Arquivo para dezembro, 2017
Meus azarões do Oscar 2018
Mudbound, lágrimas sobre o Mississipi é um dos meus favoritos, claro ainda não foi lançado no Brasil (previsto para 22 de fevereiro), mas a temática me atrai e também talvez saia na frente por tratar a temática inédita do racismo e feminismo durante a Segunda Guerra Mundial, tem no elenco Garrett Hedlund, Jason Mitchell e Carey Mulligan.
O meu segundo na lista, não poderia deixar de ser pela paixão por tecnologia e ficção, Aniquilação (Annihilation) é um filme na linha das grandes ficções, que impressionou muito a crítica (talvez ganhe só efeitos especiais), e após o grande sucesso de Ex-Machina: Instinto Artificial (vencedor do Oscar de melhores efeitos especiais), o diretor Alex Garland prepara outra ficção científica, sobre uma bióloga participando de uma experiência na qual as leis da natureza não existem, no elenco estão Natalie Portman no papel principal, ao lado de Oscar Isaac, Tessa Thompson, Gina Rodriguez e Jennifer Jason Leigh.
Um dos bons filmes esquecidos do ano passado foi A lagosta do grego Yorgos Lanthimos, talvez por ser um dos roteiristas e diretores dos mais criativos do cinema contemporâneos, agora com um drama familiar poderá ter alguma chance, com uma parceria com Colin Farrell nesta nova mistura de drama e suspense, sobre um cirurgião e sua esposa (Nicole Kidman), transformando a vida de uma família problemática, o Sacrifício do Cervo Sagrado está previsto para lançamento no Brasil em 8 de fevereiro.
Um filme que pode surpreender, é O rei do show , do desconhecido diretor Michael Gracey, um especialista em efeitos digitais, mas o filme é sobre um circo que encantou os EUA, o Barnum & Bailey, justamente é a história de P. T. Barnum, com bons atores Rebecca Ferguson, Michelle Williams, contando ainda com os efeitos especiais e o visual da época é uma boa promessa.
Esperava alguma coisa para Blade Runner 2049 (do diretor Ridley Scott), Harrison Ford repetindo o papel 20 anos depois, o K (Ryan Goslind) e Joi (Ana de Armas) (foto), mas o filme cult de mais e com bilheterias de menos, tem poucas chances, talvez uma homenagem pelo conjunto da obra para Harrison Ford, continuo torcendo, é um épico das ficções.
Fico fora do Glamour dos melhores atores e atrizes, diretores e coadjuvantes, desde o Oscar “branco” de 2016, considero as indicações mais políticas do que artísticas.
As tecnologias que vão dominar 2018
Uma sem dúvida que está na ordem do dia, mas deve crescer até 2021, são as Realidades Virtual e Aumentada, com a diferença que a primeira é a criação de um ambiente totalmente virtual enquanto a segunda é uma inserção de virtualidades no ambiente real, o Pokemon Go, segunda versão dos monstrinhos cresceu em 2017.
As estimativas de grupos de pesquisa como o Gartner e TechCrunch, este mercado (RV e RA) vai movimentar mais de 100 bilhões de dólares até 2021, como o ano que vem é de Copa, o Japão por exemplos promete transmissões inéditas para 2022 no Quatar.
A internet das coisas vai aumentando suas possibilidades, quanto pensavamos que a tecnologia de redes 5G estivesse distante nos EUA já está em funcionamento em muitos lugares e poderá ser uma realidade no próximo ano, com isto a internet das coisas que depende desta transmissão eficiência poderá alcançar novos rumos como os sistemas de água, energia de baixo custo e sofisticados sistemas de controle de transito, entrando finalmente o IoT (Internet das Coisas) na vida das pessoas.
Outra preocupação, mas não sabemos se os sistemas se tornarão mais eficientes, são os sistemas de segurança este ano o WannaCry afetou sistemas de telefonia e o FedEX, entre outras, chegando a afetar mais de 150 países, há promessas para 2018.
