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Deserto e preparar os caminhos
Que caminhos devemos preparar hoje, em tempos de ódios, de divisões, de intolerâncias, surgem apocalípticos e integrados (diria Umberto Eco), e não há como preparar um caminho novo, sem um pensamento novo, e há coisas novas, porém precisamos tirar o véu das vistas.
É como dizia o profeta Isaias sobre a vinda de João Batista conforme Marcos (Mc 1,2-3): “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’ ”, mas que estradas devem ser preparadas neste nosso tempo, que deserto atravessamos.
Certamente não é para a nova vinda do Salvador, nem queremos mais Salvadores da Pátria, precisamos que o caminho seja preparado para uma consciência nova, diferente da idealista que construiu a modernidade, do iluminismo ou do enciclopedismo elitista.
Se Heidegger anuncia que devemos tomar uma questão nova, a questão do “ser”, ela não deve e não pode estar separada de um contexto social mais amplo, menos desigualdades, mais tolerância religiosa, aceitação da diversidade étnica, cultural e de gênero, mas sem o ranço ideológico que esquenta os ânimos e impede os progressos.
Retomar as questões essenciais do Ser, significa retomar os verdadeiros dramas da humanidade que vão além da fome e da exploração, que são muito mais consequências dos modelos existentes do que a origem deste modelo, pensou-se de modo idealista, que desenvolvendo mais teríamos mais distribuição do humano no planeta e menos explorações em diversos ângulos e sentidos, o que vemos como produto final diz que esta premissa era falsa.
Talvez retomando as questões essenciais do que é o Ser, entenderemos melhor o que é Ser homem e sua relação com tudo o que é sua existência.
Preparar os caminhos significa então preparar os caminhos para um futuro mais promissor, onde o Ser esteja no centro da atividade e não o Ter.
Noosfera e vigilância
Existe uma consciência planetária e até mesmo cósmica, se pensamos no sentido da noosfera do espírito ou mente (noon – espírito ou mente, esfera), como aquela que atinge toda a humanidade e quem sabe todo o corpo celeste, e se nela estamos ligados chegaremos a uma grande consciência cosmológica ou cosmogônica.
De modo concreto, o planeta passa por mudanças, que postamos durante esta semana alguns comentários das análises de Edgar Morin e Petr Sloterdijk, há outras é claro, como as diversas preocupações de grandes pensadores que estão em “O mundo não tem mais tempo a perder” (GOLDMAN, 2014).
Falamos de “visões” do Sloterdijk, e vigiar está ligado a “ver com atenção” e também é preciso pensar que podemos emanar bons pensamentos e sentimentos ao planeta e ao cosmos, por isto a passagem do evangelista Marcos que ficou consagrada como “Vigiai e orai”, mas que está em outras passagens bíblicas, esta porém é mais atual (Marcos 13:33-37), pois ele compara esta vigilância a chegada do administrador que deixou a casa (neste caso a nossa casa de morada a Terra ou o Cosmos) para que os empregados tomassem conta e espera que eles tenham cuidado dela.
Pode-se pensar em termos apocalípticos, mas o sentido escatológico verdadeiro que é “estar atentos” para o desenvolvimento dos povos (na plenitude é o reino de Deus) vai sendo construído e as vezes, caso do momento atual da humanidade, é preciso vigiar para ir em frente e não cair em retrocessos que são possíveis, como as guerras e aumento das desigualdades.
Portanto pedir, orar e falar deste “desenvolvimento futuro” tanto humano quanto em cada uma de suas dimensões (espiritual, material, intelectual e afetiva), significa interiorizar e meditar sobre estas mudanças, por isto “orar” não significa apenas pronunciar palavras sem nexo e sem sentido, mas desejar um progresso para todos.
Para cristãos católicos e luteranos o “advento” (período do Natal) é um tempo propício para esta “vinda”, como uma destas “visões”, a fraterna da consciência humana, agora de cidadania planetária, esta é a noosfera deste tempo.
GOLDMAN, S. (coord). O Mundo não tem mais tempo a perder: Apelo por uma governança solidária e responsável, São Paulo: Civilização Brasileira, 2014.
“Paradise papers” e a corrupção mundial
Depois do SwissLeaks (veja nosso post) e do Panamá papers (outro post), agora surgem os novos paraísos fiscais em ilhotas pelo mundo, denunciados como “Paradise papers”.
A denúncia, que envolve a rede de Jornalistas Investigativos de mais de 80 países, denuncia fraudes fiscais com base no vazamento de 13.5 milhões de documentos financeiros, vindo de um escritório internacional de advocacia com sede nas ilhas Bermudas, o Appleby, que foram primeiro obtidos pelo jornal alemão Suddeustsche Zeitung.
