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De que é composto o universo e qual sua origem
Os filósofos gregos do século 6 a.C. acreditavam que os quatro elementos de toda natureza eram: fogo, terra, água e ar, Pitágoras propôs uma escola praticamente religiosa que tudo eram números enquanto Demócrito propôs o átomo e que eles teriam formas arredondadas, lisas, irregulares e lisos podendo formas uma infinidade de elementos, mas até o final da idade média se acreditava que o fogo eram composto de uma destas partículas: o fogisto, devemos a tabela química a Dimitri Mendelev que em 1869 organizou os seus elementos químicos, antes o alquimista Henning Brand descobriu que o fósforo aquecido com resíduos de urina provocava chamas e Antoine Lavoisier em 1789 organizou alguns elementos em simples, metálicos, não metálicos e não metálicos.
A física padrão atual estabeleceu 7 elementos: neutrinos, elétron, quarks, fóton, gráviton, glúon e bóson de força fraca, mas há um mundo quântico mais misterioso o das supercordas, parece assustador ou usando a palavra dos físicos fantasmagórico (Einstein a usou a primeira vez ao perceber que há um terceiro estado na física quântica em que o elemento nem é nem não é, chamado mais tarde de Terceiro Incluído).
A teoria do universo mais convincente até recentemente era a do Big-Bang e um universo em expansão, a entropia, Stephen Hawking foi seu grande teórico, embora esta teoria já existisse antes, e propôs assim uma “flecha do tempo” em seu livro mais famoso uma “Uma breve história do tempo” (1988), porém as descobertas do James Webb colocaram em cheque ao encontraram nos confins do universo galáxias e corpos celestes que não deveriam estar lá, agora até mesmo a flecha do tempo é questionada.
O importante ao olhar para o universo é entender de onde veio tudo e se este todo e a vida inteligente, que por enquanto só encontramos em nosso planeta terra, teve um início e mais importante que isto teve uma intenção.
O “fiat lux” bíblico parece concordar tanto com a teoria do Big Bang, antes dos átomos haveriam ondas ou “cordas” criadas nos primeiros 10−44 segundos (tempo de Planck) e depois criados os elementos subatômicos, no caso das cordas, tudo é formado inicialmente por cordas unidimensionais que se dividiriam em cordas “abertas” (lineares e cordas “fechadas” (em força de laço), vibrando em diferentes frequências que dariam origem não apenas aos 7 elementos, mas também as moléculas iniciadoras da vida.
Seja como for existiu um momento inicial, e a forma deste “ente” deve ter sido precedida por um “ser” criador, o paleontológico e teólogo cristão Teilhard Chardin propôs que todo universo seria corpo deste supremo “Ser” do “ente”, assim ele deveria ter uma realidade divina e outra material (humana), assim propôs que o universo é cristocêntrico.
Do nada não é possível ter surgido o Tudo, e se há uma forma original do Todo, de algum “elemento” o mundo físico é composto, assim há um “Corpus” deste Todo, com a diferença que Ele é criador e todo o resto criado, mas criado com algum substrato do seu próprio Supremo Ser, claro a teoria para isto é mais elaborada, mas a sua compreensão é simples, somos parte de um corpo, de um conjunto que se comunica, a ideia da individuação do universo não é plausível, porque lá no início éramos uma coisa só: um pequeno corpúsculo cósmico, um conjunto de cordas vibrantes (poderíamos pensar até mesmo num coro fazendo uma música), porém houve uma momento de criação e um Ser o criou a partir de si mesmo.
O mistério dos buracos negros
O centro da via Láctea, a galáxia onde habita nosso sistema solar é formada por um disco de braços espirais e uma região central densa e amarelada conhecida pelo nome de “bojo” e ali habitam cerca de dez bilhões de estrelas orbitando o objeto colossal que é seu centro chamado de buraco negro supermassivo Sagittrius A* ou apenas Sagitário A*.
Assim se outrora o geocentrismo (a Terra como centro) era uma ideia ingênua, agora também o Heliocentrismo (o sol como centro) é uma ideia provinciana e superada, mas o que são os buracos negros, não foi Einstein e sim Karl Schwarzschild o primeiro a propor sua existência.
O livro de Steven S. Gubser “O pequeno livro dos buracos negros”, trata de modo simples, tanto quanto possível, explica a relatividade especial e geral de Einstein e as equações de Schwarzschild que deram origem ao tema, os buracos negros são um dos temas fortes da astronomia atual e uma das fontes de investigação do mega-telescópio James Webb.