A produção de dados chegou a 2.5 exabytes por dia (1 exabyte = 10^18 bytes), e a tecnologia do BigData veio para ficar, mas uma aliada importante na manipulação e tratamento destes dados deverá ser a Inteligência Artificial (foto visão de um cérebro poligonal), os agentes inteligentes que dominarão a Web 4.0 deverão aparecer este ano, mas a previsão para tornar-se realidade na Web é para 2020.
Impressora 3D e nanotecnologia já são realidade, mas devem avançar, assim como a realidade precoce da internet 5G, postamos no dia de ontem os aparelhos “novidades”, o smartphone conceitual e a câmera de 360 graus, na tecnologia as vezes de surpresa estas coisas bombam.
A tecnologia faz parte da história da humanidade, postaremos amanhã sobre o ano de 2017.
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A tecnologia e as más notícias em 2017
O ministro Gilberto Kassab anunciou em janeiro deste ano que a banda larga teria limite de dados, e a mobilização de usuários e até da Anatel foi imediata, também neste mês a boa e antiga Nokia (agora HMD global) anunciou sua adesão ao sistema Android, que vai se universalizando.
Em janeiro a Sul coreana Samsung admitiu os problemas de explosões com o Galaxy Note 7.
Fevereiro foi marcado por uma série de smartphones, como o revivido design do Nokia 3310, sem o mesmo sucesso imediata da primeira geração o Pokemon GO chegou ao mercado.
Em março a Nintendo lançou a console Switch, o ZenFone 3 Zoom é lançado no Brasil, e também os Galaxys S8 e S8+.
Abril foi o mês do alerta, a brincadeira de mal gosto Baleia Azul começou a se proliferar, também houve o caso do menino do Acre que deixou mensagens criptografadas e sumiu.
Maio foi o mês do vírus ransomware Wanna Cry, que afetou Telefonia e o FedEx europeu, em 3 dias o vírus foi neutralizado, mas a cobrança em bitcoins por arquivos capturados rendeu alguns milhões provavelmente, o autor ainda não foi identificado.
Em junho variações do WannaCry afetaram possível que a origem tenha sido na Rússia.
Em julho aparece o aplicativo de mural virtual Sarahah, o app é polêmico porque diferente dos spinners (anúncios virtuais), permite o anonimato que pode ser fonte de golpes.
Em agosto Andy Rubin, considerado pai do Android, lança o conceito de Essential Phone, mas como a maioria dos projetos Big Thing no mundo digital, ainda carece de evoluções.
Setembro foi o mesmo dos iPhone 8 e 8 Plus, e também uma edição comemorativa dos dez anos a versão iPhone X, mas a Chinesa Xiomi com o Mi Mix 2, e o ZenFone 4 apareceram no mercado.
Uma nova tentativa de modelo revolucionário foi o GoPro Fusion (foto acima), com câmera 360 graus.
Outubro o Google lança o Pixel 2 e o Pixel 2XL, após a compra desta divisão da HTC.
Novembro os lançamos começam a rarear, mas a Razer lançou o Razer Phone, e a Tesla lançou o caminhão semi automático e elétrico, mas ainda sujeito a evoluções.
Dezembro traz a pior notícia, a ideia de Trump de tirar a neutralidade da internet (empresas teriam mais “banda”) começa a prosperar, seria o fim e a total mercantilização ? esperamos que não, enquanto tecnofóbicos apenas criticam o mundo digital, os monopólios avançam.
O que ler no ano novo
Um dos livros na minha pilha de novas leitura é Sapiens – uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari, a edição original em inglês é de 2015, mas a edição em português que chega ao Brasil, pela editora de Porto Alegre LP & M, é de 2017 com tradução de Janaína Marcoantonio, só folheie até agora, mas já sinto o peso do livro como desde o capítulo inicial A revolução cognitiva, com o tópico um animal insignificante, até a Revolução Científica, com o primeiro tópico: a descoberta da ignorância.
Já pontuamos em diversos posts sobre a descoberta da Caverna de Chauvet, o livro abre A revolução cognitiva com uma mão humana nesta caverna de 30 mil anos atrás (foto ao lado), uma pintura o primeiro capítulo que já comecei a ler.
Quem quiser fazer um contraponto, um livro clássico (meu irmão me indicou) é o livro de H.G. Wells, ele recua até os primórdios do universo. Publicado em 1922, Uma breve história do mundo é um panorama sobre o planeta e a humanidade, desde o surgimento dos seres vivos, passando pela origem dos povos, das religiões, as grandes navegações, as guerras, a Revolução Industrial até chegar à Primeira Guerra Mundial, o livro é de 1922, e curiosamente também é da LP & M, as versões que se encontram a venda.
Vou para Portugal o ano que vem, ao menos quero ir (sim é a grana), lançado em novembro o livro de Ricardo Araújo Pereira: “Reaccionário com dois cês”, fala da onda conservadora em Portugal, mas acredito que deva falar também da Europa e do mundo todo, seu livro “A doença, o sofrimento e a morte entram num Bar” foi um pleno sucesso com 40 mil exemplares vendidos, este novo não deverá ser diferente.
Um livro que já li e vou reler, é a “Sociedade do Cansaço” do coreano-alemão Byung-Chul Han, num prisma totalmente novo ele traça o perfil de uma sociedade que não consegue por mais bens que produza levar o ser humano a uma maior felicidade e fala de uma ausência de sentido da vida, o final que a crítica não gosto é muito bom, vale a pena ler.
Falando em felicidade de Augusto Cury, mas desta vez com vários autores, o homem mais feliz da História – vários autores, não sei se ele vai comentar outros autores ou se vai inclui-los em sua reflexão, mas isto pouco importa, parece que o já consagrado autor chegou a maturidade na busca de um discurso coletivo, já está entre os mais vendidos no Brasil.
Entre estes quatro não há uma sequência, mas diria assim para os mais preocupados com a política, e eles tem razão, começaria pelo português Ricardo Araújo Pereira, e terminaria com Augusto Cury, para os preguiçosos terminaria com o Sapiens – uma breve história da humanidade, porque ele é denso e grande também, tem 448 páginas sem contar o índice.
Os preguiçosos podem ainda começar pelo livro do Byung-Chul que são apenas 128 páginas em formato pequeno (este que dá quase meio A4).
Claro que existem muitas outras leituras, mas se ler 4 livros por ano, no fim da vida será um pensador, vivendo em média 70 anos e descontados os 14 da adolescência, ainda que possamos ler livros infantis e para jovens, 56×4 = 224 livros, com certeza será um intelectual, tenham certeza que muitos doutores não leram isto a vida toda.
Linguagem, a palavra e o Natal
Fala, língua e linguagem podem parecer a mesma coisa mas não é, a fala refere-se a alocução de um enunciado, a língua ao que determinado povo fala, por exemplo, o português e o inglês são a língua da fala de quem as conhece, mas enquanto linguagens envolvem a complexa estrutura da comunicação humana, pois envolve também os signos e significantes em cada língua que podem ter diferenças.
O mais comum é claro, e aquele que todos nós fazemos no dia a dia é a fala, podem nem sempre ter a correção sintática de nossa língua, no caso brasileiro o português, mas de alguma forma procuramos nos fazer entender pelo outro.
A linguagem é algo mais complexo, tão complexo que os estudos e a forma no uso da linguagem, as palavras retomaram um sentido mais profundo, onde a palavra tem não apenas uma origem (a sua etimologia, que quer dizer estudo e origem das palavras), então a palavra tem um significado mais fundamental do que aquele que ela apresenta na fala.
Nominalistas e realistas divergiram em filosofia até o final da Idade Média, nenhum venceu porque venceu o idealismo que separa sujeito e objeto, a retomada da viragem linguística é também uma retomada do realismo, mas ambos ainda têm uma formulação incompleta, grande parte da literatura contemporânea oscila entre realismo e nominalismo.
