Arquivo para dezembro 22nd, 2016
Inocência e política
De Platão e Aristóteles, passando por Hobbes, Locke, Rousseau, Hegel e Marx, chegando até Habermas, John Rawls, Charles Taylor, Edgar Morin e Manuel Castelss, uma questão política é fundamental e subjaz a todo elaborado discurso político: como faremos para viver juntos em sociedade ?
Pouco conhecido e completando seu ano sabático no Brasil, o Italiano Antônio Baggio escreveu sobre o lema esquecido da Revolução Francesa: a fraternidade, com boa tradução brasileira.
O que uma criança inocente nascida em uma colônia do poderoso império romano pode ter a ver com tudo isto, não teria nada se não fosse este “lema esquecido” da última grande revolução civilizatória, já que a socialista não completou seu ciclo, e talvez não complete, mas os problemas sociais: concentração de renda, ecologia e agora desglobalização estão ai.
Retomo Edgar Morin em seu Pátria-Terra e Manuel Castells com a Sociedade da Informação, um mundo que se vê está aí, mas este mundo poderá elaborar formas de convivência pacíficas ?
Neste momento parece um retrocesso, mas é preciso certa dose de ingenuidade, de amor a humanidade e de respeito à diversidade, e esta criança inocente, este menino-Deus tem algo a dizer, o olhar puro e até de certa forma ingênuo ao Outro, ao diferente pode nos ajudar.
É possível, mais que isto é necessário criar a ideia de um mundo onde todos possam conviver, e não há outra forma senão respeitar diferenças, conviver e alargar o coração a todos.
Uma criança nascida foi contada entre os homens (era o período do recenseamento), depois fugiu para o Egito, pois Herodes manda matar todos recém-nascidos, e mais tarde porque “amou os seus até o fim” será morto, mas deixou ao mundo sua mensagem, seu mandamento NOVO: “amai-vos COMO eu vos ameis”, isto é até o fim, até a morte.
Mas não se confunda há um só Jesus, e sua política não se confundem com estruturas, poderes e paixões humanas demais, só se entende a fraternidade, se nos vemos com irmãos IGUAIS.