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Arquivo para fevereiro 7th, 2025
O mal e a verdade
Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) ao romper com o maniqueísmo (a divisão entre o bem e o mal) torna-se cristão e para resolver o seu principal problema, vê que o mal é a ausência do bem e assim é a ausência da Verdade.
A partir do modelo de Agostinho, o mal para Leibniz estabeleceu os alicerces pelos quais um mundo com o mal traz mais bem e, portanto, é melhor um mundo sem o mal, em sua Monadologia estabeleceu: “uma imperfeição na parte pode ser necessária para uma perfeição no todo” e por isso as partes dependem do todo para a verdade (racional) como a concebia.
Leibniz (1646-1716) foi influenciado por Agostinho, e teorizou que a verdade está relacionada a razão: “Entendo por razão, não a faculdade de raciocinar, que pode ser bem ou mal utilizada, mas o encadeamento das verdades que só pode produzir verdades, e uma verdade não pode ser contrária a outra”, assim de uma meia-verdade não pode surgir uma verdade, eis o problema das narrativas contemporâneas.
Aqui é o central para estabelecer as virtudes, estas sim capazes de exercitar o bem moral, e dele decorre o bem público, o problema social atual não é decorrente apenas da procura do bem comum, é necessário para que ele seja crescente e sustentável que hajam virtudes morais.
Assim não há como justificar o roubo, pequenos desvios, diz a sabedoria bíblica: “quem não é fiel no pouco também não é fiel no muito” (Lucas 17:10-11), e uma sociedade permissiva não pode dar frutos para a construção do bem comum e de mais distribuição de bens.
O problema da verdade, é estabelecido pelo método na Fenomenologia, o filósofo alemão Husserl (1859-1938) vai dizer que a verdade se dá através dos fenômenos que são observáveis, perceptíveis e sensíveis: “chamamos a isso de fenomenologia”, assim a verdade tem um método que pode ser observado em tudo que ocorre a nossa volta.
O relativismo moral faz com que verdade seja algo vinculado à moral daquele grupo, no post anterior lembramos que ele é primeiro tratado no livro Teeteto de Platão, cuja preocupação central era combater os sofistas e criar uma verdadeira cidadania, de um modo geral o livro é uma rejeição das teses que manifestam alguma forma de mistura entre razão e sensação. Precisamos defender e nos posicionar fortemente ao lado do bem moral e para isto é necessário um Amor fraterno, porém não pode estar separado das virtudes cardeais que lhe dão base: Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança.