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O ser, a verdade e a consciência
Não é por acaso que ao nos defrontarmos com o maior desenvolvimento técnico da humanidade, o desenvolvimento atual da Inteligência Artificial que ameaça invadir o universo de todas as coisas (a IoT é só um detalhe disto), nos defrontamos também com a pergunta sobre o que é consciência.
Da verdade da antiguidade clássica, a Alethéia (a-létheia) é revelar o que está oculto, passando por inúmeros autores até chegar a Escola de Frankfurt onde Adorno e Horkheimer que fala da aporia do esclarecimento, aquele que no início da modernidade procura obter uma verdade “objetiva” e que oculta o ser.
Nesta questão da verdade, Heidegger que desenvolve a questão do esquecimento do Ser e da ocultação da verdade, a desenvolveu como: “na frase seguinte onde se escreve sobre a ‘verdade‘, fica evidente que se mantém a representação da essência da verdade ditada por algum manual moderno de epistemologia, deixando inalterada e intocada a essência da aletheia” (Heidegger, 1998, p. 115), diz o autor sobre autores que ficam presos apenas a etimologia da palavra.
Já os frankfurtianos assim descrevem a questão do esclarecimento: “A aporia com que defrontamos em nosso trabalho revela-se assim como o primeiro objecto a investigar: a autodestruição do esclarecimento. Não alimentamos dúvida nenhuma – e nisso reside nossa petitio principii – de que a liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor” (Adorno & Horkeimer, 1947) que reduzem a um pequeno princípio, já que não veem como central a questão do Ser.
Ao questionar o que é consciência, ou o que é senciência na questão da Inteligência Artificial, não estamos questionando outra coisa que não seja o que nos separa das coisas, em última análise o que é o Ser e se de fato ele tem apenas o sentido de “objecto” que nos quis dar o esclarecimento moderno.
Também nos deparamos com os princípios éticos e morais ao “desvelar” (a-lethéia, não-oculto) a questão do Ser, retomá-la não é apenas um exercício de etimologia da palavra verdade ou de exercício filosófico, é antes de tudo fazer uma pergunta essencial, um lato principii: “o que é ser” e o que está oculto.
A possibilidade da clareira não é outra coisa que aquela que nos põe não diante da verdade desenvolvimento logicamente, para onto-logicamente, e a partir dela definir o que é consciência, desenvolvida por Heidegger da seguinte forma: “a consciência é o apelo da preocupação a partir do estranhamento do ser no mundo que desperta o Dasein para o seu poder ser culpado mais próprio” (Heidegger, 2012, p. 791).
Fica a pergunta se é possível para todos os seres, e para o homem moderno atual, uma “tomada de consciência” aquela que revela no seu interior como uma iluminação da consciência, além do ódio, da polarização, da intolerância e das narrativas que escondem a verdade do Ser.
Recorrer a adivinhos, auto-ajuda, não faz a roda da história e da verdade andar para trás, caminhamos no escuro, na ocultação e não na consciência do Ser.
ADORNO, T. W. T. W. & Horkheimer, M. Dialética do Esclarecimento, 1947.
HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998.
______, Ser e Tempo (edição em alemão e português). Tradução de Fausto Castilho. Campinas: Unicamp; Petrópolis: Rio de Janeiro, 2012.
Senciencia e consciência humanas
Se assistimos ou lembramos de filme de ficção científica como HAL-900, o supercomputador do filem 2001 Uma Odisseia no Espaço, no qual o computador começa a tomar decisões sozinha ou a paródia de “Os Simpsons”, num episódio uma voz ganha vida inteligente e se apaixona por Merge e quer matar Homer, hoje já somos capazes de identificar limites destes devaneios.
Ainda não somos capazes de identificar os limites da máquina de AI (o filme no qual uma máquina inteligente criada para controlar o meio ambiente após o derretimento das calotas polares tem um encontro com um garoto humano David Swinton (o artista Haley Joel Osmet) vai ter uma emocional inesquecível com esta máquina, e Blade Runner, ao meu ver a melhor ficção na área, na linha do “sentiente” no filme “ex-machina” o robot (na foto acima modificada do filme) desenvolve um “instinto”.
A máquina de AI e os Andróides sofisticados de Blade Runner ainda estão longe de serem realidades científicas que permitam “consciência” às máquinas ou mesmo “cérebros inteligentes” (a máquina LaMDA é apenas um programa com dados armazenados em uma nuvem), e são obras de ficção científica, ambas dirigidas a um futuro acima da segunda metade do milênio de XXI.
Regras formais, além de não serem “humanas”, por mais complexas que sejam, são apenas sentientes e mesmo elas não são possíveis de implantadas em robôs ou cérebros.
