Blog Marcos L. Mucheroni Filosofia, Noosfera e cibercultura

Preocupado com o “vandalismo” o governo inglês estuda cortar o uso do Twitter da internet e das redes sociais para quem esteja usando esses meios para algum tipo de atividade criminosa, mas ainda não se sabe como nem se isso poderia ser feito.  O importante é evitar que as pessoas se reúnam agora nas redes, lembra algo da história recente do nosso país, mas na Inglaterra alguns jornais, como The Guardian, afirmam que é uma resposta errada aos protestos que continuam em Londres.

As autoridades afirmam que os jovens tem empregado o BlackBerry Messenger, Twitter, Facebook e outras mídias sociais para organizar os distúrbios, divulgar horários de reunião e locais e, em certos casos, pedindo a propagação da “desordem”.

É fácil falar da miséria do povo, dos problemas ecológicos, tomando um chá das 5, comendo comidas finas ou tomando um bom vinho e analisando que vai tudo bem no país de alguns.

Pois bem, depois de um glamoroso casamento, com flores, hinos e festas descobre-se que nem tudo cheira bem no reinado inglês, e se o povo se cansasse da nobreza e pedisse seus direitos?

Ah mas são vândalos, argumentam muitos, a Inglaterra, a Alemanha e a França vão bem, Portugal e Espanha é que sofrem, será ? como vivem as pessoas simples em Londres, Berlim e Paris será que tão melhor assim que Madrid e Lisboa ? Mas elas não contam, nunca contaram, lembramos delas quando há violência, pelo uso das drogas, por músicas de “mau gosto” e por se “vestirem mau”.

As pessoas sérias  e que sabem olhar para o futuro de “toda” humanidade estão preocupadas, Edgar Morin que veio recentemente ao Brasil, disse algumas coisas  que estão em seu mais recente livro “La Voie – Pour L’avenir de L’humanité” (O caminho – para o futuro da humanidade), lançado na França em janeiro deste ano, para ele nem tudo vai bem.

 “La Voie”, ainda sem título oficial em português, será publicado pela Bertrand Brasil em 2012.

Em sua obra ele nos convida a uma reflexão sobre os problemas da globalização, do mundo contemporâneo e prevê o fim catastrófico da humanidade se ela não escolher outras vias para caminhar.

Os críticos (aqueles dos chás, boa comida e vinhos) julgaram-no pessimista, o filósofo advoga que “pelo contrário: se eu enxergo caminhos, é porque sou um otimista”. “Mas é preciso reformar tudo.”  “É preciso reformar a economia, as administrações públicas, a medicina, a justiça, as prisões, a alimentação, a agricultura” diz ele em “La Voie”.

Morin, que acaba de completar 90 anos, Stéphane Hessel de Indignez-Vous 93, porque será que precisamos de nonagenários para nos acordar ? Talvez porque eles viveram os horrores de duas grandes guerras e aprenderam a confiar menos em belas palavras e bons hábitos, e muito mais em valores sólidos e ações simples.