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Entre a ciência e a superstição
Sempre que o tempo se altera: chuvas, enchentes, tempestades, furacões e agora vulcões e terremotos alguma coisa nos preocupa, é preciso separar aquilo que de fato é sobrenatural do natural que existe mesmo que catastrófico, a ciência ajuda, mas nem sempre tem respostas prontas.
Foi assim como problema da Covid-19 e está chamando a atenção agora o vulcão de La Palma por sua imprevisibilidade, porém ele tem ajudado a ciência que tem coletado um número bem maior que em outras erupções e sua variação também ajuda a estudar diversas influências, forma do solo, os terremotos e temperaturas próximas ao vulcão, o tipo de solo (no caso lá com várias fissuras em profundidade) e o tipo de efusão da lava.
Um recente artigo de opinião, a vulcanologia não é uma ciência que consiga fazer previsões, na verdade na opinião de físicos como Werner Heisenberg e filósofos como Edgar Morin suas previsões mesmo que possíveis são hipóteses, porém no caso da vulcanologia o Cumbre Vieja, vulcão de La Palma, tem ajudado.
Um artigo publicado na revista Science e que foi motivo de matéria no jornal El Pais, do pesquisador Marc-Antoine Longpré elaborou uma série de opiniões, entre elas que: “A previsão de curso prazo baseia-se na tecnologia e no reconhecimento de padrões de comportamento dos vulcões, bem como no aprimoramente constante, à medida que os vulcanologistas reúnem mais dados”, como é o caso desta erupção do Cumbre Vieja, em La Palma, nas ilhas Canárias.
O artigo publicado na prestigiosa revista Science, começa explicando que o mesmo teve 50 anos de repouso e historicamente é o mais ativo das Ilhas Canárias, entrou em erupção no dia 19 de setembro de 2021, e completará um dos mais longos períodos de erupção no dia 19 de dezembro, quando atingirá 3 meses de erupção e o artigo informa que a mais longa que se tem registro foi de 3 meses e 3 semanas.
Porém os padrões sísmicos se iniciaram na data de 11 de setembro, fiz o artigo: “o número de terremotos detectados aumentou rapidamente para várias centenas por dia, dos quais apenas um subconjunto foi localizado”, e agrupados em profundidades muito menores (<12 km) e de sismicidade menor que a anterior (em torno de 3 a 4 graus na escala Richter), e com um deslocamento para a área do vulcão que entrou em erupção no dia 19, isto já marca um padrão para erupções (veja os gráficos do autor).
Outro fato observado foi o aparecimento de duas fissuras, além da elevação do solo e a formação do cone vulcânico, cada fissura medindo cerca de 200 m de comprimento, a 1 km acima do nível do mar e 2 km da aldeia El Paraèso que foi rapidamente evacuada sem chegar a atingir os moradores.
O autor informa que a erupção não mostra sinais de diminuição, e fala do drama social para a população local e compara dizendo que é semelhante ao Kilauea, e pergunta se as partes interessadas, claro está incluindo os interesses financeiros e políticos, se a longo prazo será possível reduzir permanentemente o risco associado ao desenvolvimento urbano nos flancos do Cumbre Vieja?
Este é o fato social importante, prevenir mortes como aconteceu recentemente com a erupção do Vulcão Semeru na Indonésia onde foram registradas 14 mortes (hoje subiu para 34), o artigo foi profético neste sentido, uma vez que foi publicado dias antes desta erupção, sim são possíveis coisas extraordinárias e até mesmo sobrenaturais, mas quem tem autoridade para afirmá-las ? é preciso evitar fake news e clima de terror que em nada contribui, porém a cautela, como é o caso da Pandemia, é necessária e prudente.
Em queda, mas a pandemia não acabou
Citamos na semana passada a preocupação com casos em evolução em alguns países como a Rússia e Inglaterra, onde uma variante do vírus está sendo estudada com preocupação, também os países mais pobres tem recebido menos vacinas que as prometidas por doação, e já entendemos que a Pandemia é global, isto é, há uma influencia de regiões menos vacinadas em outras que mantém um alto nível de imunidade, politicas para o futuras pandemias já levam estes fatores em consideração.
