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A sociedade em busca de valores

03 out

ASociedadeEmBuscaDeValoresO livro feito em Portugal, na verdade foi escrito e compilado na França pelo Institut de Management d´EDF et de GDR em Paris, no ano de 1996, liderado por dois dos maiores pensadores de nosso tempo, o prêmio Nobel Ilya Prigogine e um dos maiores pensadores de nosso tempo, o educador Edgard Morin, que se uniram a outros 15 pensadores contemporâneos para tentar responder questões cruciais de nosso tempo.

O livro é um elogio a filosofia contemporânea, referindo-se ao fim das certezas (nome de um livro de Prigogine) e a busca de valores sociais e políticos típicos do educador Edgar Morin, mas passeia por grandes pensadores da Europa atual, entre eles, Gilles Lipovetsky, Joel Roman, Pascal Bruckner, Olivier Mongin, Marc Guillaume e muitos outros.

O livro permanecerá entre a ruptura e abertura, eixos norteadores das reflexões, onde ruptura “é a oportunidade de passar em revista as mudanças conceptuais (sobre o indivíduo, o tempo, o político) intervenientes na sociedade contemporânea”, e a abertura tenta “para além da constatação, abrir novas vias de reflexão sem cair no cepticismo sistemático e no dogmatismo”.

Lipovetski mostra a construção do social, o que poucos brasileiros sabem que um programa social chamado RMI (Rendimento Mínimo de Inserção) surgido no início dos anos 90 na França, foi apoiado “por dois em cada três franceses” (pg. 33) e por outro lado a tolerância, que na França era muito complicada, “tornou-se um valor de massa, mesmo se alguns pontos negros vêm manchar essa imagem” (pg. 33), coisa acontece no Brasil só recentemente.

Sobre a polarização ideológica, Oliver Mongin (filósofo e diretor da revista Esprit) esclarece o ceticismo atual: “quer sejamos convervador ou progressista, socialista ou liberal, temos vivido a ideia de que existe um corte enre o passado e o futuro” (pg. 69), mas ao mesmo tempo perdemos uma “felação com o tempo, com a sua passagem” (pg. 69).

Mongin, ao comentar a Fábula das abelhas de Bernard de Mandeville, compara-as ao homem moderno com seus vícios, “a inveja, o ciúme, a vaidade, a cobiça, a mira do lucro, o ódio, a luta irrisória pela glória e pelo reconhecimento” (pg. 78), que são mais para frente chamados de “vícios privados” (pg. 79) que “traduz bem a moral da história” (pg. 79), que traduz bem o dilema entre o social e o privado, e aponta: “numa sociedade como a nossa, só o aspecto político pode dar lugar a essa exterioridade, com os seus valores de interesse geral e bem comum” (pg. 83), ainda que fundamentada na economia, pois “o fato de a moeda ter um valor positivo, assenta, em última análise, na existência de uma imensa cadeia de credulidades compartilhas” (pg. 83) e com a corrupção  “simplesmente quebrada a cadeia da confiança”.

Entre os vários caminhos novos apontados, Marc Guillaume (economista e sociólogo) aponta em “A competição das velocidades” o caminho vivo da “coabitação, às vezes pacífica, outras vezes violenta, de movimentos com velocidades diferentes” (pag. 103), a referir que o qualificador da sociedade atual como moderna, “escolheu como emblema a valorização do tempo e da mudança” (pag. 109), irá destacar o papel da inovação e do controle do tempo.

 

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