A Paz de Vestfália e a tolerância
O império romano entra em decadência após o século V e as duas grandes forças capazes de dar alguma estabilidade eram a Igreja Católica Romano e o Sacro Império Romano, formado por diversos Estados de variados tamanhos que ocupavam o que hoje são a Áustria, a República Tcheca, a França oriental, a Alemanha, a Suiça, os Países Baixos e grande parte do que é a Itália hoje, na verdade eram reinos e condados com relativa autonomia.
O imperador era um católico-romano da família austríaca dos Habsburgos, porém o grande poder levou a excessos da Igreja Católica Romano, e surgiram reformados religiosos como Martinho Lutero e João Calvino, que queriam a vivência bíblica, assim o império se fragmentou em três religiões: a católica, a luterana e a calvinista.
Os católicos viam os evangélicos com suspeita e estes viam os católicos com desprezo, e com a adesão de muitos príncipes às religiões evangélicas, a Europa tornou-se um barril de pólvora, e finalmente chegou a um conflito que durou 30 anos, por isto chamado de Guerra dos 30 anos.
Esse clima levou à formação da União Evangélica, protestante, e da Santa Liga, católica, no início do século 17. Alguns príncipes do império aderiram à União, outros à Liga. A suspeita transformou a Europa — e especialmente o império — num barril de pólvora, que só precisava de uma centelha para explodir. Quando a centelha finalmente chegou, deu início a um conflito que durou 30 anos.
Os protestantes tentaram convencer os Habsburgos católicos a permitirem a liberdade de religião, mas as concessões feitas a contragosto acabaram fechando em 1617 e 18 as igrejas luteranas na Boêmia (hoje republica Tcheca), então houve a invasão dos protestantes ao palácio de Praga.
Depois de trinta anos tenta-se estabelecer a paz, no livro vivat pax—Es lebe der Friede! Está escrito: “perto do fim da década de 1630, os príncipes em guerra finalmente reconheceram que o poderio militar não os ajudaria mais a atingir seu objetivo”, assim será feito o Paz de Vestfália, como será a paz que todos queriam ?
Nas cidades de Osnabrück e Münster, na província da Vestfália reunem-se o imperador Ferdinando III, do Sacro Império Romano, o rei Luís XIII, da França, e a rainha Cristina, da Suécia, apenas para concordar com uma conferência em que todas as partes envolvidas na guerra se reuniriam e negociariam termos de paz.
Durante 30 anos governantes católicos e protestantes entraram em confronto: a Dinamarca, a Espanha, a França, a Holanda e a Suécia se envolveram, na verdade, movidos pela ganância e de poder, lutando pela supremacia política e lucro comercial.
Em 1643, algo em torno de 150 delegações chegou às duas cidades: os católicos reuniram-se em Münster e os protestantes, em Osnabrück.
A paz não foi duradoura, sobre princípios da tolerância escreverá John Locke (1632-1704) em sua Carta sobre a Tolerância (coleção Pensadores) e mais tarde com certa ironia Voltaire.