O problema nosso civilizatório é permitir que a humanidade chegue lá em segurança social, ambiental e moral, assim devemos pensar em consciência dirigida a estes fenômenos, já que só se pode falar de consciência de “algo” fenomenológico, e a consciência mais urgente é a paz social num sentido amplo.
Já nos limites da AI, que caminha para uma senciencia avançada, consegue identificar as pessoas por traços de seus rostos, carros por placas e resolver complexas questões lógicas e avança para problemas de aprendizagem de máquina identificando e classificando dados em linguagem natural que alcançam uma aprendizagem “de” máquina mais profunda (deep learning).
Ter uma consciência mais profunda da realidade além das propagandas enganosas, promessas de paraíso terrenos que escondem atrocidades, olhar para a seguridade social, que inclui todas as pessoas num ritmo acelerado de ações (a Sociedade do Cansaço) sem pausa para a reflexão.
Os nossos problemas mais urgentes e imediatos são humanos: a relação empática e a paz social.
2020: quais previsões para TI
São famosas e históricas as previsões na década de 70 pelos presidentes da Digital Equipments e IBM que os computadores pessoais não se tornariam realidade, mas no início de 80 já eram.
A conceituada revista Wired dizia naquela época que eles aconteceriam, mas seriam primeiro adotados nas empresas e depois nas famílias, aconteceu o inverso.
As previsões da revista para a tradução simultânea eram para 2015, elas aconteceram em 2017 mas ainda existem reclamações de sua eficácia, a aposta nos carros com hidrogênio eram para o ano 2010, o que está se tornando realidade são os carros elétricos, lentamente por causa do mercado é verdade, mas também a tecnologia das baterias e autonomia dos caros ainda evolui.
Cinco tecnologias poderão entretanto mudar o mercado em 2020: 5G poderá entrar definitivamente no mercado mudando os negócios das operadoras de smartphones, multiclouds como evolução do armazenamento em nuvem será uma evolução das nuvens atuais, AI, em especial, Machine Learning entrará nas empresas e nos negócios dando impulsos a TI atual, e, finalmente muitas possibilidades de mobilidade podem mudar, com a evolução da IoT.
O futuro e nossa vida em 2100
Já escrevemos alguns posts sobre Michio Kaku, sobre algumas de suas especulações em torno da física, agora queremos dar com um ele um salto no futuro, diferente daquilo que fazem os tecnoprofetas (nome dado por Jean Gabriel Ganascia aos criadores de mitos tecnológicos), Kaku especula usando a física e sendo otimista.
Escreve: “em 2100, nosso destino é de se tornar como os deuses que outrora adorávamos e temíamos. Mas nossas ferramentas não serão como varinhas mágicas e poções, mas a ciência dos computadores, a nanotecnologia, inteligência artificial, biotecnologia e acima de tudo, a teoria quântica, que é a base das tecnologias anteriores.” (KAKU, 2011),
Se posicionamento como um físico quântico, o termo é impróprio mas diria teórico, ele pergunta: “Mas onde está toda essa mudança tecnológica líder? Onde está o destino final desta longa viagem em ciência e tecnologia?”, sua resposta é surpreendente.
Responde de forma sociológica: “o ponto culminante de todos estes transtornos é a formação de uma civilização planetária, o que os físicos chamam de Tipo I civilização”, não surpreendente para quem faz a ligação de toda mecânica newtoniana com a lógica que dura até nossos dias para o direito, as ideias económicas e as teorias do estado.
E avança: “a menos que sucumbirmos às forças do caos e da loucura, a transição para uma civilização planetária é inevitável, o produto final da enorme, inexorável força da história e tecnologia para além de qualquer controle.”
Futuristas já previam o escritório sem papel, porém o caos burocrático faz o papel ainda ser gasto desmesuradamente, o trabalho em casa ainda não é realidade, mas poderá ser.
Também os cybershoppers de compras online, os cyberstudents tornando obsoletas as salas de aulas, e muitas universidades iriam fechar por falta de interesse dos jovens.
O que vemos é cyberclassrooms proliferando e as universidades ainda registram número recorde de alunos, professores que fazem sucesso dando palestras sobre filosofia, física e aparatos tecnológicos, quebra-cabeças gigantes de mídia tentam manipular a cabeça das pessoas, mas “as luzes da Broadway brilham ainda tão intensamente quanto antes”.
Mas a tecnologia continua sendo combatida como um dos “males de nosso tempo”, e segundo Kaku o ponto é: “sempre que houver conflito entre tecnologia moderna e os desejos dos nossos ancestrais primitivos, esses desejos primitivos ganham cada vez mais.” E conclui: “esse é o princípio homem das cavernas”.
