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Oréstia: a tragédia desconhecida

31 ago

Oréstia foi encenada pela primeira vez em 458 a.C., e foi vencedora do primeiro Orestiaprêmio nas festas dionisíacas de Atenas, embora tenha sido escrita por Ésquilo, e vencedora do primeiro prêmio nas festas dionisíacas de Atenas, ela é desconhecida e pouco apreciada hoje.

Tragédia está associada em nossos dias, e não por acaso, a dores, catástrofes, algo onde há muitas vítimas, ou ainda o desenrolar de alguma ação violenta como um assassinato, uma guerra ou um grave acidente natural, para os gregos era outra coisa.

Tragikós definia uma forma  artística inovadora, ou algo que somente ocorria entre os grandes eventos que mudavam a história. Na visão de Aristóteles, um dos primeiros a estudar o impacto dos espetáculos teatrais, a tragédia seria “uma representação imitadora de uma ação séria, concreta, de certa grandeza, representada, mas não narrada, era provocadora da Katarsis, a catarse, que é a purgação das emoções dos espectadores.

Oréstia, de Ésquilo é porisso uma grande representante desta modalidade de teatro, a peça pode ser dividida em três partes: na primeira Agamênon mostra a volta desse personagem da guerra de Tróia, onde foi bem sucedido em matar a própria filha, Ifigênia, em sacrifício aos deus, mas isto não é bem recebido pela mãe Clitemnestra que quer vingar a morte da filha com ajuda do amante Egisto.

Na segunda parte Coéforas, narra a volta de Orestes, filho de Agamênon, orientado pelo deus Apolo, para vingar a morte do pai, ele é ajudado por sua irmã, Electra, que era mantida como serviçal no sótão do castelo pela sua mãe, Clitemnestra, e, na terceira parte, Eumênides, traz a ira de Clitemnestra, já morta, materializada nas Fúrias, que são vistas somente por Orestes e responsáveis pela sua loucura. Narra também o julgamento do crime de Orestes: o assassinato da própria mãe, que será analisado pela deusa Atena.

Embora daí tenha surgido o complexo de Electra, que não é propriamente o amor dos filhos pela mãe, mas o desejo do matricídio, observado em sociedades machistas, o problema na verdade é de justiça e de política representado pela deusa Atena, proclama um tribunal para julgar o homicídio cometido por Orestes, e ficará instituído para sempre, mas a pergunta que resta é porque deuses precisam de sacrifícios ?

Tentamos responder no próximo post.

 

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