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Substância do universo: o corpo sagrado

15 jun

Ao contrário do que se supõe, substância é aquilo que há de permanente nas AlfaOmegacoisas que mudam e, portanto, o fundamento de todo acidente, e tudo está em mudança no universo então qual a substância primordial, qual a gênese de todo universo ?

As interpretações podem se dividir em três correntes: há aqueles que reconhecem apenas uma substância (monistas) destacam-se Spinoza e Leibniz, os que reconhecem duas substâncias (dualistas) que é fundamento do idealismo moderno, ou a mais comum que são os pluralistas, as correntes “puras” que vem do platonismo e do aristotelismo.

Tudo que existe é ser para monistas e pluralistas, então o ser é constituído de uma pluralidade de elementos que o fundam como substâncias, mas para estes elas podem ser hierarquizadas ontologicamente, para monistas há somente uma hierarquia que é a monada inicial, na interpretação de Spinoza e Leibniz ela é Deus, na concepção da ciência moderna, um corpúsculo de concentração eletromagnética onde ocorreu o Big Bang.

Há quem conteste o Big Bang, o filósofo Nick Bostrom de Oxford afirmou que “A probabilidade de estarmos vivendo dentro de uma simulação é próxima de 100%”, algo parecido ao Matrix, mas negar a substancialidade do universo é negar uma evidencia apodítica (aquela que se aceitar sem demonstração).

O filósofo Franz Brentano, recuperou uma categoria da escolástica chamada intencionalidade, para definir o que é consciência como aquilo que é dirigido a algo, seu aluno Edmund Husserl usou isto para definir consciência como algo intencional.

Se pensamos assim, mas importante que existir o universo, e ele ter sua substancialidade (o seu corpus), é que algo ou alguém teve intencionalidade deste primeiro objeto, ou seja, o criou de maneira “consciente” e chame-o como quiser, ele é um Ser, pois existe.

Se admitirmos sua materialidade, mesmo a luz pode ser observada em sua influência num corpo gravitacional (veja nosso post sobre a observação da Nasa), mesmo as existências do homem podem ser demonstradas em sua evolução agora sabemos de mais de 300 mil anos, temos que admitir a substancialidade e considerar como plausível a ideia da mônada inicial, então há um “corpo” formado deste Ser original consciente.

Teilhard Chardin, paleontólogo e padre jesuíta, considerava todo o universo o Corpo de Cristo, mais que um corpo místico, um corpo cósmico substancial, se de alguma coisa é feita este universo, ela está guardada na sua fonte e consciência primária inicial;

As evidências apodíticas que precisamos para admitir um Corpus Divino, alfa e ômega, princípio e fim, talvez precise pouco para ser admitido, mas na falta deste pouco ainda resta aquilo que chamamos de fé, nunca cega e nem contrária a razão.

 

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