Identidade e fazer a diferença
Parecem contraditórios identidade e diferença, já colocamos nossa posição que o problema não é lógico, mas onto-lógico, isto relativo ao Ser, e na ontologia moderna a contradição é possível e então não-Ser também pode Ser, e isto dá origem ao Devir, rompendo barreiras estáticas.-
A capacidade e integridade do Ser significa que nos conhecemos como somos, entendemos nossa visão de mundo e as limitações que ela tem, mesmo a ciência mais avançada tem limites, o conhecimento absoluto é possível com um a verdadeira espiritualidade, onde está a alma.
Dizemos de maneira imprópria que onde está o coração, nossos anseios, desejos e projeções sobre o que somos, a maioria das enfermidades, em especial as psicológicas, vem destas projeções quando são falsas, irreais ou experiência reais que nos machucaram.
O não Ser significa que entendemos o que somos e estão preparados para não Ser, para receber o Outro, o diferente e a diversidade cultural e política do mundo, o radicalismo de defender a própria identidade e apegar-se em demasia a própria visão de mundo, já dissemos não é identidade, mas auto-identidade, muitos que criticam o individualismo cultuam a auto-identidade.
Não ser é a abertura ao outro ao diálogo, de onde surge o devir passa necessariamente por um não Ser, boa parte do extremismo do mundo atual, com péssimos reflexos na política é o exercício do culto da “identidade” coletivamente, falsos coletivos e falsos “nós” que são estruturas fechadas e autoritárias.
Dentro deste radicalismo existe uma semente do Outro, do acolhimento da diferença e da verdadeira espiritualidade, é preciso que esta identidade “exacerbada” se abra ao diferente, ou contraditório e principalmente modifique sua forma de “pensamento”, e sua “cultura” fechada.
Do pensamento surgem duas tendências o simplismo que reforça a autoidentidade e a complexidade, conforme propõe Edgar Morin, que facilita e amplia a visão de mundo e de Ser.