Entre as personalidades mundiais estão a Coroa Britânica, a cantora Maddona e o campeão mundial de formula 1 Louis Hamilton, mas aparecem os ministro Henrique Meirelles da Fazenda e o ministro Blairo Maggi da agricultura, além do empresário Paulo Leman. Dono da Ambev, a marca Heinz e a rede de lanchonetes Burger King.
Segundo o relatório pessoas ligadas a Trump como o secretário do comércio Wilbur Ross, e ligadas a Putin da Rússia, como seu genro, além de mais de 100 corporações multinacionais, tais como Apple, Nike e Uber, fogem de impostos por manobras contábeis habilidosas.
Ter dinheiro em paraísos não significa atos de corrupção, mas o fato de buscar paraísos fiscais com baixa tributação, e usar empresas “offshore” (ao pé da letra fora das costas, quer dizer sem muita fiscalização) pode ser um indício de evasão de divisas e também corrupção.
As informações detalham movimentações financeiras de mais de 120 mil pessoas desde 1950 e 2016, segundo a BBC de Londres não é um vazamento, mas uma enchente.
Parafraseando um jornalista, “é preciso passar o mundo a limpo”, deve emergir uma nova cidadania planetária que não suporte mais isto, e segundo análise de Big Data no Brasil, a palavra corrupção foi a mais citada este ano aqui, talvez seja o “ano da corrupção”.
O OUTRO e o Amor cristão
Este é o post de número 2000, em comemoração queria dizer o que é mais profundo em meu sentimento religioso.
O conceito do Outro conforme descreve o filósofo Emmanuel Lévinas pode ser definido assim: “A qualidade das relações que o homem trava com o outro depende não apenas da simpatia de que é investida, mas também, do conhecimento recíproco dos protagonistas.”
Usando este conceito todo o fundamento e prática religiosa poderia ser reduzido a duas coisas muito simples: “ama teu próximo” e ama a Deus, é o que conta um texto do novo testamento, onde os fariseus sabendo que Jesus já calara os Saduceus, em Mateus 22, 36-40, eles fazem uma nova armadilha para Jesus:
“Mestre, qual é o maior mandamento da lei?
Respondeu Jesus: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito’.
Este é o maior e o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’.
Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas”.
E pergunto quanta coisa feita em nome do Amor e que fere os outros, que insuflam preconceitos e desconsidera pessoas, muitos ainda que proclamem estes valores não conseguem vivê-los como prática de vida.
A Biosemiótica e Terence Deacon
Natureza Incompleta: Como a Mente emerge da Matéria é um livro de Terrence Deacon, antropólogo e biosemiótico, que aborda as origens da vida e o filosofia da mente, com novas tentativas de resposta de como a natureza emergiu.
O livro procura explicar conceitos como intencionalidade e normatividade em um propósito diferente ao da fenomenologia, mas considerando-os com um propósito mais funcionalista, chama entenacionais (no sentido ontológico de entes), mas agrupados e por isso “nacionais”.
O livro explora as propriedades da vida, o surgimento da consciência e a relação entre processos evolutivos e semióticos.
O livro especula sobre como propriedades como informação, valor, propósito, significado e comportamento direcionado final surgiram da física e da química.
Os críticos do livro argumentam que Deacon atraiu fortemente as obras de Alicia Juarrero e Evan Thompson sem fornecer citações completas ou referências ao autor, mas uma investigação da UC Berkeley inocentou Deacon que é professor lá.
Em contraste com os argumentos apresentados por Juarrero em Dynamics of Action (1999, MIT Press) e por Thompson in Mind in Life (2007, Belknap Press e Harvard University Press), Deacon rejeita explicitamente as afirmações de que fenômenos vivos ou mentais podem ser explicados por dinâmicas abordagens de sistemas.
Em vez disso, Deacon argumenta que as propriedades da vida ou da mente só emergem de uma relação recíproca de ordem superior entre processos auto-organizados.
Terence Deacon estará em São Paulo, no evento de Ciências Cognitivas EBICC.
Complexidade, consciência e AI
Já afirmamos que tanto a complexidade como a consciência são fenômenos que pertencem a natureza biológica, e foram emprestados as chamadas ciências “exatas”, mas a AI (Artificial Inteligente) continua tendo avanços, quais seriam então os equívocos de noções equivocadas deste campo ?
A resposta do professor de tecnologia do MIT Rodney Brooks, que trabalha com a robótica para a Panasonic é que há 7 pecados capitais, e ele cita a lei de Amara ao dizer que as pessoas tendem a subestimar tanto o efeito a curto prazo quanto ao de longo prazo da tecnologia ao examinar uma tecnologia inexistente, enquanto um outro fatos é confundir hipóteses onde a AI teria uma igual competência para resolver o problema de uma tecnologia inexistente.
