Distopia: discurso e corrupção
Nas eleições os discursos eram positivos tudo ia bem, passaram as eleições e agora vai mal, sobem a gasolina, a energia e claro o salário dos corruptos, eis a distopia (antiutopia) nacional.
Históricamente o termo está ligado a sistemas de totalitarismo, autoritarismo, por um grande controle opressivo da sociedade, que se mostra corruptível flexibilizando as normas criadas para o bem comum onde a tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações, nunca pelos cidadãos.
O termo apareceu pela primeira vez num discurso de Stuart Mill (e atribuido também a Gregg Weber no parlamento britânico em 1868, ele disse: “É, provavelmente, demasiado elogioso chamá-los utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos [‘dis-‘ do grego antigo δυσ, translit. dys: ‘dificuldade, dor’] ou caco-tópicos [‘caco-‘, do grego κακός, translit. kakós: ‘mau, ruim’]. O que é comumente chamado utopia é demasiado bom para ser praticável; mas o que eles parecem defender é demasiado mau para ser praticável.”
No cinema Stanley Krubick é um especialista em distopias: “Laranja Mecânica”, “O admirável mundo novo” , mas também podemos citar os épicos: “Blade Runner”, “Minority Report”, mais recentes: “Matrix”, “Filhos da Esperança” (2006) e “Cisne Negro” (2010) e o recentíssimo “Interestelar” (2014).
Vou ver (já havia lido) o filme de Kubrick “Barry Lyndon”, baseado no romance do indo-britânico William Thackeray “Memórias de Barry Lyndon” (1884), que fala da ascensão e queda de um penetra na nobreza irlandesa, ao mesmo tempo em que mostra a face negativa desta nobreza.
Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência, dá o que pensar.