O livro começa contando um experimento realizado em 14 de setembro de 2015, quase cem anos após Einstein anunciar sua teoria da relatividade geral, dois detectores massivos, um em Louisiana e outro em Washington realizava um experimento de ondas gravitacionais quando detectar um pior audível, como um baque grave e cinco meses depois anunciavam que detectaram dois buracos negros em colisão formando um maior, a descoberta foi espetacular.
Tanto buracos negros como ondas gravitacionais eram previstas na Teoria de Einstein, nesta teoria o buraco negro é uma região do espaço-tempo (a noção de tempo e espaço absoluto já está superada) onde toda matéria próxima é atraída e é impossível de escapar.
Há um ditado popular que tudo que sobe deve descer, diz o autor, porém a ideia das equações de Schwarzschild é que nada pode subir apenas descer e no caso dos buracos negros para onde vão aquilo que deve descer, ou seja, o que acontece com o que é atraído pelo buraco negro.
Conhecemos a história da maçã que teria inspirado a lei da gravitação universal de Newton, o autor do livro sugere então uma maçã caindo em um buraco negro.
Uma maçã fora dos eventos do buraco negro tudo é estático, no horizonte destes eventos tudo é dinâmico, fluindo para uma singularidade abrangente (onde o espaço tempo muda dinamicamente de modo extraordinário, ali duas dimensões se comprimem e a terceira é esticada.
Stephen Hawking, famoso por propor equações do Big Bang, especulava que os buracos negros não são de fato negros, eles tem a sua cor (na verdade, fora do nosso alcance visual de cores do violeta ao vermelho) determinada pela temperatura, energia e entropia de sua superfície (se podemos chamar assim as duas dimensões, já que é espaço-tempo).
Esta introdução simplificada é desenvolvida ao longo de sete capítulos do livro, em detalhes astronômicos e suas equações, que exige certo conhecimento mais específico da física.
GUBSER, Steven S. O pequeno livro dos buracos negros, trad. Rosaura Maria Cirne Lima Eichenverg, São Paulo: Planeta, 2021.
Enxergando longe e cegando perto
Recentemente observatório especial James Webb enxergou a galáxia mais distante que o homem já pode observar, a galáxia chamada JADES-GS-Z13-0 (foto) está aproximadamente a 320 milhões de anos de anos do Big Bang, o que para nós é uma medida grande, para um universo de 13,5 bilhões de anos significa relativamente alguns segundo após o Big Bang (uma das teorias da formação do universo).
Por outro lado, assistimos a um mundo cada vez mais instável, mais injusto, impiedoso e perigoso, e com um perigo nuclear catastrófico próximo, parece que boa parte da humanidade trata como se tudo fosse uma normalidade, pouco se importando com o destino do planeta e do processo civilizatório que não está estagnado, mas regredindo em passos assustadores.
A estranheza desta descoberta do universo está ao mesmo tempo em que encontramos quantidades de Carbono e Oxigênio nestes corpos, o mesmo James Web descobriu um pouco depois que mais seis galáxias (Jades foi descoberta com outras três “perto”), que eram muito massivas onde se esperava no início do Universo corpos menores do que foram encontrados lá.
A descoberta mostrou que eles têm massas de aproximadamente 100 milhões de massas solares, enquanto o normal seria para galáxias mais jovens massas menores, a nossa Via Láctea por exemplo mais “velha” tem uma massa de 1,5 trilhão de massas solares.
Além disso é um berçário de estrelas, cerca de três sóis nascem lá todos anos, e suas massas são pobres em metais de substâncias químicas mais pesadas que o hélio e hidrogênio (lembremos que eles estão no topo da tabela periódica química a direita e a esquerda).
Se isto devolve a humildade ao conhecimento que temos do universo, o mesmo não acontece com cientistas sociais, antropólogos e paleontólogos, que quanto mais descobrem sobre a nossa origem no planeta, por exemplo que neandertais e o homo sapiens conviveram e até se cruzaram criando uma humanidade diversa, pouco tolerantes estamos com raças e culturas.
E a intolerância significa menos paz, mais perigos e agora não temos pedras, machados e arcos, temos armas nucleares e perigosas usinas atômicas que estão sujeitas não só aos limites humanos, mas também aos naturais e geológicos.
A geosfera e biosfera dependem hoje como nunca antes na história da noosfera e daquilo que cultivamos como cultura civilizatória e como visão das outras culturas e raças.
A questão da consciência do Ser
Graças a novo e surpreendente avanço das máquinas de inteligência profunda (deep learning) a questão da consciência, que já era pensada na filosofia, agora espalha-se por todas áreas do pensamento, e o que tratamos nos posts anteriores tratam disto também.