O sentido completo da viragem linguística é aquele onde também a superação do dualismo sujeito e objeto ocorreu, os realistas defendem que são as causas materiais é que define o que é “real”, os nominalistas modernos subjetivistas defendem que o real é formulado pela mente então de certa forma se aproximam do idealismo, podemos citar entre estes desde Hobbes, chegando aos neopositivistas Rudolf Carnap e o linguístico Ludwig Wittegenstein.
Sua origem é importante também para a teologia onde João Roscelino (falecido em 1120), que apesar dos equívocos foi mestre do grande Abelardo, criou um nominalismo que colocou em dúvida o dogma trinitário de Deus, não por acaso, porque todo dualismo está fundamentado no princípio idealista: o ser é e o não ser não é, sem terceira hipótese.
Pode-se fazer uma ligação interessante como o Natal, se pensamos na figura de Maria, ícone para católicos e ortodoxos, e algumas igrejas orientais, e a Palavra de fez Carne.
É véspera de Natal e é interessante rever o pensamento de Maria ao dizer no evangelho de Lucas (Lc, 1, 38): “Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”, e o anjo retirou-se, quer dizer que Maria aceitou que de alguma forma A PALAVRA divina se realizaria ela de forma única e definitiva, claro no menino Jesus que nasceu, mas há algo escondido nesta etimologia porque palavra o judeu é também realização da “Palavra” tinha o significado da viragem linguística dos dias de hoje, claro no sentido bíblico, que significa colocar A Palavra no sentido correto da tradição judaica, e no caso de Maria a tradição cristã.
Pode-se dizer então que Maria era toda “revestida” da Palavra, significando que o Verbo Divino se realizaria plenamente na sua pessoa, a partir da concepção, significa que ela como criatura realizou as escrituras na correção linguística e de vida, então olhar para a vida dela significa ler o Livro Divino de modo particular, de uma vida de criatura na qual o verbo se fez carne, em suma, se realizou, se encarnou e de modo pleno.
Comemorações diferentes do Natal no mundo
Uma das comemorações curiosas é a feita na cidade de São Fernando, nas Filipinas, lá aconteceu o Gigante Festival das Lanternas (Ligligan Parul Sampernandu), por isto a cidade é chamada de “capital do Natal nas Filipinas”.
Na Suécia, é feita no advento uma cabra de ouro de 13 metros feita no Natal de 1966, na praça do Castelo de Gävle, e as pessoas tentam queimá-la, tendo o sucesso ocorrido em 29 vezes, a última foi no ano passado.
Outro natal que não poderia deixar de ser diferente é no Japão, além de tradições bonitas como visitar doentes, oferecer presentes e as decorações com luzes que existem no mundo todo, um conceito novo que surgiu, com claras influências americanas, é o banquete de Natal De Kentuchu Fried Chicken, como o nome diz
Por ultimo não poderia de registrar a surpreende Islândia, que depois da crise de 2008 ressurgiu, está na copa do Mundo do Futebol e também aparecem no Natal com 13 personagens, parecidos aos Trolls dos desenhos, que são chamados de Yule Lads (jólasveinarnir ou jólasveinar em Islandês), eles visitam crianças em 13 noites até o Natal, as crianças colocam seus sapatos nas janelas, deixam presentes bons para bons meninos e batatas podres para quem se portou mal.
Há outros natais estranhos na Americana Latina, como na Venezuela que por razões estranhas vão de Patins nas Igrejas, na Colombia as pessoas em honra a Virgem Maria e a Imaculada Conceição (seu dia é 8 de zembro), fazem um Natal das velhinhas, acendo muitas.
Existe ainda o espírito do Natal ?
Em essência o Natal existe, pois um fato antes de mais nada histórico aconteceu, nasceu uma criança especial em Belém, está registrado na história porque o imperador romano Cesar Augusto na época resolveu fazer um recenciamento, então este nascido foi registrado e de fato aconteceu.
Este espírito é reservado a pessoas mais religiosas, e mesmo entre estas algumas não gostam do Natal, claro que Papai Noel é apenas a alusão a uma marca de bebida famosa, não é disto que estamos falando, mas o desejo de solidariedade, de amor entre os homens, ele existe ?
