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Hipocrisia e poder
Na análise de correntes políticas e ideológicas, a noção e o problema da hipocrisia é negligenciado, assim pode por defesa da democracia defender atitudes autocráticas, por combate a corrupção justificar elementos de corrupção ativa e passiva, aliás, a ativa que é o fato de se oferecer compensação ilícita (e não se diz o que é ilícito) e a passiva é quando um funcionário público recebe uma compensação indevida (quando é que pode) de terceiros.
O termo hipocrisia em grego antigo (hypocritás) é parecido ao atual, trata-se de quando um ator social intencionalmente age de modo simulado, em atos ou palavras, que escondem como pensa ou como de fato age, a regra hoje é dizer o contrário para confundir a opinião pública.
Como termo usado por autores contemporâneos, lembro Maquiavel, como críticas da razão política, e Foucault, que a vê como elemento central das relações de poder, embora sua análise se desloque para o campo psicológico.
A psicopolítica de Byung Chul-Han desloca-se para o campo midiático, o autor acredita que o poder da mídia digital facilita este tipo de relação, embora não a chame diretamente de hipocrisia, mas dá uma receita interessante no seu livro “O que é poder”, “A perda moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas à própria realidade, torna a vida humana radicalmente transitória”, assim não há nada perene, uma vez que tudo muda.
A base da hipocrisia moderna é induzir o homem a acreditar numa vida de facilidades, o que Byung Chul-Han chama de excesso de positividade, aboliu-se a dor e o sacrifício, “Esquece-se que a dor purifica. Falta, à cultura da curtição, a possibilidade da catarse. Assim, sufocamo-la com os resíduos [Schlacken] da positividade, que se acumulam sob a superfície da cultura de curtição”.
Isto torna o homem mais feliz, a resposta é o contrário do que a sociedade promete, a depressão, a bipolaridade e o tédio são as doenças contemporâneas, “A depressão é o adoecimento de uma sociedade que sofre sob o excesso de positividade”.
Homens e mulheres se libertos desta sociedade do desempenho, dos exercícios, de uma ascese desespiritualizada, sem atitudes de desconfiança e persecutórias, tornam-se mais afáveis: “Homens e mulheres comuns, tendo a oportunidade de uma vida feliz, se tornarão mais gentis e menos persecutórios e inclinados a encarar os outros com suspeita”.
É possível restabelecer a confiança mútua, as relações saudáveis, a empatia e a fraternidade tornando a sociedade mais sadia e menos conflituosa.
HAN, B.C. O que é poder. Trad. Gabriel Salvi Philipson. RJ: Petrópolis, Vozes, 2019.
Esperanças de paz
As eleições russas acontecem em 15 e 17 de março, mas o provável adversário político de Putin, o ex-deputado Boris Nadejdin teve a sua candidatura rejeitada nesta sexta-feira, 2 de fevereiro pelo vice-presidente da comissão eleitoral Nikolai Bulaiev, que afirmou motivos de irregularidade e que vai apontar outros problemas técnicos.
É rotina nas eleições russas este procedimento, e algumas vezes os opositores somem ou são presos por algum motivo ou infração menor, os ditadores controlam a máquina de estado para forjar uma democracia que não existe na prática e crescem governos nacionalistas também.
Um dos motivos é que algumas pessoas da lista foam consideradas mortas, Nadejdin ironizou:
“Você e eu somos os mais vivos dos vivos. Se alguém imaginar que vê almas mortas nas minhas listas de assinaturas, essa não é uma questão para mim, talvez eles devam procurar a igreja, ou um exorcista”, segundo notícia no Telegram, uma eleição justa pode mudar o panorama da guerra na Ucrânia.
A paz no Oriente Médio também é possível, Israel quer a libertação de todos os reféns e o Hamas quer o fim da guerra, reiterou neste sábado (03/02) que a completa retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza são pré-requisitos para acordo da liberação dos reféns.
Novos ataques contra alvos Houthis no Iêmen, foram feitos pelos Estados Unidos e Reino Unido neste fim de semana, acredita-se que a organização, um grupo de múltiplas milícias, seja armada e financiada pelo Irã, que nega as acusações.
Segundo o departamento de defesa americano, há diversas milícias financiadas pelo Irã, entre elas o Hezbollah e os Houthis, após dois americanos serem mortos na interceptação de um barco levando armas para rebeldes no Iêmen, o departamento de defesa americano divulgou uma foto (acima).
Há sempre conjunturas e situações que podem por fim a uma guerra, é preciso condenar e não relativizar o poder de tiranos e governos belicistas para que o mundo caminhe para a paz.
Resistência ou catástrofe
Assim diz o artigo do centenário pensador e educador Edgar Morin, no artigo para o Jornal italiano La Reppublica, estamos “nos encaminhando para prováveis catástrofes”.
E pergunta: Isso é catastrofismo? Essa palavra exorciza o mal e dá uma serenidade ilusória. A policrise que estamos vivendo em todo o planeta é uma crise antropológica: é a crise da humanidade que não consegue se tornar Humanidade, a palavra policrise já foi utilizada pelo autor em outros contextos: a do pensamento, a crise ecológica e social, agora acrescenta uma antropológica, outros autores dizem a crise da idade do antropoceno.
Ele como outros autores apontaram para esta crise, mas acreditavam que era possível uma mudança de rumo, agora já parece tarde demais, “não sabemos se a situação mundial é desesperadora ou realmente desesperada”, não significa com ou sem esperança, como ou sem desespero, temos que passar para uma Resistência, e agora diferente daquela da 2ª. guerra na qual a França estava ocupada pelos nazistas (foto), agora o mundo está ocupado pela polarização e pelo ódio.
Os fatos e situações nos arrastam para uma guerra sem precedentes, “estamos condenados a sofrer a luta entre dois gigantes imperialistas com a possível intervenção bélica de um terceiro”, assim diz o autor, “a primeira resistência é aquela do espírito, que deve ser capaz de resistir à intimidação de todas as mentiras espalhadas como verdade e o contágio de todas as embriaguezes coletivas”, pede um espírito de sobriedade e de quem crê, de fé e esperança.
Hoje devemos saber como resistir ao ódio e ao desprezo, “requer o esforço de compreender a complexidade dos problemas sem nunca ceder a uma visão parcial ou unilateral. Requer pesquisa, verificação das informações e aceitação das incertezas” escreveu Morin.
Esta “resistência também implica na coordenação de associações que se dediquem à solidariedade e à rejeição do ódio. A resistência prepararia assim as jovens gerações a pensar e agir pelas forças da união, da fraternidade, da vida e do amor”.
Não se trata de achar onde há justiça em algum tipo de ódio, mas odiar o próprio ódio, não se trata de fazer torcida para este ou aquele lado da guerra, mas fazer guerra a própria guerra.
A resistência que Morin pede deve envolver todas as pessoas de boa vontade e a solidariedade entre aqueles que realmente além do discurso, sabem as consequências de uma guerra assim.
A resistência do espírito da humanidade
Victor Serge escreveu “Meia noite do século” em 1939, já em plena 2ª. guerra mundial, agora em artigo publicado em La Reppublica, em 24-01-2024, o sociólogo francês Edgar Morin publicou um artigo: “A resistência do espírito” sobre a crise das guerras atuais.
Serge, um anarquista de origem, que chegou a apoiar a Revolução Russa, viu ela se burocratizar e perseguir todos os inimigos reais e imaginários no período stalinista, descrito em “O grande Terror” (1934-38), anos antes de descrever o horror a meia noite, e o que disser de hoje.
A guerra na Ucrânia mobilizou ajudas econômicos de boa parte do mundo, enquanto do lado russo enfraquecido economicamente pelas sanções impostas pelas nações ocidentais, tanto fortaleceu o desenvolvimento técno-científico quanto o bloco formado com a China.