Alguns países continuam com alto nível de mortes, apesar da vacinação, nos EUA em torno de 1700 mortes diárias na última semana, no resto mundo está em queda, porém com a presença de mortes, no gráfico acima com registro de mortes do dia 23/10 (sábado) em número absoluto de mortes, o Brasil, seguido da Índia, do México e depois a Rússia.
A grande preocupação da OMS é com relação as promessas de doações de vacinas aos países mais pobres que não estão sendo cumpridas. a notícia não é deste blog, mas da própria OMS, pois ela tem se posicionado contra a terceira dose, pois de acordo com a reportagem The People´s Vaccine feita na BBC, uma aliança de instituição de caridade divulgou que apenas uma de cada sete doses prometidas de vacinas por empresas e países ricos, chegou de fato às nações mais pobres.
Na reportagem, na entrevista de Bruce Aylward ele afirmou: “Nós realmente precisamos acelerar ou sabe o que vai acontecer? Esta pandemia vai durar mais um ano do que precisa” alertou, e isto se deve ao fato que mesmo com medidas de isolamento estamos sempre conectados, e qualquer comunicação (não só de pessoas, mas de produtos e de qualquer material biológico como frutas e víveres) pode ser transmissores em condições específicas
No Brasil o número de doses da vacina está chegando um reforço na campanha de vacinação contra a Covid 19, um lote de 1,7 milhões de vacinas Pfizer/BioNTech chegou na sexta (22/10) feita e outras iguais quantidades já haviam chegado totalizando um total de quase 5 milhões de vacinas.
Também os insumos para a AstraZeneca foram recebidos pela FioCruz que produz a vacina no país, o desembarque do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) chegou para a produção de 5,6 milhões de doses com desembarque previsto para as 5h50 da manhã de domingo.
A vacinação em primeira dose chega próximo a 153 milhões de doses, enquanto a segunda dose (ou dose única) chegou a pouco acima de 109 milhões de vacinados, a média móvel de mortes está pouco acima das 300 mortes diárias, com uma tendência de queda podemos supor que estaremos abaixo de 100 mortes diárias no início de dezembro.
Boa notícia e precaução
Cinco estados brasileiros não registraram morte por Covid 19 nas últimas 24 horas, porém já ultrapassou os 600 mil óbitos e contabiliza 21.575.820 infecções, a média móvel está abaixo dos 500 óbitos e mais de 60% da população adulta já recebeu as duas doses ou dose única da vacina.
O principal perigo é que o stress do período de medidas sanitárias provoque um relaxamento na população, as medidas sanitárias continuam obrigatórias e este é o momento exato para não relaxar e ser resiliente.
A precaução deve-se ao problema mundial da pandemia, os dados globais da OMS indicam 52.929 infecções no dia de ontem com uma queda semanal de 17,64% e um total de 818 mortes (mais de 42 na semana) com uma queda semana de 21,26% (veja o gráfico), ambas mais acentuadas que as semanas anteriores.
Em muitos países já se verifica um relaxamento nas medidas sanitárias, é preciso a consciência que isto afeta o mundo todo, uma vez que voos e a mobilidade mundial começam a ser relaxados, e sem as medidas de precaução tomadas por todos pode tornar a queda mais lenta, e também é preciso lembrar o final do outono e início do inverno no hemisfério norte.
As precauções sanitárias como lavas as mãos e continuar usando máscaras e álcool gel, evitar aglomerações e distancias quando em atividades coletivas (os transportes públicos continuam a ser um problema), e evitar o costumeiro problema de final de ano de consumismo.
Um Natal mais digno e menos suntuoso será mais digno da data e evitará o desespero de gastos e consumo tradicional dos fins de ano.
Que o retorno a normalidade seja também um retorno a serenidade, a empatia e a solidariedade.
Para evitar uma quarta onda
O mapa ao lado, oficial da OMS indica claramente as três ondas da Covid, as novas variantes e uma resistente Pandemia exigem um esforço final para que seja possível pensar um 2022 sem as restrições que são incomodas, é óbvio, mas ainda necessárias.
A pequena cidade de Florai no noroeste do Estado Paraná ilustra bem a necessidade deste cuidado, a pequena cidade de pouco mais de 5 mil habitantes recebeu uma etapa de um campeonato de handebol e antes com apenas dois casos viu subir para 68 em uma semana.
Olhando o gráfico da OMS e os dados do Brasil, estamos com uma média móvel de mortes acima dos 500 em uma queda ainda muito lenta, o que mais se fala é na possibilidade de flexibilização das medidas, que em muitos casos já vem acontecendo, porém os cuidados ainda continuam.
O Brasil chegou a 65% de vacinação da primeira dose e pouco mais de 37% para a segunda dose, se observarmos os dados de julho quando já havíamos chegado a casa dos 30% de vacinados, pode-se notar que há uma lentidão especialmente na segunda dose sem qualquer explicação.
A Europa entra no seu outono, enquanto o hemisfério sul na sua primavera, é de esperar que no calor a proliferação do vírus diminua, porém se os cuidados se mantiveram e a vacinação evoluir.
O grande perigo na Europa, e que não vejo nenhum comentário ou preocupação, são as doenças oportunistas, ou seja, clinicamente são aquelas infecções causadas por micro-organismos que mesmo em pessoas com imunidade normal, devido a outras doenças podem causar infecções ou mesmo quadros imunodepressivos em pacientes convalescentes ou que passaram pelo contágio, afinal são mais de 200 milhões de pessoas que já tiveram o contágio do vírus, em todo planeta.
No começo da Pandemia a OMS havia alertado para o problema de tratar do pós-covid em muitos pacientes, porém o tema foi esquecido e como não são casos isolados, um tratamento em massa seria necessário, o que podem vir pela frente é difícil de saber sem uma pesquisa médica, mas não difícil de imaginar, seria como se fosse uma nova epidemia pós-Pandemia, deixo para os médicos.
Precisamos sair fortalecidos ao menos em termos de saúde, em termos de solidariedade muitos dos analistas mundiais já jogaram a toalha, não fomos capazes de tratar um problema comum como tal, parece que é um problema do outro, daqueles que tiveram a doença, claro não para todo mundo, há uma reserva moral na sociedade que garante ainda uma esperança futura.
A variante Delta ainda preocupa
Os casos da variante Delta e da nova variante Alfa, que veio do Reino Unido ainda preocupam, é necessário monitoramento, controle de movimentação, e no caso do Brasil o estado do Ceará que tem 43 casos dá um exemplo, tendo criado um centro de monitoramento e triagem para viajantes, o Ceará tem 43 casos da Delta e já há um caso da variante Alfa vinda do Reino Unido.
Os casos do Ceará são 24 mulheres e 19 homens, a maioria (33) são entre 20 e 39 anos, o que faz sentido pois são as idades que a segunda dose ainda está acontecendo, há casos vindo de Nova Friburgo (RJ) e São Paulo, e os outros são residentes em 20 municípios diferentes do Ceará, todos tiveram sintomas leves, moderados ou assintomáticos.
É um momento de cautela e a flexibilização de muitos governos estaduais pode ser prematuras, a curva de mortes e infecções está num patamar estável, e com a vacinação a expectativa era que fosse de queda.
Conforme informou o consórcio de veículos de imprensa, o número de pessoas que receberam a primeira dose é de 122 milhões enquanto 54 milhões tomaram as doses necessárias (uma vacina usa só uma dose), eram os dados do último sábado (21/08).
Como a segurança para a variável delta é necessária a imunização completa, o número exato de 54.890.099 pessoas (24,92%), o que dá um quarto da população é muito baixo para as novas variantes Delta e Alfa (que já começam avançar no país), a possibilidade de chegar a 60% de imunes é ainda distante, setembro será um mês fatal, e o patamar de infecções e mortes é ainda alto e estável.
Alguns estados estão um pouco acima Mato Grosso do Sul (40,59%), São Paulo (32,40%), Rio Grande do Sul (31.62%) e Espírito Santo (28,33%), os demais estão próximos ou abaixo da média de 25% de imunização completa, segundo o consórcio dos órgãos de imprensa.
Os dados recentes indicam que o Sudeste puxa a curva de infecção para cima em 7%.
Devemos aprender com os países do sudeste asiático vem as infecções crescerem devido a baixa taxa de vacinação, mesmo países como China, Japão e Coreia do Sul estão vendo surtos crescentes, conforme informa o site da CNN, dados de O Globo indicam os dados de alguns países da região, em azul as infecções e em preto o número de mortes (figura).
O perigo da variante delta e vacinação
Crescem as preocupações com a variante delta do coranavirus, a indicação é que algumas vacinas podem não estar combatendo esta variante, o número crescente de infecções, mesmo em países com vacinação avançada, é preocupante.
O diretor da OMS Tedros Ghebreyesus, afirmou dois dias atrás aos vários órgãos de imprensa em uma coletiva: “Novos casos de contaminação e mortes continuam a subir. Foram 4 milhões de novos casos em uma semana. Nesse ritmo, vamos ultrapassar a marca de 200 milhões de infectados em duas semanas, sendo ainda que sabemos que esse é um número subestimado”, apontou.
Desde a terceira semana de julho, a Europa e Estados Unidos voltaram a registrar um crescimento de infecções devido a variante delta.
Até mesmo na China, que havia controlado a pandemia este número voltou a crescer, ainda pequeno (200 casos), mas já está espalhado por diversas regiões, o surto começou na cidade de Nanjing de 9 milhões de habitantes, o aeroporto foi fechado e toda cidade será testada.
No Brasil a média móvel está abaixo das mil mortes diárias, cai lentamente na medida que a vacinação avança, mas os casos da variante delta já aparecem no país, e preocupam a real eficácia da vacina em relação a esta variante, há um monitoramento precário em alguns estados, a testagem deveria começar imediatamente e em massa, não há indícios.
A ideia de flexibilizar as medidas continua e provavelmente não voltarão atrás até novo surto, só um estado (o Rio de Janeiro) registra alta, 8 estados em estabilidade e 15 em queda (São Paulo é um destes).
A OMS e o Banco Mundial pedem a urgência de aplicação das vacinas nos países pobres, a média em países de alta renda é de aplicação de 98,2 doses a cada 100 habitantes; enquanto nos de baixa renda, número é de 1,6 dose a cada 100 pessoas.
Independente da eficácia das vacinas, a vacinação deve continuar e as restrições também.
Vacinas e a variante delta
O número de vacinados no Brasil se aproxima em 50% na primeira dose (46,7%) e 20% na vacinação total (17,6%) entretanto a eficácia das vacinas para a variante delta está sendo estudada na semana que passou o Instituto Butantan iniciou estudo para ver a eficácia da CoronaVac.
A variante delta pode provocar uma quarta onda, o alerta é da OMS que pede que não sejam flexibilizadas as medidas de distanciamento, uso de máscaras e controle de aglomerações sociais.
O monitoramento feito no país registrou e localizou 145 casos confirmados desta variante no Distrito Federal e nos estados: Maranhã, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A curva de mortes continua a cair lentamente no Brasil (veja foto).
Um artigo publicado na revista científica New England Journal of Medicine aponta que as vacinas Pfizer e AstraZeneca protegem contra as variantes Alfa e Delta, especialmente após a segunda dose, segundo o artigo a Pfizer evitou 88% dos casos sintomáticos e a AstraZeneca 67%.
Já o departamento de Saúde do Reino Unido (PHE em inglês) divulgou um estudo feito com mais de 1 milhão de pessoas em grupos de riscos e apontou que com duas doses a eficácia destas duas vacinas sobem para 93% e 78% respectivamente, quando se trata de pessoas de 16 a 64 anos.
Na Holanda o governo anunciou que vai voltar a impor restrições a boates, festivais e restaurantes, estas restrições haviam sido retiradas em junho, mas o quadro de infecções pirou com 7 mil registros da doença na última semana, antes os casos já eram de menos de mil.
O quadro é um revés para Espanha e Portugal que almejavam a retomada do turismo.
O momento é de tentar incrementar a vacinação de olho na eficácia e muita cautela.
Um século de Vida: Edgar Morin
No dia de hoje (08/06/2021) o filósofo, educador, historiador e geógrafo francês Edgar Morin, nascido em Paris como Edgar Nahoum, adotou o codinome Morin depois que lutou na resistência francesa ao nazismo.
O jornal francês Liberation, publicou na quinta-feira (03/06) alguns trechos de seu novo livro que será lançado nesta semana, na França, “lições de um século de vida” (“Leçons d´un siècle de vie”, editora Denoel), com alguns trechos do livro, chamando-o de avô de todos os franceses.
No livro Morin diz que quando não estiver mais vivo, espera que as pessoas consigam se se “amar umas às outras e a si mesmas, em vez de continuar nessa regressão ocidental marcadas por neototalitarismo em gestação, e não deixa de citar a China.
No momento em que o mundo se fecha, e a questão identitária se torna relevante, pois divide os povos, Morin refletindo sobre suas próprias origens destacou em seu livro, conforme o Liberation: “Todo mundo tem a identidade de sua família, de sua aldeia ou cidade, a de sua província ou etnia, a de seu país e a maior, de seu continente. Cada um tem uma identidade complexa, ou seja, somos únicos e ao mesmo tempo plurais”, não se trata só de “tolerar” e sim de “amar” o Outro.
Alerta que “a história humana é relativamente inteligível a posteriori, mas sempre imprevisível a priori”, lembra a crise de 1929, a ascensão de Hitler e do nazismo, a desintegração da ex-União Soviética e o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, suas reflexões sobre aquilo que chamou de “stalinia”, sobre a qual segundo o Liberation escreveu em seu livro: “Minha estadia de seis anos no universo stalinista me educou sobre os poderes da ilusão, do erro e da mentira histórica”.
Porém está longe de ser pensado como um conservador e mesmo um reformista, sempre sonhou com uma mudança estrutural na humanidade, que deve partir de uma mudança de mentalidade, do pensamento e da cultura, e reflete também sobre o populismo e o absolutismo religioso.
Aguardemos o livro, como sempre, trará novas reflexões, talvez até mesmo confissões de Morin.
No Brasil, em Brasília o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasilia (CDS/ UnB) também lançara um livro com os 15 melhores artigos sobre Edgar Morin, já selecionados, em parceria com o SESC/SP, apoio da Cátedra Regional de Complejidad y Condición Humana de la Universidad CLAEH (Uruguai) (a imagem usada acima) e do EHESS/CNRS do qual Morin é pesquisador emérito.
Com 100 anos ainda revela uma lucidez inigualável nesta idade, e uma vitalidade e sabedoria únicas, félicitations Morin.
Curva em queda, mas vacinação fica lenta
Apesar da curva de infecções e média de mortes (veja a curva), o problema começa a ser a segunda dose que está em estável em 12% na última semana, alertamos que o problema pode piorar pois o número de doses da AstraZeneca e Coronavac deveriam aumentar por causa da segunda dose.
O número de casos confirmados na sexta feita era de 54.101 e a média móveis dos últimos 7 dias era de 50.905 infecções (em 14 dias um recuo de 30%), o número de mortes apesar de continuar alto está abaixo de 2 mil mortes, e não há nenhum estado em alta, também as UTIs começam a ser desafogados, as regiões mais graves estão em torno de 70% as internações, mas em queda.