Um estudo científico, publicado no British Medical Journal, pesquisou vinte pessoas, que vivem numa área de Copenhagen (Dinamarca), e que foram divididos em dois grupos: dez que tradicionalmente celebram o Natal e outros que não comemoram.
Cada um deles foi observado neste período, em alusão aos símbolos que está no post anterior, mas não só estes, foram colocadas 84 imagens por 2 segundos cada: após 6 disparos consecutivos temáticos sobre o Natal foram colocados 6 da vida cotidiana (ruas, comidas, etc.).
Os investigadores utilizaram a ressonância magnética funcional (partes do cérebro onde estão determinadas emoções), vendo alterações na oxigenação no sangue e fluxo que ocorrem no cérebro em resposta as atividades neuronais existentes em cada grupo.
Foi então produzido mapas mostrando quais áreas do cérebro estão mais envolvidos durante um processo mental particular e o resultado foi bem interessante.
A respostas ao questionário, feito sobre suas tradições de Natal, os sentimentos de Natal e sua etnia. Esta análise identificou cinco áreas que tiveram uma maior ativação na festa de Natal em face de imagens temáticas.
O artigo explica que “este é o motor primário e córtex pré-motor, o lobo inferior direito e parietal superior e bilaterare córtex somatossensorial primário esquerdo”, afirma a pesquisa.
Estes são as áreas associadas entre outras coisas como a espiritualidade e o romantismo, mais que isto então pode-se dizer que existem ‘áreas do cérebro de Natal’, enfim o Natal existe.
A pesquisa foi feita no Natal de 2015, pelo British Medical Journal .
Linguagem, símbolos e o Natal
Se a linguagem pode ser, grosso modo, a capacidade “restrita” dos seres humanos de expressar sentimentos, sensações, emitir e transmitir informações, opiniões ou mesmo a simples troca de dados hoje codificada e transmitida a distância por dispositivos eletrônicos e digitais, podemos dizer que ela difere da palavra, por que esta está ligada a uma sintaxe e uma norma.
Embora estudos linguísticos façam alusão ao signo ou sua em uma tríade que podemos chamar de significante, signo e significado, mas esta divisão propõe que o significado e o significante liguem-se num todo, por exemplo, o som da palavra árvore remeta ao significado do que é uma árvore, porém no sentido ontológico a árvore é independente do sonoro, pois poderia ser em inglês “tree” ou ainda o desenho de um pinheiro ou outra arvore qualquer.
A razão pela qual nos fixamos nestes significados linguísticos é histórica, conhecíamos até recentemente a linguagem oral e a verbal, a pictórica e agora a visual animada são recentes, embora na raiz da escrita esteja a pictórica, vejam as pinturas primitivas rupestres.
Então fazemos alusão a linguagem simbólica, do grego symballein do latim symbalum são as coisas que marcam e agregam, também o filósofo Leibniz definia a linguagem como tendo uma estrutura que combina símbolos, chamou a esta forma de Caracterìstica Universalis.
Os símbolos natalinos, a árvore enfeita representa a árvore da vida e o pinheiro como uma árvore símbolo em países mais frios onde resistem as baixas temperaturas, a guirlanda que podem ter diversos adornos, surgiu na Roma antiga, onde também é frio neste período, e acreditavam representar a saúde, a resistência aos tempos de frio do inverno, com ramos de arvores (geralmente também o pinheiro), frutas, fitas e até pedrarias.
As guirlandas também são conhecidas como coroas do advento, mas estas são feitas de 4 velas que indicam 4 semanas de preparação, usadas no tempo do advento, no caso do Brasil as cores são uma alusão a cultura indígena e negra.
Claro, deveria ser o mais importante que é o presépio do menino Jesus, feito pela primeira vez por São Francisco, que queria lembrar a pobreza e a delicadeza do menino Jesus, que não coaduna com a ideia de poder e de ganancia.
