e tanto a paz quanto a guerra são realizáveis.
A divisão justa é assim aquela que dentro de um processo amplo de divisão social, de imposição de ideias e intolerância política, religiosa, de gênero (heteros também são um gênero) promovem a concórdia e a possibilidade de diálogo, é heroico, porém é verdadeiro.
Verdadeiro porque promove a divisão justa entre os intolerantes e os verdadeiros e sinceros democratas, pacíficos e que desejam uma convivência entre diferentes e diversos, é um tipo de divisão também porque separa os hipócritas dos realistas e sinceros.
Estas posições também exigem firmeza, resiliência e tenacidade, não é para os fracos e sim para aqueles que são verdadeiramente fortes, porém sem uso da força bruta, usam apenas a coerência das ideias, dos argumentos e estão de fato abertos ao diálogo.
É a divisão com autoritários, impostores, mentirosos e demagogos, jamais fazem aquilo que de fato dizem promover, querem ver apenas o “seu lado” da história, apenas sua versão dos fatos, sua imposição de ideias “comunitárias”, porém de poucos e não do conjunto social.
Há uma leitura simples deste tipo, caracterizam-se pela arrogância, pela rejeição do diálogo, o “outro lado” está sempre errado, porém os argumentos são apenas a ironia e o desprezo.
Quem despreza o diferente, o diverso, não tem base democrática nem lógica do diálogo, com estes há sim uma divisão social, porque são contrários a convivência pacífica entre contrários.
Entre as faltas e os crimes
Diante de uma situação de perigo ou de pressão todos podemos cometer faltas e equívocos, porém os crimes mais punidos socialmente são aqueles que são cometidos intencionalmente ou pior ainda premeditados, planejados cuidadosamente e com requintes de maldades.
Também há crimes que são tolerados e não deveriam, são os casos de preconceitos ou roubos sistemáticos, mesmo que de coisas de pequeno valor, a sociedade pode e deve se defender nestes casos para evitar que o que é mal não se propague, e se a justiça é conivente ela também é cumplice destes crimes.
Porém a sociedade moderna não sabe como tratar faltas e deslizes humanos cometidos e que a pessoa tenha direito de se corrigir ou reparar possíveis danos, diante da mensagem religiosa estas pessoas são passíveis de reparação, porém devem reconhecer as faltas.
Pode acontecer também que faltas graves sejam cometidas por pessoas que tem certo respeito social, administradores, homens públicos e autoridades religiosas e elas não reconheçam que suas faltas são igualmente graves e este tipo de hipocrisia ou farisaísmo ocorre com certa frequência.
São particularmente graves porque estão sendo praticados por aqueles que deveriam fazer o papel justamente oposto ao que fazem e o poder de propagar culturalmente o mal é maior.
Isto precisa estar exposto socialmente para que a sociedade tenha defesa também destes crimes, eles são potencialmente maiores porque vão além do próprio crime e espalham falsos valores.
A sociedade que não os combate vai moralmente ficando perversa e pode chegar ao ponto de uma ruptura civilizatória, as guerras em geral estão nestes limites e só por isto são perigosos.
Uma cultura de paz deve incluir em valores cotidianos mensagens referentes a valores da paz.
A paz não desejada
Dois lados a medir forças, com ataques cada vez mais agressivos, não é apenas o que ocorre na Ucrânia, mas o clima geral civilizatório, poucos acreditam na paz e na reconciliação dos povos.
A crise civilizatória é anterior as duas guerras e para muitos analistas ela se ampliou depois.
Até mesmo no meio religioso há quem condene, dizendo que se busca uma “religião única” ou a obra do demônio será um clima de tolerância e paz entre as religiões, afinal que Bíblia eles leem.
Os últimos ataques de Moscou a Ucrânia, lançou 80 mísseis em diversas cidades, incluindo a capital Kiev, o objetivo foi principalmente atingir a infraestrutura, algumas cidades tiveram cortes de luz e dificuldades de abastecimento, é considerada uma resposta ao bombardeio da ponte que liga a Criméia à Rússia.
O G7 marcou uma reunião de emergência, alertamos num post que a espera da reunião do G20 para novembro era um período muito longo, e o hemisfério norte já estará a beira do inverno e dependente do gás russo para os ambientes de aquecimento.
Todo o ocidente condenou os ataques russos, claros há muitos sites e informativos que são pró- Rússia e de fato alertamos no post de segunda-feira que uma proposta de paz seria possível.
A Rússia está em desespero pelos reveses ou agora temos de fato uma guerra total e aberta, que tipo de resposta o G7 poderá dar é uma dúvida, a Ucrânia quer um escudo protetor para estes ataques, a Rússia quer o reconhecimento das regiões anexadas.
O ministro das relações exteriores da Turquia Mevlut Cabusoglu pediu um cessar fogo urgente, mas salientou que uma “paz justa” seria a permanência da integridade do território da Ucrânia.
A reunião do G7 realizada no dia de ontem (foto) anunciou um apoio “indeterminado” a Zelesnky, porém de prático é a ajuda humanitária até 2024, enquanto o presidente ucraniano pede um sistema de defesa aérea que chamou de sua “prioridade número 1”, a guerra vai extrapolando os limites.
A Rússia tenta arrastar a Bielorrússia para a guerra, enquanto a ucrânia envolve a União Europeia.
Quando vemos a resposta de sanidade vir da Turquia e um ocidente se arrastando para a guerra, é preciso entender de onde vem esta crise civilizatória onde o ódio e a intolerância se espalham.