Um novo foco surgiu após um massacre de civis feito pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023, aos quais se seguiram bombardeios mortais de Israel na faixa de Gaza.
Na análise de Morin, já a algum tempo desenvolvida, o progresso do conhecimento se deu criando barreiras em disciplinas cada vez mais fechadas em seu objeto, que leva a um novo tipo de pensamento quase cego, ligado ao domínio do cálculo num mundo tecnocrático, o progresso do conhecimento não dá conta da complexidade da realidade e torna-se cego.
O resultado de uma falta de clareza e compreensão da vida humana exposta pela facilidade de acesso ao conjunto da vida no planeta, sem sua compreensão, levou aos dogmatismos e aos fanatismos, e uma crise da moral enquanto se espalham os ódios e as idolatrias.
Lembrando os anos da ocupação nazista na França (foto Carentan France, June 1944 From the LIFE Magazine Archives), em que o próprio Morin foi membro da Resistência Francesa, ele evoca agora uma resistência do espírito que evita uma ação quase desesperada ou realmente desesperada, e mantém a esperança através da Resistência.
Esta resistência implica em salvaguardar ou criar um oásis de comunidades dotadas de uma palavra de relativa autonomia (agroecológica) e de redes de economia social e solidária.
Esta ação também implica em associações que se dediquem à solidariedade e rejeição ao ódio.
Guerra no Baluchistão
Creio que a maioria das pessoas ignora a existência desta região que chega a ser 44% do território do Paquistão, ela foi bombardeada pelo Irã na semana passada (16/01), em resposta o Paquistão bombardeou o Irã iniciando um conflito que pode escalar entre os países, na mesma semana que bombardeou alvos na Síria e Iraque.
Segundo o Paquistão os mísseis da quinta-feira (18/1) tiveram como alvo “esconderijos terroristas” e mataram 9 pessoas, tudo isto significa que o exercito da Guarda Revolucionária Islâmica se pôs em ação, assim como crescem as tensões entre Houthis e EUA no mar vermelho.
Algo pouco divulgado, mas que é estratégico na economia mundial é a rota econômica que se inicia em Gwadar no Baluchistão até Kashgar (China), a China tem investido em rotas terrestres.
A região do Baluchistão (mapa) tem mais de 12 milhões de habitantes, é rica em minério de ouro e é considerada uma espécie de “terra sem lei”, porém mais que o interesse econômico, o que a guerra ali desperta é o alerta e a prontidão da Guarda Revolucionária Islâmica que sinaliza contra Israel em tensão na faixa de Gaza.
A guerra da Ucrânia também piora as tensões, a retórica dura do governo francês de Macron, que afirmou que “a Rússia não pode ganhar a guerra” endurece as tensões da Otan com os duros ataques a diversas cidades Ucranianas provocando um caos no país.
As narrativas procuram justificar à direita ou à esquerda aquilo que é óbvio, sofre a população civil, numa escala maior a população mundial se uma recessão vier, pioram as relações desde as econômicas até as sociais e a paz fica cada vez mais distantes.
Não há justificativas para uma “guerra justa”, se no passado as rígidas divisões territoriais e a “riqueza das nações” (um clássico de Adam Smith, que Marx leu para escrever o Capital) eram uma realidade, hoje só a justificativa do poder e da ganância justificam um neocolonialismo.
Rompe-se com a verdade, com o bom-senso e até mesmo com a razão, para poder justificar uma lógica de poder, já na antiguidade afirmava Platão: “Se surgisse uma cidade de homens bons, é provável que nela se lutasse para fugir do poder, como agora se luta para obtê-lo, e tornar-se-ia evidente que, na verdade, o governante autêntico não deve visar ao seu próprio interesse, mas ao do governado” (Platão, A República).
O tempo da clareira
Se estamos em tempos impróprio para o pensamento e a inteligência, impróprios para valores humanos e morais, significa que também é um tempo de clareira, é um tempo que muitas consciências e homens poderão despertar e enxergar e encontrar a clareira.
É preciso para isto uma metanóia no pensamento filosófico, política, cotidiano e até religioso, lembrem-se que os profetas foram mortos e ignorados justamente por gente “religiosa”.
O limiar de uma crise civilizatória e humanitária sem limites está próximo, mas se olharmos a cultura cotidiana, disto falamos tanto do brasileiríssimo Ariano Suassuna até o inglês Anthony Daniels nos posts anteriores, também a política e o pensamento parece polarizado entre dois estremos que em muitos valores se confundem, e um deles é a guerra e o desejo de poder.
Até mesmo os que invocam a paz escondem interesses de poder, de ganância por maior riqueza e opressão daqueles que julga proteger, é triste um cenário de pouca luz e onde os homens de boa vontade que desejam um olhar menos sombrio para o futuro devem ter.
Olhando a etimologia da palavra clareira na filosofia de Heidegger, ela vem da palavra alemã Lichtung, cujo significado além do de clareira na floresta (ele próprio viveu alguns anos na floresta negra da Alemanha), sua raiz Licht é a palavra para luz, que significará coisas ocultas, ou entes cuja verdade deve vir à tona, assim alguns tradutores usam como desvelar.
Que tempo propício é este, e porque nos aproximamos dele, porque sempre que as palavras proféticas de pensadores e místicos que pedem uma mudança de rumo na humana não foram ouvidas, se aproxima este tempo de escuridão seguido de uma grande clareira.
Na passagem bíblica de Marcos 1,1-19, Jesus esclarece que a morte de João Batista é este sinal da clareira, que Herodes pediu a cabeça numa bandeja para a esposa depois que a filha Herodíade dançou para o rei, a morte do último e maior profeta inicia um novo tempo.
Diz a leitura (Mc 1,15): “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei- vos e crede no Evangelho”, e para os que creem na clareira bíblica, é o tempo da mudança.
Tempo de recuperar e viver verdadeiros valores humanitários, ainda que não sejam cristãos, o desejo de paz, de olhar para o Outro com a dignidade que cada um tem e de viver a justiça.
Um novo front de guerra
O medo que a guerra entre o Hamas e Israel incendiasse a região do oriente médio aos poucos vai se confirmando e escalado, os bombardeios realizados por forças ocidentais (EUA, Reino Unido e Holanda) na região do Yêmen, onde o movimento extremista Houthi tem suas bases.
O grupo é alinhando ao Irã, e a região é uma das mais pobres do planeta, e os Houthis mantem o controle sobre navios de bandeira internacional que navegam pelo mar Vermelho, local estratégico para forças militares na região (veja o mapa).
No passado distante chegou a fazer parte do Reino de Sabá, a mais de mil anos, sendo mencionado inclusive no Genesis, e também no Alcorão, mais recentemente por ter chuvas mais que outras regiões dos países árabes tinha uma boa agricultura, cuja plantações de cafés é de onde vem o tipo de café arábico, e chegou a ser chamada de Arábia Feliz juntamente com Omã no período em que tribos sedentárias desenvolveram uma economia agrícola.
Chegou a dividir-se em Yêmen do Norte e do Sul, período em que uma região tornou-se de domínio comunista, porém voltou a se reunificar e no período da primavera Árabe o país entrou em uma grande instabilidade política e social, mergulhando em uma sangrenta guerra civil, que segundo dados da ONU deixou 22 milhões pessoas em situação de vulnerabilidade.
As incursões militares dos EUA e Reino Unido na região eleva a tensão com os países árabes e pode provocar uma escalada militar ainda maior na região.
Outro polo de tensão foi a eleição em Taiwan do candidato do Partido Democrático Progressista (PDP), Lai Ching-te, de 64 anos, ele alcançou 40,1% dos votos contra Hou Yu-ih (Koumintang, KMT) com 33,5% e Ko Wen-je (Partido do Povo de Taiwan, PPT) com 26,5%, sua eleição representa a aprovação de uma política nacionalista contrária a China, Lai era vice da atual presidente.