Apostasia religiosa e última semana do advento
A apostasia moderna acontece de modo diferente dos tempos bíblicos, que eram tempos também da cultura grega e é possível traçar paralelos, mas a de hoje é a conveniência e a adequação aos “tempos modernos” abandonando pressupostos da fé.
Significa que mantendo a definição nominal de “cristão”, abandona-se três pressupostos fundamentais da teologia cristã: a própria fé, que não significa ser cego, porém enxergar além do que é visível o que podemos ser feito também pela razão, vide São Tomás de Aquino e outros, a esperança que significa ver um futuro melhor além de toda visão apocalíptica da realidade e o advento tem muito a ver com isto, e a caridade, mais do que o Amor ágape, é um auxilio dado pelo Espírito Santo presente na alma daquele que crê e coloca isto em “vida”.
Está no YouCat (306), catecismo da igreja católica feito para os jovens, a caridade é “virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor a Deus”, pode-se ver claramente que mesmo o amor agápico escapa.
Sim, mas é possível um paralelo com a filosofia, o ágape (na cultura grega antiga se distingui do amor filia e do amor eros), é verdade que o papa e pensador Bento XVI em sua encíclica “Deus caritas est” lembra que o amor oblativo é aquele que procura o bem e a paz para todos os seres humanos, e neste sentido, o ágape lembra e se aproxima do amor “caritas”.
Sobre a esperança, diz o cancioneiro popular que ela tem uma irmã jovem que se chama “liberdade”, por isso a esperança deve ser uma adesão livre de quem crê e espera “ativa” e fraternalmente se empenhando para que o futuro venha, então há uma conexão com o advento, Aquilo e aquele (que é o Deus caritas) que virá em socorro aos homens.
A apostasia sobre o Natal é confundir a festa consumista, o período de preparação (existe um ADVENTO antes) e mesmo entre cristãos, além dos que negam o nascimento, como se fosse possível um Jesus apenas adulto e seria pouco humano é obvio, e também os que em função da situação política e econômica desvalorizam este nascimento como algo fundamental para ter um olhar mais esperançoso, caritativo e com muita fé num futuro que virá, então negam o próprio esforço para esta caminhada.
Há um pavio que fumega, parece frágil e delicado, mas nele temos uma esperança de luz.
Encontrar as veredas e aplainar os caminhos
O profeta Isaias era chamado de profeta da consolação porque ele estimulava o povo hebreu dizem que uma nova vereda seria aberta, e foi ele antes de João Batista que mais explicou o “advento” do nascimento de Jesus e até mesmo do último profeta que foi João Batista.
Ao dizer “Preparai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas” (Lc 3,4) tem um pouco de diferença do evangelho de ‘Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’- conforme disse o profeta Isaías. (Jo 1,23), porque veredas, que são caminhos “escondidos” ou no dizer da filosofia que devem ser “desvelados”, embora na verdade, já existam sinais na realidade não são fáceis de serem encontrados, então veredas.
João Batista ao anunciar a vida pública de Jesus, sendo que ambos passaram pelo deserto, Jesus também caminhou 40 dias pelo deserto, encontrou dificuldades, as tentações mais cruéis, mas depois saiu para a vida pública, sabendo que teria que dizer verdades e ser de fato um novo “advento”.
A mística cristã Chiara Lubich, em uma de suas palavras de vida (escrevi-as mensalmente), escreveu em dezembro de 1982:”Cada um de nós é chamado a preparar o caminho para Jesus que deseja entrar na nossa vida. É preciso então, aplainar as veredas da nossa existência para que ele possa vir habitar em nós … eliminando todos os obstáculos: aqueles colocados pelo nosso limitado modo de viver, pela nossa vontade fraca.”
Encontrar veredas exige um olhar atento, de início parecem atalhos, as vezes difíceis e pouco promissores, mas nos levam ao novo, ao “advento”, o que está por vir é sempre novo e pode nos trazer a verdadeira paz, aquela que não se compra e que pode parecer distante, em geral está ali em uma vereda.