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O estado em eterno retorno

02 out

Já apontamos em diversos posts as premissas e seus equívocos da visão idealista de Estado, agora em cheque devido a emergência de governos autoritários, corrupção e crises em ciclo quase intermitentes em muitos países.

Comecemos por Hobbes para o qual a filosofia tinha um fundamento prático (é o que dizem alguns hoje, pasmem), ou seja tem que ser útil e assim descarta toda e qualquer visão que possa ter aspectos de metafísica, e junto com ela espirituais ou teológicos.

A visão Hobbesiana não é diferente de Maquiavel (também invocado atualmente), no sentido de favorecer a ideia de soberano, ainda que o estado centralizador deste período tivesse a tutela dos monarcas, essencialmente não difere de certos “imperadores” de hoje, desde a maneira de se vestir (o imperador está nú) até a postura, de um Putin, por exemplo.

A ideia da contenção coercitiva do estado para a “paz eterna” visão pacificadora da modernidade não é senão aquela que Mostesquieu chamou de “Espírito das Leias”, ou seja, a paz será eterna com um estado forte e coercitivo, não é o que bradam nas ruas atualmente (alguns).

A passagem do “paleolítico” desta paz que levou a duas guerras para o “neolítico” do estado social, ou Welfare State não deveria ser novidade, mas é, porque ele não completou seu ciclo, a triste realidade é que nem pode completar porque a concentração de renda só aumenta.

O triste é que a solução está logo ali na esquina, uma boa vontade política e uma ideia mais clara de que não é necessária uma revolução sangrenta, mas isolar do estado aqueles elementos nocivos que não deixam a sociedade respirar, não falo só dos aspectos econômicos (que incluem a corrupção), mas principalmente do conceito de estado “coercitivo” em moda.

Voltamos ao ciclo anterior, até mesmo da “Riqueza das Nações” que Adam Smith falava e que Marx leu (que na época fazia sentido), mas isto economicamente é inviável num mundo com economia globalizada.

Voltemos a coerção, que inspira tantas vozes autoritárias (até de esquerda), sem a solução conjunta do problema econômica ela sofre uma escala crescente de violência sem volta, e a pior, arma mais e mais forças escravizadoras da “mão de obra” disponível na informalidade.

O que faz uma parcela consciente da sociedade, entra na onda de violência não apenas verbal, mas física e moral que interessa aos grupos autoritários que almejam o poder, para voltar ao velho estado moderno da “coerção” e “paz eterna”.

No caso brasileiro é crítico, entrou-se por este caminho e já parece sem volta, espero que não.

 

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