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Redes sociais e confusionantes

14 out

Ao receber uma lista de 378 livros livres para download, disponíveis no blogmidia8, enviado por um aluno, me veio a mente imediatamente os “confusionantes”, aqueles termos que podem ser tudo ou nada e há muita divagação a respeito,  foi usado pelo Professor  Lucien Sfez, titular de Ciência Política da Universidade de Paris I, Pantheón, Sorbonne (no livro: A comunicação. Lisboa: Instituto Piaget, 1991).

Mas o que acontece com a “rede” não é específico dela, também em questões clássicas como materialismo, modernidade, iluminismo e tantas outras enfrentam-se os mesmos problemas, como um materialista envergonhado que dizia o termo não ter nada a ver com consumo, ora bolas tem sim, apenas não é uma definição clássica.

A teoria marginalista do consumo, herdeira da teoria marginalista geral, toma como  base a maximização da satisfação individual, isolando o indivíduo do conjunto das relações sociais, e tanto para os “neoclássicos” quanto para o pensamento “clássico”: “O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e intelectual em geral”, de onde ambos recorrem ao materialismo para fundamentar qualquer análise social subsequente.

Isto é particularmente importante, porque não vê e nem pode ver o indivíduo como um todo, o SER que sem visão ontológica poderá levar, ou como dizia Milton Santos citando Bruno Latour, a todos “nós, pobres sujeitos-objetos, humildes sociedades-natureza, pequenos locais-globais, sejamos literalmente esquartejados entre regiões ontológicas que mutuamente se definem e, entretanto não mais se assemelham às nossas práticas”, no seu livro  A Natureza do espaço: técnica e tempo: razão e emoção, da editora Hucitec em 1996 .  Muito citado, mas nem sempre entendido.

A parte das confusões intelectuais, as redes são possibilidades de trabalho que estão relacionadas a estruturas abertas, participativas, democratizadas, com menor grau de hierarquização, ainda que esta subsista por herança social, indicando ampliação de espaços públicos de convivência.  Três perguntas fundamentais podem haver sobre as redes: há alguma relação de diálogo e feedback ? Quem decide ? Quem detém as informações ? As pessoas são levadas a colaboração ou a competição ? As diferenças são suportadas ? Há fluxo na informação ? Quem seriam os nós e os elos (brokers) ? 

Muita gente escreveu “teorias” sobre as redes, mas a listinha do meu aluno é muito prática.

 

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