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A face do Outro na Pandemia

17 abr

Embora o chamado isolamento horizontal tenha recebido o nome (no caso brasileiro) de “isolamento social”, um nome que seria mais próprio e menos agressivo seria o recolhimento familiar, em outros países também chamado de confinamento, como na França.
O reconhecimento do Outro nos familiares leva também a uma melhoria no relacionamento social, exceto os casos de famílias onde a relação familiar já se encontrava em situação de conflito extremo, a tendência será a de praticar atos de solidariedade e tolerância.
Isto é necessário para um bom convívio social, e para encontrar o rosto do Outro, que não é o mesmo, termo muito difundido na filosofia, Paul Ricoeur, Emmanuel Lévinas, Habermas, Agamben e Byung Chul Han, certamente esqueço vários já que o tema é presente na filosofia atual.
O instinto de auto defesa, que deve estar aliado a uma mudança do comportamento social, pode fazer do vírus um catalisador de uma mudança cultural, a do pensamento está em curso e a religiosa depende essencialmente daquilo que pensam aqueles que proclamam a fé e que deveriam sair da sacralidade de seus pensamentos para a substancialidade do mundo.
Teremos que socorrer pessoas para poder socorrer empresas, o trabalho e a própria educação, em todo mundo ferramentas de EaD (Educação a Distância), vídeo conferencias e os chats, que partindo das famílias podem ser reeducados, estão sendo largamente utilizados, o Brasil teve uma reunião inédita do Supremo Tribunal Federal por Skype, reuniões de condomínio, etc.
Alguns países como a Dinamarca e a Finlândia já anunciam a reabertura de escolas primárias, mas com alguns pais tendo restrição e medo de enviar os filhos, os adultos poderão se virar com formas de educação a distância, ao menos por enquanto.
Como será a reeducação religiosa com templos fechados, um pastor tocava sax para seus fiéis, outro colocou fotos dos paroquianos em sua celebração, mas um passo ainda maior precisa ser dado para que apareça a fé além da solidariedade social (muitas campanhas de alimentos para os mais pobres) que é o ato de misericórdia, o único capaz de fazer enxergar o rosto do Outro sem preconceitos e “exclusão social” daqueles que tem uma visão diferente da religião.

 

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