A felicidade e o bem-estar
A ideia que sempre temos uma alternativa entre o Poder, com P maiúsculo para indicar Potência ou Vontade de Poder como querem alguns filósofos, não só Nietzsche, mas antes dele quase todos os iluministas e alguns utilitaristas, é uma ideia aparentemente convincente, mas que se a colocarmos em contato com a ideia de Felicidade, sua consistência não é tão sólida
Há uma potência entre os mansos, os silenciosos e os que sabem escutar e se envolvem num processo dialógico, o poder para eles é diferente de potência porque todo ato agápico, uma forma de amor “feliz”, é também um ato de potência que não faz o jogo maniqueísta.
Em termos bíblicos no mesmo trecho que Jesus diz aos discípulos que “toda autoridade foi lhe data entre o céu e a terra” (Mt 18, 28), também garante que estará com eles logo na sequência, “até o fim dos tempos”, significando paz agápica, que traz conforto e felicidade; mas não devem ser confundida com falta de consciência sobre as injustiças e conflitos existentes.
É justamente disto que trata a hermenêutica de Gadamer, e seu livro e principal obra Verdade e Método, não faz outra coisa que não a construção da verdadeira consciência histórica dentro de um processo dialógico e de síntese hermenêutico, é o seu método e pode muito bem interagir com outros sistemas logicistas, desde que abertos, mas não é uma Teoria de Sistemas.
O que é felicidade então ? na lógica hermenêutica a relação com os outros, a abertura a assistência propõe a capacitação de Amartya Sen, e a construção do bem-comum, como desejam pessoas de boa fé e isto é capacitar as pessoas para a vida.
Claro que não é a felicidade do consumismo e do poder como os homens a entendem não deve ser confundida com esta felicidade agápica, afinal não é bom misturar poder e religião, diz a sabedoria popular, então é o poder de estar sempre livre, o capacitado pode ser feliz se dentro de uma estrutura social que favoreça sua capacitação para a vida social.