A Teoria de Tudo e Galileu
Tinha assistido ao filme que ganhou um Oscar e comprei o livro num sebo, o Big Bang e A Teoria de tudo, a ideia que podemos criar uma física englobando todos as partículas atômicas, fótons, neutros, magnéticas, todas as subpartículas e ter a ideia da criação do mundo e quem sabe até de seu criador encontrando suas pegadas, fascinou Stephen Hawking e sua ex-esposa Jane Hawking, que escreveu o livro, e depois foi transformado em filme.
Faltava algo para mim pouco claro no filme, mas muito claro e sensível no livro, o conflito de Galileu com a igreja católica, que de certa forma impulsionou a ciência moderna, mas deixou de lado a questões do mistério da origem da vida, a subjetividade humana e a metafísicas quase sepultadas, que nestes momentos parecem dar ares de reflorescimento e reposicionamento.
No livro na página 169, Jane começa a traçar este conflito de maneira clara e precisa: Galileu ao recuperar a teoria de Copérnico e renunciar o sistema Ptolomaico, coloca a terra em movimento e mostra que o sistema que via a terra como fixa e o Sol móvel estava errado.
Conta o livro que, em 1623, Maffeo Barberini é eleito ao papado como Urbano VIII, homem culto apesar de um pouco excêntrico, retira Galileu da prisão domiciliar e encomenda a ele o Dialogo sopra i due Massimi Sistemi del mondo ptolemaico e copernicano, mostrando os argumentos para os dois sistemas, mas o livro de 1632 reafirmava o modelo de Copérnico.
O livro conta que mesmo condenado a prisão domiciliar e praticamente cego, continuou a escrever e seu livro Sobre as duas ciências, foi contrabandeado para a Holanda, e são praticamente a base teórica e experimental para a física moderna.
“Embora Galileu fosse católico devoto, foi seu conflito com o Vaticano, infelizmente mal administrado em ambos os lados, que criou as bases da batalha corrente entre ciência e religião” (Hawking, 2014, pg. 169).
O que poucos sabem é que Galileu sustentou a vocação religiosa de uma filha (o livro A Filha de Galileu, de Maria Celeste, nome de freira de Virginia Galilei), e sua cabeça mística nunca deixou de funcionar, do mesmo modo que seu lado científico.