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Uma consciência líquida da modernidade líquida

29 nov

Apenas por ossos do ofício fui ler a Modernidade líquida de Zygmunt Bauman (sociólogos, religiosos e pensadores estão lendo), e tudo o que fica é um saudosismo de uma modernidade que nunca existiu, de um estado que nunca aconteceu, não só no mundo capitalista mas mais ainda no mundo socialista, do qual o regime polonês foi a caricatura mais triste do que seria um mundo de maior igualdade, e principalmente de respeito pela pessoa.

A modernidade esqueceu do Ser, e criou um mundo de leis, códigos e valores (dos quais Bauman sente falta) que estão longe de representar de fato a totalidade do homem, por isto careceu de valores ontológicos, e só poderia se desmanchar, mas isto não significa que o ser se desmanchou, este está incomodado justamente por uma sociedade “legal” mas de valores que não falam do Ser.

Incapaz de fazer uma crítica justamente ao modelo de valores que vivemos, por exemplo, a ausência de subjetividade, de respeito a valores religiosos e culturais, todos “tragados” por uma falsa visão de liberdade que é a visão neoliberal e populista-social, ambas em moda no processo atual, salvo raros casos do mundo oriental e árabe.

Na ausência de crítica ao modelo de estado, de moralidade e de ética, Bauman sai pela crítica fácil ao Facebook, Twitter e comportamentos sociais, mas não vincula estes a uma sociedade totalmente criada e fundamentada nos valores da modernidade, do iluminismo e do enciclopedismo.

Ausência de valores ontológicos, esquecimento do ser, desprezo por valores culturais, religiosos e sociais não são vinculados a uma estrutura social que impele o Ser a isto, quem é o culpado, a consciência líquida que o sábio sociólogo julga estar fora dela, mas é um digno representante.

 

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