Um terceiro fator apontado por Brooks é que a suposição frequentemente de praticar uma tarefa é frequentemente confundida com uma tarefa realizada por AI igual a competência.
Brooks também diz que as pessoas são propensas a paralelizar o progresso AI na aprendizagem de uma determinada tarefa para o mesmo processo em seres humanos, por isto sempre aparece a ideia de híbridos humano/máquinas.
Brooks afirma também que as pessoas não devem esperar que AI continue a progredir constantemente em um caminho de desempenho exponencial, mas sim em ajustes e reavaliações, e não devemos acreditar em cenários feitos pela mídia com situações inesperadas na AI.
É disto que tratava a ficção científica de Odisseia 2001, onde o computador que tomava decisões diabólicos jamais existiu e assitir o filme hoje mostra a irrealidade daquela ficção, já Blade Runner se atualizou em 2049 e pergunta se máquinas tem almas, a pergunta do escritor que inspirou o filme é se as máquinas sonham com ovelhas elétricas (no romance de Philip K. Dick_, e porque máquinas dormiriam ? e porque máquinas dormiriam ?
Aliás a figura do cachorro do velho caçador de Androides, também chamar Harrison Ford para o papel foi interessante em referência ao romance que inspirou o filme.
O artigo completo de Rooney Brooks publicado na Technology Review da semana passada é bastante interessante e separa 7 falácias sobre a AI.
Os puros de coração verão a Deus
Entre as maldades que circulam não são pelas redes, mas também pelas fofocas e pelas maldades do mundo contemporânea está a desconfiança, não seria exagero dizer que é a “Sociedade da Desconfiança”.
Se alguém não é de determinado grupo deve ser isolado, talvez tenha algum problema outras formas de bulying coletivo que ajudam a isolar a pessoa e fazê-la sentir mal, muitos vezes sobre o manto de doces palavras.
São muitos os jovens e pessoas idosas que se sentem mal em seu próprio meio, há uma desamor camuflado em boas intenções aparentes, é preciso que não se faça proselitismo e aceite o Outro como ele é, muito se tem falado na filosofia e na sociedade sobre isto em conceitos como: relações, empatia, escutar e dialogar, mas o resultado é pequeno.
Todos aqueles que agem contra a corrente negativa sentem em seus corações uma nova paz, mesmo em meio a tantas dificuldades, sentem novo impulso de caminhar para frente em meio a um mundo cheio de desconfianças.
É como dizem as bem-aventuranças no famoso sermão da montanha, onde duas especiais para os dias de hoje Mt (5,8-9):
“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.
Promova a paz e diga palavras de estímulo a todos a sua volta e colherá frutos saborosos.
O sofrimento e o cansaço
A sociedade do cansaço não é a do sofrimento, o sofrimento é parte da vida, mas há a impossibilidade de praticar a alteridade, e considerar o Outro além do mesmo, o individualismo transformou-se conforme afirma o filósofo coreano-alemão Byung-Chul Han uma “divisão nítida entre o dentro e fora … a Guerra Fria seguia o esquema imunológico”, que é a metáfora de excluir o Outro quando este não se configura dentro do meu sistema “epistêmico”, está fora da “minha lógica”.
A onto-lógica do “tragikós” grego, é aquela na qual enfrentamos nossos sofrimentos observando onde a justiça e a política convulsionam e criam patologias em nosso meio, a lógica dual do ou “eles” ou “nós”, é a crença na vingança, no ódio e na guerra, trágicas para a modernidade e ainda não damos sinais de ruptura em nossos sistemas de tensionamentos.
Os deuses sejam quais foram não querem nossa morte nem nosso sacrifício, a onto-lógica deve contemplar o outro com compaixão e misericórdia, mas não pode estar sujeita a ética dos Fariseus e Doutores da Lei, o portal pelo qual devemos entrar é a misericórdia de um Deus que se faz morte e vítima pelos homens, e não aquele que faz dos homens vítimas dos deuses, esta religião pós-moderna é farisaica e impiedosa, condena e não salva.
Após Jesus ter ensinado esta onto-lógica para os discípulos, eles ainda tinham e não entendiam o seu sacrifício que era o sacrifício de um Deus.
Lemos na Bíblia que Jesus já previa sua morte violenta, e começa a alertar os seus discípulos que não aceitam, em Mateus 16,22 está escrito que Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”, e ele pede a Pedro para afastar-se dele com aquela mentalidade.
