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A religião entre fundamentalismos e farisaísmos

10 nov

É compreensível que muitas pessoas ganhem uma certa desconfiança de religião, infelizmente por causa daquilo que é praticado como tal, deveria ser religare ou religar-se, nem sempre é.
A lógica do Ser, ou a onto-lógica está ligada à aquilo que é, e aquilo que é sempre é ligado a existência, assim religar-se deveria ser ligar a vida, ao que lhe é favorável, embora seja também parte da vida contratempos, perdas e tribulações, mas poderiam ser menores.
O fundamentalismo é a interpretação daquilo que uma fé proclama ao pé da letra, sem compreender aspectos complexos aspectos de contexto, conjunturais, sociais e culturais, abro um parenteses para dizer que também ideologias podem se aproximar-se destes aspectos.
Os gregos diziam que isto era a distância entre a episteme, conjunto de conhecimentos construído em determinado assunto, que é diferente e muitas vezes oposto a “doxa”, a opinião que é apenas uma interpretação pessoal, comum, sem o necessário fundamento.
Este problema acima pode ser resolvido com uma boa hermenêutica, isto é diálogo em busca de superação de pré-conceitos, enquanto o segundo o farisaísmo é mais perigoso, pode-se em nome do que é bom e justo, estar praticando justamente o contrário, é a subversão de valores.
Em geral está associado a busca de poder, de fama e de dinheiro, ou simplesmente para ganhar uma disputa, este jamais terá uma hermenêutica e foge do controle muitas vezes.
Porém é mais fácil de identificá-lo que a “doxa”, consegue-se perceber pelas atitudes e muitas vezes pela própria palavra a distância entre o que se diz e se fala, fala de paz e faz a guerra, fala dos pobres e não os assiste, fala de Deus mas só para ser admirado.
Em termos religiosos são fáceis de serem identificados, o evangelista Marcos (Mc 12, 38-39) mostra a preocupação de Jesus: “Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes”, mas não veem o Outro, pois no fundo preocupam-se consigo mesmo apenas.

 

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