O papa trouxe temas políticos ou religiosos ?
No fundo não importa, se alguém está dizendo algo sobre a atualidade estará dizendo algo político, e, se algum político trata de temas importantes, ele está re-ligando a algo que crê, mesmo sem ter alguma crença professa estará dizendo algo que crê.
Em tempos difíceis, em épocas de transformação social e cultural, estas figuras emergentes dentro do caldo político ou, sobre alguma luz divina, os leve a proclamar demandas urgentes e previnir perigos.
O papa defende o que chama de “cultura do encontro”, do diálogo, defendeu o estado laico e reconheceu que a atual sociedade exclui velhos e jovens.
Dou um exemplo concreto, nada mais religioso do que o cético e acadêmico Edgar Morin dizer: “No fim das contas, tudo é solidário. Se você tem o senso da complexidade, você tem o senso da solidariedade” (Morin, 2007) e nada mais político do que ouvir do papa: “Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente à injustiça, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam da corrupção com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício” ai visitar a comunidade de Varginha no Rio de Janeiro.
Assim não há limites tão estreitos entre a política e as crenças, como seria desejável para alguns, na rede os nós conectados não são uniformes e muitas vezes a convergência e divergência de valores não importam muito, haverá sempre uma convergência em alguma direção.
Isto não é anárquico nem rebeldias sem causa, com certeza causas existem e estão todas aí para quem for honesto e usar os óculos da justiça e da verdade, é um desejo de mais cidadania.
O que não existe é uma perspectiva certeira, mas pode ser que a rede também ajude isto.