Dicotomias Infernais e tecnologia
O pensamento moderno vive sobre a égide das dicotomias infernais (objetivo X subjetivo; natureza X cultura), termo cunhado por Bruno Latour para explicar o pensamento e as ciências de hoje, nada mais propício.
Toda a teoria do estado moderno, como Thomas Hobbes, que dizia que o homem é o lobo do homem, passando pelo empirista John Locke, até chegar a Jean Jacques Rousseau, que dizia que o homem por natureza é bom, o bom selvagem, que inspirou a Revolução Francesa, mas o que se seguiu a ela foi uma matança sanguinaria e depois houve duas restaurações da monarquia.
Nada mais propício estamos hora projetados nos objetos, nossos fetiches modernos e hora projetados nos sujeitos, nossas paixões e affairs do cotidiano, mas a questão do ser, ou seja, da essência de nossa existência permanece despercebida.
Claro o fetiche de todos os fetiches é o dinheiro, para alguns pelo que ele pode proporcionar, mas para a maioria da população simplesmente conseguir pagar as contas do dia a dia, e a pilha de prestações que se avolumaram nos últimos anos, chamados por alguns de avanço da classe média, parece que o fetiche se desfez.
Aqui se questiona os fetiches tecnológicos, até que ponto fazer parte de uma necessidade contemporânea, até que ponto são meros fetiches, é questionável comunicar é necessário, mas o iPhone de último tipo está na mão muitas vezes dos críticos do “consumismo”.
Como sempre além do sujeito e objeto, que esquecer o Ser existencial, há uma confusão entre cultura e natureza, é natural o homem se comunicar e é cultural usar o dispositivo que facilite esta comunicação, dizia o filósofo contemporâneo Heidegger o homem se faz pela linguagem.
Temos que ter uma linguagem contemporânea ou estamos falando para o século passado.