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Arquivo para fevereiro 19th, 2025

O terceiro incluído e a física quântica

19 fev

Não são mais os modelos copernicanos e newtonianos que explicam o universo, o centro da galáxia tem um buraco negro, cujas leis de funcionamento ainda desafiam a astrofísica e até mesmo a física quântica, o funcionamento simples pelas leis mecânicas descritas no início da ciência moderna já caíram por terra, embora o raciocínio mecanicista tenha sobrevida social.

A filosofia já retornou a questão do Ser e da essência, embora a maioria dos diálogos e artigos ainda discorram sobre a ciência empirista e o idealismo de Parmênides (460 a.C – 530 a.C.), sendo Popper ele e Xenófanes fizeram um pré-projeto do iluminismo moderno (O mundo de Parmênides: ensaios sobre o iluminismo pré-socrático, Karl Popper), o renascimento tentou retomar a originalidade grega.

Para Popper tanto a Ciência Crítica que Aristóteles havia construído, como a filosofia da natureza quanto a teoria da natureza, as grandes tentativas originais em cosmologia sucumbiram depois de Aristóteles, a idade moderna a partir de Newton formula uma física que modifica parte da visão cosmológica, mas a física Quântica e a Teoria da Relatividade destroem este modelo e ultrapassam o modelo idealista/iluminista da lógica da não contradição (o Ser é e o não Ser não é), criando um terceiro incluído (a lógica de Stéphane Lupasco e a física de Barsarab Nicolescu).

Elas criam novos paradigmas ao mudar o modelo de tempo e espaço absoluto (que agora é relativo) e entender os estados quânticos das partículas, descobrindo o tunelamento (um terceiro estado entre das partículas quânticas) e os buracos de minhocas (espaços não absolutos que podem se abrir no movimento de corpos celestes), veja-se o filme Contacto do romance de Carl Sagan do mesmo nome.

A lógica Aristotélica que justificava um terceiro termo sucumbiu e com ela as lógicas maniqueístas, cientificistas e fundamentalista, uma clareira se abre, maior que Heidegger teria imaginado em seus “Caminhos da Floresta”.

O sentido da clareira no Dasein (ser-aí) de Heidegger é uma metáfora de uma abertura na floresta que simboliza a experiência humana, um campo estático (figura acima) onde nos movimentos e tentamos enxergar com clareza esta experiência (imagem ‘Plan Générique’ de Fotis Ifantidis).

A grande clareira promete se abrir em um mundo de conflitos de toda natureza, que em certo momento terá uma luz “ampla”, a própria ciência verá as divergências epistemológicas sérias, desde um cientificismo arcaico a uma pura especulação filosófica, que se esconde sob a ideia de ciência, que ignora a verdadeira transcendência (não a científica) da humanidade.

A raiz da crise social se revela dentro de marcos antigos do fundamentalismo científico, religioso e político, precisará criar uma crise ainda maior que faça a humanidade acordar do sono idealista/iluminista e se voltar para o bem (veja post anterior) e fugir das narrativas.