Kaku conta uma história parecida aos dias de hoje, assistiu um filme que mudou sua vida era o “Planeta Proibido”, com base na peça de Shakespeare: “A tempestade”, no filme astronautas encontram uma civilização antiga, mas milhões de anos a nossa frente.
A descoberta da Caverna de Chauvet no sul da França, onde redescobrimos o homem primitivo capaz de uma arte e uma subjetividade comparável ao nosso tempo, não é senão a ideia deste Homem das Cavernas que subsiste em nós e insiste em não ir ao futuro.
O livro não termina ai, sua crença no futuro é forte e resiliente, mas uma frase de Schopenhauer traduz bem sua visão: pessoalmente acrescentaria mas os limites são maiores que nossa visão.
KAKU, M. Física do Futuro: como a ciência irá transformar nossa vida diária, no ano de 2100. 2011.
Rastreamento na produção de alimentos
A IoT chegou abruptamente na agricultura, já havia chegado a algum tempo na pecuária com o rastreamento de cada cabeça de gado individualmente, agora o “suply chain”, nome técnico para o monitoramento da cadeia de produção chegou na hora, no campo e na agroindústria.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Agricultura começam a obrigar o produtor a ter um controle mais rigoroso no uso de defensivos agrícolas, o que implica um monitoramento e rastreamento em toda a linha de produção começando pelo campo, mas os problemas são enormes para a aplicação da Lei.
O sistema automatizado de monitoramento e rastreamento, se houver condições adequadas e for bem implementado fornecerá todos os elementos-chave e detalhes da produção ao longo da “supply chain”, permitindo os fabricantes responder melhor ás demandas de clientes e o controle de alimentos, num mercado atual muito competitivo internacionalmente, aqueles produtores que não se adequarem podem perder contratos valiosos.
A partir de agora, os produtos vegetais frescos, ou seus envoltórios, suas caixas, sacarias e demais embalagens devem estar devidamente identificados, de forma a possibilitar o acesso, pelas autoridades competentes, aos registros com as informações obrigatórias.
A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca. A rastreabilidade de que trata a INC será fiscalizada pelos serviços de vigilância sanitária e pelo Ministério da Agricultura.
As tecnologias que vão dominar 2018
Uma sem dúvida que está na ordem do dia, mas deve crescer até 2021, são as Realidades Virtual e Aumentada, com a diferença que a primeira é a criação de um ambiente totalmente virtual enquanto a segunda é uma inserção de virtualidades no ambiente real, o Pokemon Go, segunda versão dos monstrinhos cresceu em 2017.
As estimativas de grupos de pesquisa como o Gartner e TechCrunch, este mercado (RV e RA) vai movimentar mais de 100 bilhões de dólares até 2021, como o ano que vem é de Copa, o Japão por exemplos promete transmissões inéditas para 2022 no Quatar.
A internet das coisas vai aumentando suas possibilidades, quanto pensavamos que a tecnologia de redes 5G estivesse distante nos EUA já está em funcionamento em muitos lugares e poderá ser uma realidade no próximo ano, com isto a internet das coisas que depende desta transmissão eficiência poderá alcançar novos rumos como os sistemas de água, energia de baixo custo e sofisticados sistemas de controle de transito, entrando finalmente o IoT (Internet das Coisas) na vida das pessoas.
Outra preocupação, mas não sabemos se os sistemas se tornarão mais eficientes, são os sistemas de segurança este ano o WannaCry afetou sistemas de telefonia e o FedEX, entre outras, chegando a afetar mais de 150 países, há promessas para 2018.
A produção de dados chegou a 2.5 exabytes por dia (1 exabyte = 10^18 bytes), e a tecnologia do BigData veio para ficar, mas uma aliada importante na manipulação e tratamento destes dados deverá ser a Inteligência Artificial (foto visão de um cérebro poligonal), os agentes inteligentes que dominarão a Web 4.0 deverão aparecer este ano, mas a previsão para tornar-se realidade na Web é para 2020.
Impressora 3D e nanotecnologia já são realidade, mas devem avançar, assim como a realidade precoce da internet 5G, postamos no dia de ontem os aparelhos “novidades”, o smartphone conceitual e a câmera de 360 graus, na tecnologia as vezes de surpresa estas coisas bombam.
A tecnologia faz parte da história da humanidade, postaremos amanhã sobre o ano de 2017.
