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O mistério dos buracos negros

04 jan

O centro da via Láctea, a galáxia onde habita nosso sistema solar é formada por um disco de braços espirais e uma região central densa e amarelada conhecida pelo nome de “bojo” e ali habitam cerca de dez bilhões de estrelas orbitando o objeto colossal que é seu centro chamado de buraco negro supermassivo Sagittrius A* ou apenas Sagitário A*.

Assim se outrora o geocentrismo (a Terra como centro) era uma ideia ingênua, agora também o Heliocentrismo (o sol como centro) é uma ideia provinciana e superada, mas o que são os buracos negros, não foi Einstein e sim Karl Schwarzschild o primeiro a propor sua existência.

O livro de Steven S. Gubser “O pequeno livro dos buracos negros”, trata de modo simples, tanto quanto possível, explica a relatividade especial e geral de Einstein e as equações de Schwarzschild que deram origem ao tema, os buracos negros são um dos temas fortes da astronomia atual e uma das fontes de investigação do mega-telescópio James Webb.

O livro começa contando um experimento realizado em 14 de setembro de 2015, quase cem anos após Einstein anunciar sua teoria da relatividade geral, dois detectores massivos, um em Louisiana e outro em Washington realizava um experimento de ondas gravitacionais quando detectar um pior audível, como um baque grave e cinco meses depois anunciavam que detectaram dois buracos negros em colisão formando um maior, a descoberta foi espetacular.

Tanto buracos negros como ondas gravitacionais eram previstas na Teoria de Einstein, nesta teoria o buraco negro é uma região do espaço-tempo (a noção de tempo e espaço absoluto já está superada) onde toda matéria próxima é atraída e é impossível de escapar.

Há um ditado popular que tudo que sobe deve descer, diz o autor, porém a ideia das equações de Schwarzschild é que nada pode subir apenas descer e no caso dos buracos negros para onde vão aquilo que deve descer, ou seja, o que acontece com o que é atraído pelo buraco negro.

Conhecemos a história da maçã que teria inspirado a lei da gravitação universal de Newton, o autor do livro sugere então uma maçã caindo em um buraco negro.

Uma maçã fora dos eventos do buraco negro tudo é estático, no horizonte destes eventos tudo é dinâmico, fluindo para uma singularidade abrangente (onde o espaço tempo muda dinamicamente de modo extraordinário, ali duas dimensões se comprimem e a terceira é esticada.

Stephen Hawking, famoso por propor equações do Big Bang, especulava que os buracos negros não são de fato negros, eles tem a sua cor (na verdade, fora do nosso alcance visual de cores do violeta ao vermelho) determinada pela temperatura, energia e entropia de sua superfície (se podemos chamar assim as duas dimensões, já que é espaço-tempo).

Esta introdução simplificada é desenvolvida ao longo de sete capítulos do livro, em detalhes astronômicos e suas equações, que exige certo conhecimento mais específico da física.

GUBSER, Steven S. O pequeno livro dos buracos negros, trad. Rosaura Maria Cirne Lima Eichenverg, São Paulo: Planeta, 2021.

 

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