A cidadania-mundo e a auto-identidade
Em geral poucos autores estão fora da idolatria do Estado Moderno, mesmo que a maioria deles, em especial os hegelianos, o considerem abstrato, ou como Habermas fora do “mundo da vida”, mas este conceito é diferente do Lebenswelf de Husserl, que é fora do “estado”, pois é mundo-da-vida de modo mais amplo possível.
Um dos poucos autores que irá falar da “constituição da sociedade” é inviável no conceito de modernidade tardia, porém Giddens irá demonstrar em “Além da direita e da esquerda”, que o componente central das sociedades da chamada “modernidade tardia”, não é mais algum tipo de elemento interativo ou coletivo, ao processo é de formação da auto-identidade.
Citando Giddens em sua visão de auto-identidade: “o self é reflexivamente [entendido como auto-identidade] pela própria pessoa nos termos da sua biografia. A identidade, nesse caso, assume continuidade ao longo do tempo e do espaço: mas a auto-identidade é essa continuidade interpretada reflexivamente pelo agente.” (GIDDENS, 1991, p. 53).
Pode parecer um argumento excessivamente individualista, ou por causa do self pensar em algo apressado das novas mídias, Giddens não disse neste contexto, mas da expressão da cidadania de diversos grupos com identidades específicas, as minorias culturais, sociais ou religiosas.
Por desencaixe e sem superar a ideia abstrata de Estado, Giddens entende que o processo de elevação e deslocamento (lifting out) das relações sociais dos contextos locais, e assim a rearticulação em uma outra
Por desencaixe Giddens entende o processo de elevação e deslocamento (lifting out) das relações sociais dos contextos locais e sua rearticulação em uma outra dimensão espaço-temporal (Giddens, 1991, p. 18-21), note-se que o espaço-temporal não é tempo e espaço vistos em movimento absolutos.
Assim apesar do avanço de Giddens, ele não consegue demonstrar que self reflexivo pode gerar instituições internacionais mais democráticas e defender formas multiculturais de cidadania, ainda há um buraco nestes conceitos, que em absoluto se trata de anarquismo.
GIDDENS, A. Modernity and Self-identity : Self and Society in the Late Modern Age . Stanford, Stanford University Press, 1991.