Existe então espírito da Verdade
No processo hermenêutico ele brota do diálogo e ação de pessoas que não apenas desejam a Verdade e a Justiça, mas são capazes de dialogia de acordo com a consciência histórica.
Teilhard Chardin estabeleceu em sua Noosfera como este processo de interação se dá dentro da Noosfera, uma esfera do espírito segundo a qual o conjunto dos vetores da Vida, Chardin era além de padre um paleontólogo, que já opera desde o início do Universo, mas dentro do qual um ramo da vida, que ele chama de “mancha dos antropoides” um ramo os organismos vivos que possui consciência e podemos dentro desta consciência determinar uma consciência histórica agora ampliada pela Noosfera de Chardin, como consciência histórica na flecha da evolução do universo.
Claro que este ponto “factual” histórico é preciso e determinado, mas se o vermos ao longo da história do universo e de uma cosmogonia mais ampla podemos entender que fazemos parte de uma gênese deste Universo e de uma escatologia da qual não podemos escapar, nossos espíritos estão conectados dentro de uma Noosfera na qual evoluímos ou a deterioramos.
Este Espírito na escatologia bíblica é descrito assim em João 14, 15-17: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece.”
Longe de uma interpretação fundamentalista, que por si só jamais seria parte de uma verdadeira hermenêutica, a solidariedade com o conjunto da humanidade, a interpretação de seus caminhos num momento aparentemente confuso da história, é possível lançar luz sobre o pragmatismo utilitarista e idealista que vigora no pensamento contemporâneo, alguma luz que brota de uma Sabedoria Universal, onde a própria história dos seres vivos pode ser contata.
Um Espírito da Verdade, significa a clareza de princípios, valores e principalmente, de um comportamento sempre reto nas pequenas coisas do dia a dia, solidário e atento aos infelizes, respeitoso com os diferentes e generoso com os mais humildes; não há como se enganar, só tem consigo o Defensor aqueles que cooperam concretamente para o avanço da “flecha” da vida, num sentido construtivo e amplo, sempre aberto aos que são diferentes, sem fechamento epistêmico e com abertura hermeneutica.