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O estado está nu ou de roupa nova

01 out

O conto de Hans Christian Andersen A roupa nova do imperador, parece estar na origem da frase o “rei está nú”, que conta a história de um rei que passou a vida preocupado com suas roupas e um dia encontrou dois charlatães que diziam ter um pano mágico que rapidamente se transformava em uma roupa pronta.

Fantasiado o rei deu-lhes uma boa quantia em dinheiro e os dois puseram-se a trabalhar com um fictício fio, chegando o dia do rei estrear sua roupa vai busca-la e embora não veja nada, veste a roupa imaginária e vai para uma grande procissão sem roupa alguma, mas os seus súditos também fingem que o rei está vestido, até passarem por uma criança que inocente que é disse que o rei não vestia nada, o pai pede para ela se calar, pois não se põe o Rei em questão.

Assim é hoje a situação do estado, corrupções e desmandos estão em toda parte, em alguns lugares há punições, mas a maioria das pessoas prefere acreditar que o estado moderno tem sua razão de existir, afinal os governantes são necessários e foram eleitos democraticamente.

Acontece que governantes que são verdadeiras caricaturas de ditadores, até mesmo o tempo deles passou, como o Welfare State (a ampliação do conceito de cidadania com o fim dos governos totalitários no pós-guerra) já passou estamos agora no rescaldo e o estado está nú.

O rei representa a crença em normas e convenções, que no caso do estado é sua constituição e suas interpretações, no caso humano é a impossibilidade de ver algo além de seus interesses imediatos, como o rei era a sua roupa bela e que o faz apostar numa roupa mágica.

As roupagens são novas, mas os impérios que assombram a todos já são conhecidos.

Não há magia, uma economia em ruínas, uma educação decadente e uma violência que cresce.

ANDERSEN, H. C. A roupa nova do imperador. São Paulo: Brinque-Book, 1997. 

 

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