Agora trata-se de decidir se é possível pensar a consciência apenas como algo lógico e instrumental, então a máquina através de algoritmos profundos e elaborados em diálogo com humanos poderia alcançar este patamar, se algo além, que reformulamos na categoria para-si, então temos que pensar numa consciência do universo e ela não pode ser uma coisa, mas um Ser.
Porque há algo e não o nada é uma questão levantada desde Leibniz, que a resolve através da mônada, e Deus é (seria) a “Mônada das mônadas” (a frase é de Hegel, sic!), depois o universo foi colocando em movimento, depois num espaço-tempo quântico, o Big Bang, e agora o telescópio James Webb capta uma imagem que seria de uma possível origem do universo, com muitas galáxias, algo está errado.
Em artigo publicado na revista Nature em 22 de fevereiro, “A population of red candidate massiva galaxies 600 Myr after Big Bang”(Labbé at all, 2023) (Myr, milhões de anos luz) indica que próximo ao big bang já haveriam galáxias massivas e não as primeiras formações das nebulosas, por exemplo (ver nosso post), então será que já havia um universo em formação deste o início ?
Independente disto permanece a questão: quem o que ou que mistério envio o início de tudo.
Assim como não se pode falar da ética sem a metafísica, ela não é algo substancial e sim espiritual, também não se pode falar da consciência apenas como algo natural, baseada na experiência.
Partindo da fenomenologia husserliana, o seu discípulo Heidegger elaborou a consciência assim: fenomenologia (experiência) da consciência não é um caminho que se encontra ante a consciência natural e que a conduz em direção do absoluto, como um itinerarium mentis in deum (HEIDEGGER, 2007, p. 169), antes é o curso que segue o próprio absoluto no caminho à verdade do seu aparecer completo. (HEIDEGGER, 2007, p. 169)
Mas Heidegger segue como em todo o edifício moderno, tem a questão do saber como pilar da consciência natural, não admite uma consciência revelada transcendente (para-si), sendo assim um saber que ainda não realizou em si toda a verdade (HEIDEGGER, 2007, p. 169).
Assim trata-se de negar a verdade revelada como verdade, embora sua consciência permaneça ligada ao Ser (é ontológica como seu pensamento), não há possibilidade um puro Ser primordial, um Ser-para-si, onisciente e onipotente, então ficamos olhando para a imagem do telescópio.
Há uma para-si transcendente que envolve esta questão, e assim uma consciência que se projeta além até mesmo do início do universo, e que ao mesmo tempo é presente em cada ser-em-si.
HEIDEGGER, Martin. Hegel. Traducción de Dina V. Picotti C. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.
Qual é o locus divino
Claro o locus divino é anti espacial e temporal, mesmo a física quântica moderna desenvolveu a teoria da dimensão espaço temporal como única dimensão e onde há dobras no tempo, mas é provável que a física ainda fará descobertas maiores que os caminhos de minhoca (wormholes), dimensões de viagem aceleradas no espaço e mudará nossa visão cósmica do espaço.
As últimas descobertas do James Webb, o telescópico que olha para a origem da criação, já enxerga naquilo que os astrônomos chamam de pilares da criação, as novas imagens (19/10) mostram formações que parecem rochas, mas que são nuvens de gás e poeira de dimensões astronômicas, onde se formas estrelas e corpos celestes, numa espécie de berçário.
A nova imagem, com uso do recurso do infravermelho do James Webb [e possível observar melhor a poeira nesta região de formação das estrelas (Imagem da NASA acima), melhorando a imagem a esquerda de 2014 do telescópio Hubble, sendo a da direita a imagem do James Webb.
No plano da cosmovisão escatológica, aquela que estuda o início e fim da humanidade, é possível imaginar que através de uma “dobra do tempo”, ainda estamos presos a física de Einstein, esta nuvem se forma e dá início a um desenvolvimento de estrelas, supernovas e galáxias no universo.
O plano divino é ainda mais amplo, desde o tempo de Jesus os homens queria sabem em que tempo o “reino de Deus” se formaria, uma dimensão terrena em que nossa condição humana seria elevada a um nível de felicidade e prosperidade que alcançasse a todos, “onde jorra leite e mel”, porém a resposta do mestre agradava pouco os que queriam algo mais palpável.
Diz a leitura em João 1,20-21 eles queriam saber o momento deste “reino” e Jesus respondeu: “o Reino de Deus não vem ostensivamente, Nem se poderá dizer ‘está aqui ou ´está ali, porque o Reino de Deus está entre vós”, quer dizer deve se realizar entre os homens, então ainda irá haver muitas mudanças na dimensão humana e terrena até este estágio.
