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Arquivo para abril 15th, 2016

A ditadura militar e a clandestinidade

15 abr

Os estudantes principais pontos de resistência ao golpe militar,Marcha100Mil teve a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) invadida e incendiada e passou a clandestinidade, no Nordeste gente ligada às Ligas Camponesas foram perseguidos assim como a maioria dos sindicatos e federações de trabalhadores.

 

Foi organizado o Serviço Nacional de Informações (SNI) com objetivo de “coletar e analisar informações pertinentes à Segurança Nacional, à contrainformação e à informação sobre questões de subversão interna”, conforme citação textual do historiador Boris Fausto.

 

O AI-1 (primeiro Ato Institucional) estabeleceu a eleição de um novo presidente do Brasil, por votação pelo congresso Nacional, sendo eleito o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que era favorável a uma “democracia restringida”, foi lançado um Plano de Ação do Governo pelos ministros Roberto Campos do Planejamento e Otávio Bulhões da Fazenda.

 

O AI-2 extinguiu os partidos e criou a Arena (Aliança Renovadora Nacional) controlada pelos militares e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) onde se refugiou quase toda oposição, pois uma parte dela partiu para a clandestinidade e a luta armada.

 

No exterior Carlos Lacerda, tradicional inimigo de Jango e Juscelino se aliaram formando uma Frente Ampla, no país alguns bispos da Igreja Católica, como dom Helder Câmara e outros, ergueram a voz contra a ausência de democracia e retirada dos direitos dos trabalhadores, como a estabilidade do emprego após 10 anos de trabalho.

 

Em 1968 mobilizações ganharam ímpeto, com a morte de um estudante, chegando a fazer uma passeata chamada dos 100 mil, mas repressão era violenta com mortes, torturas e em 13 de dezembro de 1968, Costa e Silva que sucedeu a Castelo Branco, decreta o AI-5, fecha o Congresso Nacional e inicia um ciclo de cassação de mandatos dos oposicionistas mais duros.

 

Em agosto de 1969, Costa e Silva sofre um derrame e o substituto que seria Pedro Aleixo, um vice civil, é pelo general Emilio Garrastazu Medici, tendo como vice o ministro da Marinha, Augusto Redemaker, foram anos de “banimento do território nacional”, de execuções e torturas em órgãos da Marinha e do DOI-CODI, enquanto o país crescia em taxas de 11,2% e 10% do PIB chegando a ser chamado “milagre brasileiro”, ganhou mais uma copa do Mundo em 1970.

 

Mas o aspecto oculto do milagre foi o arrocho dos trabalhadores, o salário mínimo caiu quase 60% e indicadores de saúde, educação e habitação eram muito baixos.

 

Em 1973 o general Ernesto Geisel, que havia sido presidente da Petrobrás, inicia o que chamava de “abertura política lenta e gradual”, uma emenda a constituição permitiu sua escolha através de delegados das Assembleias Legislativas dos Estados, a repressão e a tortura estavam desgastando os governos militares e a morte do jornalista Vladimir Herzog e do estudante Alexandre Vannuchi Leme desencadeiam lutas pela redemocratização.