O que é o sofrimento, o mundo moderno não conhece, está preocupado com o máximo do prazer, o hedonismo defendido pelos utilitaristas como Stuart Mill e Jeromy Bentham e toda tentativa de conciliar a felicidade agápica com a êxtase erótica, deu naquilo que o filósofo Byung-Chul Han escreveu em seu livro (edição portuguesa): “na realidade, o fato que o outro desapareça é um processo dramático, porque se trata de um processo que progride sem que, por desgraça, muitos o adverta.” (HAN, 2014, pag. 5).
O escritor francês Emile Zolá escreveu “o sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito”, e o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade escreveu: “a educação para o sofrimento evitaria senti-lo com relação a casos que não o merecem”, aí sim é felicidade.
HAN, Byung-Chul. Agonia De Eros. Lisboa: Relógio D’água, 2014.
Equívocos sobre ética e moral
É comum se ver ética e moral usados em um mesmo sentido, como por exemplo liberdade e costumes, e totalmente dissociados, enquanto a ética se refere exclusivamente a regras, a moral seria ditada por costumes, crenças e tabus.
Não é à toa que se vê uma sociedade tão ausente de valores, nem mesmo os estudiosos e governantes que deveriam zelar por valores e tratar de torna-los claros o fazem, por uma razão ao mesmo simples e complexa, simples é porque não estão convictos destes valores, e complexa porque a análise do contexto social em que isto se dá depende de análise profunda.
Esclareçamos primeiro, dentro de uma perspectiva histórica: um dos conceitos mais importantes de Immanuel Kant é denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência, e assim seriam fonte da ética e também da moral) para a experiência concreta do mundo, então já há aproximação destes dois conceitos.
Assim tanto a sua filosofia da Natureza como a filosofia da natureza humana serão determinantes na construção de sua filosofia moral, na qual formula o imperativo categórico:
Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal. |
Na Antiguidade Clássica, o termo vem de “ethos” que significa um modo de ser, ou “um conjunto de valores que orientam uma sociedade no caminho do bem-estar social”, a eudaimonia, o potencial pleno de realização da felicidade de cada um, porém sem abandonar os valores de conjunto da sociedade.
Hegel reformula o conceito Kantiano, mas definirá uma “eticidade” e não uma etica geral como:
Assim pode-se pensar em moralidade tanto em Hegel como em Kant como tendo uma moralidade subjetiva e uma moralidade objetiva, classica divisão idealista, que para Hegel em Kant teria prevalecido a primeiro, enquanto Hegel a definirá como “autodeterminação da Vontade”, prevalecendo portanto a segunda, o que é fácil de deduzir se pensamos em moral do Estado, que é o conceito mais importante definido em sua obra “Introdução a filosofia do direito”.
Assim, dentro da filosofia idealista, só se pode falar de moral no campo privado, já que a moral pública é a eticidade como qualidade do ético, objetivada que é pelas leis, aquilo que chamam de liberdade não é senão o direito do Estado de determinar objetivamente a moral privada.
Assim gerou-se um relativismo, e as inúmeras tentativas de reaproximar a ética da moral parecem influtíferas se não penetrarmos a fundo em duas questões novas que surgiram, o que é liberdade (tanto individual quanto social) ? e o que é vontade (individual e de poder) ?
Vale o adágio popular: a liberdade de cada um acaba quando começa a do vizinho.
Kenosis, transparência e valores
O diálogo é, portanto um caminho para a transparência, tanto entre pessoas como no sentido social, e na medida em que fazemos a mais profunda também realizamos uma kenosis, que no sentido místico é o esvaziamento da própria vontade para a aceitação do desejo divino, mas se consideramos o divino presente no Outro, a kenosis é própria de um profundo diálogo.
O esvaziamento não pressupõe um abandono de valores: dignidade, integridade, ética e moral, mas sim um abandono de conceitos, ou melhor, dos nossos pré-conceitos, que só não tem quem deixou de pensar e que muitas vezes são confundidos com valores.
No ambiente social, podemos dizer que ocorre uma fusão de horizontes, onde uma utopia se torna possível, e, com isto caminhos sociais se abrem e perspectivas novas se apresentam os preconceitos muitas vezes não estão na utopia, porque justamente elas se situam num horizonte as vezes distante e as vezes próximos, é o virtual, no sentido de futuro possível.
Também em termos Bíblicos, em Mateus encontramos a transparência ligada aos valores: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. O que vos digo na escuridão dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma!” (Mt 26-28), os que destroem valores e matam a esperança, tentando destruir nossa essência.
Em tempos de transparência é, sobretudo um profundo equívoco imaginar que podemos enganar e iludir os homens, pois a verdade aparecerá logo ali na frente, ainda que hajam pós-verdades e leitura distorcida de fatos muito claros: corrupção, mentiras e politicagem.