As polêmicas de vacinas vencidas, e o caso da Janssen que teve muitas vacinas congeladas (elas necessitam de um sistema especial de temperatura de -2ºC) porém são seguras afirma o Ministério da Saúde, além e Belo Horizonte agora também Campinas aplicou doses da vacina em moradores de rua, uma medida humanitária elogiável, já que esta vacina imuniza em uma única dose e estas pessoas tem dificuldades com medidas sanitárias.
Os casos de vacinas vencidas estão sendo identificados em diversas cidades, alguns locais como a cidade do Rio de Janeiro houve registro errado no sistema, a situação não está fora de controle e em vários casos uma nova vacinação já está sendo feita, é importante verificar com precisão os casos em que a vacina realmente estava vencida, onde houve erro de sistema e o número exato.
O caso da compra da vacina indiana Covaxin tornou-se centro da crise política do governo por denuncias de corrupção, a negociação foi suspensa pelo Ministério da Saúde e a compra deverá ser cancelada, além dos políticos também a CGU deve prosseguir no processo de investigação.
O problema grave é a lentidão da vacinação, alertamos que em julho diversos fatores poderiam colocar o processo em cheque, a necessidade da segunda dose, que chegando ao município é imediatamente disponibilizada para vacinação.
O secretário executivo do Conselho Nacional das Secretarias Municipais (Conasems) explicando também o caso das vacinas vencidas garantiu que as vacinas chegando são imediatamente disponibilizadas para a população, portanto o problema é o controle da Anvisa e a disponibilidade.
Mauro Junqueira, o secretário da Conasems entretanto esclareceu que nem sempre é possível um controle direto no tablet ou sistema computacional, as vezes é feito no papel e depois colocado no sistema informatizado, a diversidade de municípios no país explica isto facilmente.
Insistimos na necessidade de aumento da produção de vacinas para o mês de julho, o número da última quarta-feira segundo a CNN foi de 3 milhões de doses da vacina Janssen, 3,33 milhões do imunizante da Pfizer e outras 7,15 milhões do produto AstraZeneca/Fiocruz, total 13,5 milhões.
A terceira onda é atenuada no Brasil
Postamos aqui que era possível atingir números de vacinação próximos a 50% até o final de junho e que a primeira semana era decisiva, os dados indicam uma inversão da curva, mas é preciso não vacilar e continuar a vacinação, o Brasil recebeu novas doses da Pfizer (mais de 500 mil) e a vacinação da “nacionais” continua indo, e a previsão é de 40 milhões de doses até o final do mês.
Pode-se afirmar que neste momento há uma atenuação, o número de mortes da sexta-feira é 1689 enquanto de infecção acima de 66 mil, números que mostram a importância da vacinação pois o número de infecção ainda é muito alto e sem a vacinação o de óbitos continuaria alto.
A desaceleração da vacinação é apontada em algumas mídias, porém não fica clara se é a distribuição ou aplicação, pode ainda ser uma terceira coisa operacionalização o que seria muito lamentável já que o INSS e as secretarias de saúde possuem boa estrutura e distribuição.
Em porcentagens o número de vacinas distribuídas, o governo fala de um número acima de 100 milhões e os estados dizem ter recebido 90 milhões, sendo que há vacinas em estoque, em porcentagem seriam 52 milhões da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, 47,1 milhões da Coronavac e 3,5 milhões da vacina Pfizer/BioNtech, não deixa de ser interessante esta variação pela eficácia para diversas idades.
A distribuição realizada até o momento já permitir a aplicação de doses, ao menos a primeira dose, em 18 dos 28 grupos prioritários do PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19), que foi definido pela vulnerabilidade social e riscos maiores de comorbidades.
A etapa atual começa a priorizar comorbidades em diversas faixas etárias e profissionais da saúde, porém do comércio que seria extremamente importante não está incluído no plano.
Os números do mundo ainda são preocupantes, veja o gráfico, ainda há países com possibilidades de uma terceira onda e uma lição definitiva da Pandemia é que devemos nos preocupar com todos.