Semana de 22 e o futuro
O Brasil de 1922 era um prenuncio do que poderia acontecer na década de 30, mas um grupo de intelectuais tentava olhar de modo positivo o futuro rompendo com o niilismo caboclo, nome que prefiro a “ontologia do abandono” já citado em posts anteriores, o período já analisado de Machado de Assis a Lima Barreto.
Martin Vasques da Cunha conta que Sérgio Buarque de Holanda, então apenas um crítico literário visitou Lima Barreto já doente no ano de 1921, e em conversa estranha para os dois pedia apoio a um Manifesto de um Movimento Modernista lançado por um grupo de vários intelectuais de diversas áreas.
Após ouvi-lo falar entre outras da revista Klaxon turca, ele irônico entre várias coisas teria se referido ao poeta francês Paul Verlaine dizendo: “Este sim era poeta. Bebia como uma cabra .. “ e segundo Cunha (p. 164) “Dias depois, Lima publicaria um artigo em que solenemente desprezava os ideais paulistanos, afirmando que ele já sabia havia muito tempo, o que era o tal “futurismo” que tanto defendiam”.
Longe de ser apenas uma ruptura, havia nestes jovens da Semana de Arte de 22, um desejo literário que pode-se definir didaticamente em dois aspectos: encontrar uma identidade nacional e segundo anunciar um futuro mais promissor para o país.
Os quadros Abapuru e Carnaval em Madureira de Tarsila do Amaral mostram estas duas tendências, enquanto Cartão Postal de 1928 mostra um Brasil ainda colonial.
O Manifesto Antropófago, que cunhou várias expressões famosas como: “Tupi, or not tupi that is the question”, “Se Deus é a consciência do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais” entre outras e que tiveram também os irmãos Oswald e Mário de Andrade, que escreveu Paulicéia Desvairada (1922) e Macunaíma (um roteiro da trama) (1928).
Há diversos analistas que descolam esta semana da cultura brasileira, iremos retornar aos Inconfidentes Mineiros, Tomás de Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa.