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Arquivo para novembro 3rd, 2017

Complexidade, simplificidade e pureza

03 nov

Parecem contraditórios em tempos de crise, mas não é, na verdade o reducionismojesus_madalena_peq é a tentativa de reduzir o humano, o natural e toda a complexidade da vida em verdades dogmáticas e por isso nada simples e nada puras, porque simples não é simplificidade por desconhecimento ou preconceito.
O Complexo é justamente entender que cada pessoa, o conjunto da sociedade, cada ser da natureza e o conjunto do universo se relacionam, interagem num todo complexo e que tudo isto é simples se estiver abertos ao Outro, à Natureza e a TodosUniverso que nos rodeia.
Encontramos nas pessoas mais simples, a complexidade da vida e a sabedoria que penetra nas revelações mais profundas da Natureza e do Universo,
Mahatma Gandhi afirmava que se toda literatura ocidental se perdesse e restasse só o Sermão da Montanha, nada se teria perdido, e ele não era cristão.
Einstein afirmava que era mais fácil quebrar um átomo que um preconceito, pois é na complexidade da formação e do pensamento humano que encontramos muitos problemas, maiores em tempos em que a modernidade quer se afirmar diante de valores já decadentes: sua moral, seu modelo de estado, de harmonia social e de visão de mundos estão em cheque.
Dentre as bem-aventuras que nada mais são narradas no texto bíblico de Mateus  , todas bem-aventuranças são importantes, porém duas nos remetem diretamente ao centro da revelação que são: Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a face e Deus e Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus,  pois ambas nos colocam diante de Deus: de sua face e como sua filiação.
Em momentos de tanta malícia, de confianças cada vez maiores que geram divisões e confrontos, a pureza (que não é ingenuidade reducionista) é um valor essencial, reclamou Adorno em Minima Moralia, “que mundo é este em que até uma criança desconfia de um presente”, e diríamos do mundo que nem mesmo a justiça a qual deveríamos ter respeito parece não merecê-lo.
Que tipo de paz queremos, que tipo de mansidão queremos (Feliz os mansos porque herdarão a terra), eis a questão que nos é interpelada pelos tempos sombrios que vivemos.
Diversas imagens podemos lembrar de bem-aventuranças na bíblia: o samaritano (que socorre alguém que foi ultrajado), Zaqueu (que era um usurpador e se arrependeu), cegos, viúvas e tantos outros personagens, mas talvez a maior bem-aventurança esteja diante de Madalena, a ex-prostituta que muda radicalmente de vida e torna-se uma das mais fiéis no seguimento de Jesus.
A imagem dela diante da bem-aventurança de ter encontrado seu perdão é a figura (desenho) mais essencial para uma sociedade corrompida e com dificuldades de retomar seu caminho.