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Europa aposta em 5G para avançar
A Europa que nos anos 90 era líder na segunda geração da tecnologia GSM, os antigos celulares tijolões (ao lado), ficou atrasada em relação as redes 4G de serviços de banda larga, em relação aos Estados Unidos e países do Oriente como Japão e Coréia do Sul.
Em um painel durante a feira MWC (veja o post do dia 03 de março), Guenther Oettinger da comissão da EU para a Sociedade e Economia Digital afirmou; “Com o 5G, a Europa tem uma grande oportunidade de reinventar o cenário de sua indústria de telecomunicações”, indicando uma retomada de crescimento que é estratégica para a economia em geral.
As operadoras na região, incluindo a britânica Vodafone e a espanhola Telefónica, foram lentas na implantação do 4G enquanto que o Japão, Coreia do Sul e EUA foram rápidas quando em comparação com outras economias avançadas.
Os reguladores europeus não querem repetir os erros do passado e buscam de novo estarem na vanguarda do desenvolvimento das normas para 5G, que promete download de vídeo muito mais rápido, cobertura de rede mais densa e a possibilidade de conectar bilhões de objetos eletrônicos para criar “Internet das coisas”.
Aqui no Brasil, só os preços continuam altos, mas os avanços mais atrasados ainda, nem a 4G funciona direito ainda, e as áreas de coberturas, embora no plano sejam amplas, na prática tem grandes áreas cinzentas de funcionamento.
As operadoras na Copa
Usando o ‘marketing’ do 4G o risco do serviço telefônico falhar em metade dos estádios da Copa é real, conforme pode ser observado em notícia do BBC Brasil.
O serviço 4G está presente em apenas 105 cidades, embora populosas o que dá 37,2% da população, não é nem sombra das 3598 cidades atendidas pelo 3G, que dá 90,8% da população, quando funcionar é Claro, pois nem sempre está Vivo.
O engenheiro da consultoria da Teleco, Eduardo Tude afirma: “Foi mais uma jogada de marketing mesmo, em que se quis apresentar o Brasil como um país moderno. Para as operadoras é um momento ímpar, ter os olhos do mundo todo voltados para cá, e dos brasileiros também, claro”.
Também para a consultoria americana Infonetics, o Brasil não terá problemas graves nos estádios, onde as operadoras estão instalando Sistemas de Antenas Distribuídas, mas certamente, não terá condições de atender aos torcedores e sistemas jornalísticos no entorno deles.
Ainda questiona a consultoria a infraestrutura móvel: “Não vejo como não acreditar que haverá ‘congestionamento’ nas redes móveis nos jogos da Copa”, diz Stéphane Téral, analista desta especialidade da Infonetics.
Mas o que queremos saber é a reação dos usuários aos exorbitantes preços da telefonia móvel no páis.
Coréia do Sul já planeja 5G
Puxa a gente sonhando com uma 3G que funcione, e a Coréia já faz planos de implantar a 5G.
A Coreia do Sul pretende desenvolver a rede de internet sem fio 5G para que os usuários consigam baixar filmes completos em apenas 1 segundo, supondo um arquivo de 800 MB, e está fazendo investimentos da ordem de US$ 1,5 bilhão nesta tecnologia.
O Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia daquele país supõe que elas podem começar a serem testadas em 1917, e início de vendas de linhas em 2020, mas é prioritário para o país o desenvolvimento destas tecnologias.
A previsão é que além das TV Full HD (também chamadas 4K pela resolução), o amplo compartilhamento de conteúdos e transmissão holográficas deverão e estar disponíveis nos próximos anos, o que exige esta tecnologia.
Ministério para desenvolver a tecnologia espera contar com a cooperação de empresas como SK Telecom, Korea Telecom, Samsung e LG.
Operadoras móveis não atingem metas
Duas operadoras não atingiram as metas propostas pela Anatel de no mínimo, 95% nesse indicador. empresa que regula a atividade de empresas de celulares no Brasil, Tim alcançou 89,51% na taxa de transmissão instantânea (velocidade de upload e download apurada no momento de utilização da internet pelo usuário); já a Vivo ficou com 93,55%.
As metas eram relativas a telefonia móvel de banda larga.
A Vivo alegou “”problemas sistêmicos limitaram o número de medições [da Anatel], o que reduziu a validade estatística dos dados coletados e fez com que dois resultados ficassem muito próximos dos índices previstos pelo órgão regulador”.
A Tim por sua vez disse em nota que “já em relação à taxa de transmissão instantânea, a companhia atingiu a meta em todos os Estados avaliados, exceto em São Paulo, mas esclarece que está investindo constantemente com foco na ampliação e otimização da sua rede.”
E agora posso pagar só 90% dos valores cobrados pela operadora ?