RSS
 

Arquivo para junho, 2020

A dignidade humana e convicções aceitáveis

02 jun

A morte por asfixia do afro-americano George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin chocou o mundo e desencadeou uma série de manifestações violentas em todos Estados Unidos, incluindo no dia de ontem a capital Washington, ao mesmo tempo que no Brasil a acusações e manifestações entre grupos a favor e contra Bolsonaro crescem.
No caso brasileiro são as palavras destemperadas do presidente, e uma reunião de ministros que tornou-se um escândalo público pela maneira como foram tratadas questões sérias de estado, em um momento de pandemia que deveria ser motivo de união, o palco político vai aquecendo.
Não era a linha de raciocínio deste blog, mas não se pode omitir quando se percebe o grave momento no cenário mundial e nacional, e dois pontos devem ser considerados, sem esquecer que a pandemia deveria ser o nosso principal foco, mas a gravidade nos obriga a tocar nestes pontos.
No caso americano, a própria família de Floyd através da autópsia esclareceu a morte por asfixia e assim pediu que fosse considerado homicídio culposo, quando há intensão de matar e não doloroso quando não há intensão, Derek Chauvin o policial que o matou já tinha 20 queixas e duas cartas de repreensão.
No caso brasileiro, há diversa manifestações em defesa da democracia e dos princípios que regem a carta constitucional brasileira, pessoalmente assinei um que chama a todos os democratas de diferentes convicções a defender estes princípios.
Quero ressaltar que tanto no caso americano, onde o irmão de Floyd agradeceu o apoio e pediu para que os atos fossem pacíficos, como no Brasil também considero fundamental o combate a violência e o respeito aos poderes constitucionais em manifestações contra o autoritarismo.

 

Platô do corona no Brasil

01 jun

Defendemos aqui o uso de LockDown, sendo que na semana passada já seria tardio, agora o que a curva mostra é um platô em 1 mil mortes durante 14 dias (sem o LockDown a curva alongou), dependo de quando começará a cair é que se pode avaliar a extensão do platô e a perspectiva de queda, como foi feito um feriadão a uma semana, com resultado pequeno, espera-se alguma resposta em uma semana.

A perspectiva será de uma queda tão lenta quando a subida, contando só a partir de março para ficar fácil a projeção (março, abril e maio) teremos a retração da curva só em agosto (junho, julho, agosto) que coincide inclusive com o final do inverno, assim a “nova normalidade”, pois não há como prever o que pode acontecer depois inclusive se houver uma segunda onda de infecção, só mesmo em setembro.

Qualquer plano que pretende uma abertura maior, que conte com a colaboração e educação da população que não aconteceu até agora, é uma aventura, um mergulho no escuro.

O sensato seria permitir abertura de comércio com severas restrições e punições, a colaboração é de metade da população no máximo, o que é insuficiente para conter a contaminação, e contamos ainda com a desinformação as vezes auxiliadas por governantes.

Sairemos da pandemia mais divididos que antes, com a moral baixa porque não fomos liderados e nem tivemos capacidade de nos unir, e procurar culpados vai ser pior do que a própria pandemia porque teremos que enfrentar uma situação económica grave a seguir.

Ter esperanças que alguma lição tiremos disto, os milhares de médicos, enfermeiros, auxiliares, motoristas, socorristas e seguranças que ajudaram a salvar vidas, a solidariedade de quem socorre a população desempregada e as instituições que lutam para manter este socorro.

Podia ser pior, sim se não houvesse o isolamento social e os hospitais de campanha que ampliaram a capacidade do sistema de saúde, se não houvesse a ajuda emergencial para os desempregados e trabalhadores informais, além da ajuda do bolsa-familia, mas fica no povo a impressão que faltou uma decisão mais firme de um isolamento social maior.

A pandemia não passou, e a queda da curva vai depender da população e da vigilância.