Segue a escalada da guerra na Ucrânia, onde o inverno favorece o “general do inverno”, devido a dificuldade de movimentação e manutenção de tropas pela Ucrânia em regiões frias, a Rússia tem feito intensos bombardeios em diversas cidades usando a força aérea.
A crise em Israel que completou 100 dias deste o atentado do dia 7 de outubro pelo Hamas, e se volta agora por ataques do Hezbollah que são apoiados pelo Irã, que se pronunciou como não tendo participação nos atentados que deram início ao conflito.
O quadro de beligerância em todo planeta se intensifica, as eleições americanas se realizarão este ano em novembro e os partidos já utilizam as situações de guerra como campanha.
A escalada das guerras
Embora ainda não possa declarar como uma guerra mundial, a interferência de Rússia e Estados Unidos em várias guerras no planeta já é aberta e declarada, a Ucrânia sobre forte ataque aéreo em todas regiões emitiu alerta nesta segunda feira sobre estes ataques, na Palestina as notícias dizem que acima de 70% do território está inabitável devido a guerra.
No oriente segue a tensão, o ditador da Coréia do Norte considera-se em guerra com os Estados Unidos e no sábado (06/01) foram observados mais de 60 disparos de artilharia na fronteira com a Coréia do Sul, a tensão na área é crescente, e há navios americanos próximos.
A motivação de Kim Jon-Um foi o exercício naval próximo as ilhas Baengnyeongdo e Yeongpyong, região fronteiriça entre as Coreias (mapa acima) embora a resposta da Coréia do Norte possa ser pensada como defensiva, a declara de Kim foi de guerra aberta com os EUA, a postura belicista do presidente conservador sul-coreano Yoon Suk-yeol tensiona a relação com a Coréia do Norte, que o chama de “gângster”.
Os Estados Unidos não descartam uma intervenção aberta no Leste Europeu, a China mantem reservas, mas declara sempre que a ilha de Taiwan é uma província rebelde e considera-a como parte do território chinês, é uma declaração que uma inevitável defesa americana e provável do Japão na área, significaria a entrada também da China na guerra, este cenário é de uma terceira guerra mundial, e estamos num limiar muito frágil desta possibilidade.
Do ponto de vista econômico, a estrada no Brics de países como Egito, Arábia Saudita, Irá e Etiópia é também causa de tensão, uma vez que os países árabes se aliam aos socialistas.
Não há mais como ignorar o nível de tensão mundial para 2024, embora as esperanças sempre se mantenham naqueles que desejam sinceramente a paz, e não a usam como retórica bélica.
Guerras, narrativas e crueldade
Foi assustador que em tempos de pandemia haviam grupos, pessoas e até mesmo líderes que pouco se importavam com a morte repentina de pessoas que eram contagiadas pelo vírus da COVID-19, era de se esperar um aumento da solidariedade e da compaixão, mas não ocorreu.
Agora com as guerras que vão se escalando e atingindo países que orbitam em torno de ideologias despertam um sentimento de ódio, vingança e terror que beiram a psicopatia, não ter condolência com a morte brutal de um ser humano, seja quem for, tem certa psicopatia.
As narrativas não faltam, atém mesmo o fatalismo apocalíptico, como se justificasse a maldade humana por algum sentimento religioso sincero, tudo aquilo que não é amor e compaixão jamais deveria estar ligado a uma ligação divina ou a um sentimento humanitário sincero.
A gigante de mídia social chinesa Tik Tok divulgou dados de contas falsas que disseminaram desinformação sobre a guerra da Rússia com a Ucrânia na quarta-feira passada (13/12) com a tentativa de “ampliar artificialmente narrativas pró-russas” diz textualmente o relatório.
O site direcionava vídeos a usuários ucranianos, russos e da Europa, falsamente rotulados como veículos de notícias oficiais, procurando confundir os reais dados da guerra.
