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Hermenêutica, diálogo e sabedoria

16 set

 

Há uma relação periódica na qual o processo de compreensão acontece,circulohermeneuticosão os atributos da coisa compreendida que se movem dentro daquele que a compreende, mas esta dinâmica só é possível se o diálogo de fato acontece, pois no final não seremos mais quem éramos antes.

 

O movimento fechado é quando nos mantemos dentro e um círculo fechado, evitando o questionamento então caímos no dogmatismo (de diversos tipos) e no não clareamento.

 

Esta tarefa fia fácil se nos mantermos em mantermos o movimento, difícil quando estamos dentro de círculos dogmáticos no qual qualquer discurso “de fora” pode ser visto como um perigo para nossos dogmas.

 

Este é o horizonte hermenêutico para a educação, ele surgiu a partir de sua crítica ao cientificismo, cujo desdobramento foi o de romper com conceitos fundamentais apresentados em Verdade e Método de Hans-Georg Gadamer.

 

Mas esta situação é ética ? para Gadamer a função da decisão ética é aquela de encontra em uma situação concreta, o que é justo, portanto mais prático e atual.

 

Dito de maneira mais clara uma decisão ética concreta é encontrada para ajudar a todos verem e colocamos em ordem tudo o que comporta uma situação concreta (GADAMER, 1998, p. 51), mas aqui vemos ética idealista aplicada é irreal, ela se dá diante do fato concreto.

 

Podemos dizer então que os limites entre o saber técnico e ético desaparece? Uma surpreende resposta, Gadamer nos auxilia nisto, está na análise aristotélica da phronesis, ou seja, uma técnica se aprende e pode ser esquecida, isto é pode-se perder uma habilidade de exercê-la quando estamos diante de um dogmatismo, de modo mais claro, de um fanatismo.

 

Técnico porque o saber ético nem se aprende, nem se esquece, não é como supõe advogados que é como o saber de uma profissão, que se pode escolher, aprendi-o na minha infância.

 

Mas também não se poderá recusá-lo e escolher outro saber, pois, ao contrário, o sujeito da phronesis, o homem, se encontra desde já em ação numa situação e, assim, sempre obrigado a possuir um saber ético e a aplicá-lo, segundo as exigências de sua situação concreta (GADAMER, 1998, p. 52).  Phronesis é a sabedoria in-“formada” em cada pessoa.

 

GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica. Org. Pierre Fruchon. Tradução: Paulo César Duque Estrada. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.

 

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