O choque do futuro chegou ?
Em meio a tantas possíveis mudanças, mas sem que hajam forças suficientes para implementá-las ficamos na revisitação de teorias e ideias passadas, e eu também não escapo disto.
Uma das leituras de minha juventude foi “O choque do futuro” de Alvin Tofler, como todo interprete é um traidor de uma obra, e tentando escapar disto, cito o próprio Toffler:
“Em 1965, num artigo publicado na revista Horizon, inventei a expressão ‘choque do futuro’ para descrever a tensão arrasadora e a desorientação que causamos aos indivíduos ao submetê-los a excessiva mudança num espaço de tempo demasiado curto.” (Toffler, 1970, p. 8)
Ele vai dizer que o choque do futuro tem o perigo de uma doença autêntica, “da qual já padece um número cada vez maior de pessoas”. (idem, p. 8) “acerca da adaptabilidade tanto aqueles que exigem e provocam grandes mudanças na nossa sociedade” (idem, ibidem).
Com isto devemos faze uma pergunta, na lógica do discurso de Toffler, e que ele também pergunta , que é a de “ estarmos à altura dessas mudanças.” (Toffler, 1970, p. 8).
Para entender isto, ele volta ao EUA em período de reaceleração, no pós-guerra e vê uma sociedade se readaptando: “Cerca de 1956, os Estados Unidos tornaram-se a primeira grande potência em que mais de 50%da força de trabalho não agrícola deixou de usar a ganga característica do labor fabril ou manual” (Toffler, 1970, p. 20).
E faz uma importante constatação: “Se a desaceleração é uma nova força social, a transitoriedade é o seu equivalente psicológico, e se não compreendermos o papel que ela representa no comportamento humano contemporâneo, todas as nossas teorias de personalidade, e toda a nossa psicologia permanecerão irremediavelmente pré-modernas. (Toffler, 1970, p. 23).
Continuaremos lendo Toffler, aguardem, mas uma conclusão parcial é crescer a qualquer preço, pode significar um preço alto demais.
* TOFFLER, Alvin. Choque do futuro. Lisboa : Edição Livros do Brasil, 1970.