E a passagem diz claramente que antes disto o filho do homem (Jesus que é uma presença de Deus entre nós dita acima), deverá ser rejeitado e sofrerá muito.
Assim é preciso encontrar espaços de solidariedade e fraternidade entre os homens onde estas sementes de vida plena se desenvolvam, os homens se entendam e olhem com amor para o seu semelhante, sem desprezo ou exclusão.
Assim este reino está próximo onde há Amor e fraternidade e longe onde há cobiça e exclusão.
O Anel de Einstein e as esferas
Foi o filósofo Sloterdijk o primeiro a criar a relação do homem com suas esferas, do ventre materno ao planeta, ele tem grande parte de razão, também ao criticar a razão cínica, aquela que justifica a realidade esférica está em grande parte correto, é uma metáfora, mas muito boa.
Pensemos no feto, que fica dentro da esfera do útero até sair e olhar a sua ex-esfera a mãe, sentirá por um período longo ainda a dependência dela, acontece que esta realidade sociológica, antropológica, semiótica tem propriedades topológicas próprias que estão encobertas na razão cínica.
Uma delas é entender que há uma relação imunológica que tem como finalidade primordial proteger, nutrir, capacitar e imunizar o homo de um exterior sapiens desconhecido, como o bebê que ao nascer depende da mãe, ele precisa de sua proteção imunológica.
A busca de outros espaços, habitar a lua (a nova missão a ela encontra dificuldades) e a marte (os astronautas pensam que seria horroroso viver lá) não resolve a relação esférica planetária, em crise, é preciso abrir-se ao outro e sair da cabana, alguns psicólogos especulam sobre a síndrome da cabana, que a pandemia acelerou, não querer sair de um ambiente protegido, esférico.
O super telescópio James Webb fotografo o anel de Einstein em um lugar bem distante e fisicamente inalcançável pelo homem (imagem), ao menos nas condições tecnológicas atuais, e a previsão do físico foi “fotografada” (na verdade os instrumentos são de frequências e não de “fotos”) com uma precisão formidável, dá para estender a metáfora de Sloterdijk.
A teoria Gerald a Gravidade de 1916 revolucionava a física criando uma física que afirmava que a gravidade é uma curvatura do contínuo espaço-tempo causada pela massa dos objetos, quase dois objetos massivos estivessem perfeitamente alinhados com a Terra este espaço-tempo desviaria os fótons formando anéis em todo do alinhamento destes dois objetos.
Um físico inglês chamado Sir Oliver Lodge sugeriu que este fenômeno de um campo gravitacional massivo não só desviaria a luz de um objeto atrás dele, como também a ampliaria formando uma lente gravitacional e a foto recente do James Webb confirma este fenômeno.
Qual é a metáfora, esferas massivas imunológicas, culturas, religiões ou ideologias cujo objetivo é proteger-se quando próximas (ou em rota de colisão que torna a metáfora mais complicada) não só formam um campo gravitacional forte que atrai os corpos a volta, não só distorcem o espaço-tempo, mas são também lentes que se observadas com cuidado permitem ver o que está atrás.
Assim é tempo de enxergar além das diferenças, das imperfeições dos modelos esferológicos e possibilitam uma atração gravitacional que ajude a entender melhor o processo civilizatório.
As 5 primeiras imagens do Observatório James Webb
Chegaram as primeiras imagens coloridas do James Webb, de fato são incríveis e também as ferramentas disponíveis para os usuários, além é claro de todos os recursos internos dele.
Um alvo histórico era o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, está na constelação de Pegasus, como diz o nome são cinco galáxias, quatro das quais fazem uma dança entre elas e duas estão bem próximas.
O nascimento no chamado Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda resultado de oito explosões de um antigo sol agora reduzido a uma anã branca.
Um autêntico “berçário” de estrela, os pontos brancos dentro de uma enorme “montanha mística” feita por elementos que “alimentam” a formação de estrela, a chamada nebulosa Carina.
As outras imagens igualmente espetaculares foram o primeiro exoplaneta gigante, mais ou menos metade do tamanho de Júpiter, de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que foi mostrado com uso dos recursos internos o espectro de elementos presentes nele, isto é, se tem água e outros elementos químicos que o compõe.
E por fim uma quinta imagem foi mostrada do aglomerado de galáxias, SMACS 0723, que funciona como se fosse uma lupa cósmica para enxergar e ver como são outras galáxias e está é só a primeira.
O uso de uma ferramenta de zoom disponível permite que você escolha o alvo (escolha acima o quadro JWST e aparece a opção das 5 imagens) e faça o passeio viajando milhões de anos-luz e tendo uma experiência parecida aos cientistas.