Também sobre a guerra contra o Hamas os dados divulgados nem sempre são aquilo que realmente testemunhas, não apenas pró-palestina, mas de órgãos presentes para ajuda humanitária em Gaza dão conta que há mortes de civis e crueldades também contra a população que não é toda muçulmana e nem pró-Hamas, não significa de forma alguma justificar os atos terroristas do Hamas e sim apenas estabelecer a verdade.
Felizmente as conversas entre os presidentes da Venezuela e da Guiana (foto), apesar de não haver nenhum acordo sobre o território de disputa de Essequibo, foi acordado a disputa no campo diplomático sem envolver forças militares, esperamos que a palavra se mantenha.
Os Estados Unidos voltam a mover forças marítimas próxima a Coréia do Norte devido a disparos com mísseis balísticos intercontinental o que causou reação imediata americana.
O cenário de final de ano é preocupante pelas forças envolvidas, até o momento países como Irã, Turquia, Catar, Síria e Iêmen potenciais aliados contra Israel se mantém nas ameaças diplomáticas, já países árabes como Arábia Saudita, Iraque e Egito ainda se mantém em pressão diplomática, uma guerra total na região seria catastrófica e desencadearia uma guerra global.
Ucrânia sem avanços, Hamas em apuros e Guyana
O inverno está só no início e a Ucrânia vive em constantes bombardeiros feitos por drones em Kiev, no front poucos avanços a chamada contraofensiva não aconteceu devido a estratégia da Rússia de instalar minhas no front de combate, único avanço da Ucrânia foi atravessar o rio Dnipro ao Norte, no campo das negociações pouco ou nada se faz.
Com o domínio da Rússia e o recuo na ajuda à Ucrânia, não só nos países do ocidente, mas também nos EUA, onde as promessas de apoio são barradas no congresso, crescem o número de governos nacionalistas e que preverem manter as reservas nacionais do que apoiar uma guerra externa, já a Finlândia e Suécia que temem um ataque russo reforçam seu arsenal, e no caso da Finlândia fechou-se a fronteira.
Com um ataque em meio a guerra, o Hamas viu Israel sair das negociações de tréguas e a guerra reiniciou, não há perspectiva de paz e os países árabes tentaram aprovar uma resolução na ONU de trégua, porém os Estados Unidos, aliado de Israel, vetou.
O Hamas segue sofrendo pesadas baixas com Israel presente maciçamente ao norte da faixa de Gaza (foto), certamente os líderes devem estar fora do país, porém sua estrutura bélica em Gaza vai sendo destruída, mesmo o complexo de túneis construídos que davam ao Hamas segurança e mobilidade, alguns feitos debaixo de hospitais que usavam como escudo humano.
O perigo que o Hamas não contava era o apoio estratégico e militar dos EUA, porém é cada vez mais forte a oposição do Irã e de alguns países árabes, onde há grupos parecidos ao Hamas, como é o caso do Hezbollah no Líbano, nas últimas oras Hassan Fadlallah, liderança política do grupo disse que os ataques aéreos de Israel são uma nova escalada de guerra contra o grupo.
Há mais de 70 pequenos conflitos em todo globo, não são esquecidos aqui, falamos dos golpes e violência na África Subsaariana, no oriente há sempre tensão entre China e Taiwan, porém na escalada de uma terceira guerra entra em cena a disposição da Venezuela de invadir a região de Essequibo, hoje pertencente a Guyana que é rica em petróleo.
O Brasil já enviou tropas para a fronteira, no momento trata-se apenas de preservar o território nacional, porem Lula oscila entre apoio e crítica a Maduro que aprovou uma consulta popular sobre o assunto, os Estados Unidos mandaram aviões para a região em exercício militar aéreo em apoio a Guyana.
A boa notícia é que há uma rodada de diálogo marcada para a próxima quinta-feira (14/12) entre Guyana e Venezuela, porém para a Guyana não está em questão ceder parte do seu território, a região de Essequibo representa mais de 70% do território e é rica em petróleo.