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Deserto, existência e sonhar
A existência já apontamos em outros posts depende de viver o instante que passa, época de mudanças implicam em conhecer e saber que há momentos de deserto em que a própria existência parece em cheque é preciso neste momento não parar de sonhar, um futuro que virá.
O que buscamos ou o que encontramos no deserto é a compreensão do que desenvolvemos esta semana na angústia, não a que leva a frustação, mas justo sem oposto, no conceito desenvolvido apontamos não viver de sentidos emprestados do cotidiano, olhá-lo como oportunidade.
O segundo sentimento de deserto, é aquele que o filósofo Kierkegaard apontou como repetição, a sensação de que tudo parou e não há nada além do deserto, a existência parou e pode até parecer que ela se findou, há uma outra repetição que mira no essencial que é rapaz de ir além.
Ela que lida com a frustração e que nos faz continuar a sonhando, mas afirmamos não são os prazeres, a fortuna (aqui no sentido financeiro) e nem mesmo o deixar acontecer e deixar o mundo como ele é que se encontram sonhos mesmo num deserto.
Justamente porque é mudança de época, valores e sentimentos estão em ebulição, que podemos encontrar novos sonhos, realizáveis é claro, mas as vezes mesmo loucos podem ser realizáveis.
O que separa um do outro não é a profundidade de um sonho, mas a perenidade do que se busca, se buscamos só os prazeres, o poder ou a preponderância sobre o Outro, não são sonhos, são no fundo evasivas dos verdadeiros sonhos, não são generosos com toda a humanidade.
Porém o que mais se busca são estes sonhos transitórios, e a frustração segue a eles quase inevitavelmente, claro alguns ficarão ricos, terão êxtases de prezares, porem a custo alto.
É como a passagem bíblica, ao receber os discípulos de João Batista, que vivia no deserto, disse as multidões que o seguiam (Mt 11,7-9): “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta?”, uma profecia é também um sonho.
É preciso a angústia filosófica para sonhar, entrar num círculo virtuoso de um sonho realizável.
Ciência, cons-ciência e complexidade
A ciência moderna, em especial a partir do século XVII, construiu um novo mundo que renunciou a metafísica, a teoria e radicou-se metodologicamente no projeto matemático de domínio da natureza e os experimentos e medições para o projeto deste domínio.
Mas a natureza dominada reagiu e reage de formas não pensadas, climas extremos seja de verões europeus ou de frios americanos, chuvas e queimadas, onde até os oceanos já dão sinais de esgotamento, dominamos ou destruímos a natureza ?
Os próprios limites da ciência como lógica e poder estão em cheque, vamos reger nossas vidas unicamente pelos mercados e seus valores, os números frios dizem algo sobre o homem?
Além dos paradigmas físicos e científicos sobre as novas tecnologias existem problemas sociais emergentes e que preocupam até os que sempre se valeram de mercados, o economista Federico Cingano num estudo da OCDE afirmou: “quando a desigualdade de renda aumenta, o crescimento econômico cai”, assim é inevitável abordar o tema, em qualquer perspectiva. Mas há reações da própria natureza, como a pandemia e desastres naturais.
Para além do problema da consciência, filosófica ou tecnicamente, há uma dimensão social que é correlata, e não indiferente, isto também vale para a consciência na questão histórica.
Edgar Morin adverte para o sistema de ensino, onde ainda se ensina de modo hermético: “Não ensinamos a compreensão do outro, que é fundamental nos nossos dias, não ensinamos a incerteza, o que é o ser humano, como se nossa identidade humana não fosse de nenhum interesse. As coisas mais importantes a saber não se ensinam”, disse no programa fronteiras do Pensamento.
Vê a crise da democracia como a relação obscura com os “enormes poderes do dinheiro, que tem levado a casos de corrupção em todo lugar. O vazio do pensamento, somada a essa corrupção, leva a uma perda de confiança na democracia, e isso favoreceu os regimes neoautoritários como vimos na Turquia, Rússia, Hungria e como vemos agora na crise da democracia no Peru e no Brasil”, o caso da Bolívia atual é um caso a parte.
Também vê com preocupação o fechamento fundamentalista e étnico: “A menos que as pessoas tomem consciência da comunidade de destino dos humanos sobre a Terra, as pessoas se fecharão em suas identidades religiosas, étnicas etc. Vivemos um período obscuro da história, a única consolação é que esses períodos obscuros não são eternos”, acreditemos no futuro.
A entrevista completa de Edgar Morin em Fronteiras do Pensamento segue –se abaixo:
O eterno e a fragilidade atual
Não há como pensar em eterno sem pensar em Deus, por isso as religiões que abrem mão da figura divina precisam da reencarnação, um eterno retorno ao temporal, agora é tempo de crise além da pandêmica, explodiu uma revolta de partidários do Trump nos Estados Unidos, a mais rica nação do planeta está mal.
Trabalhamos durante a semana a capacidade de dialogia e de busca de convivência entre polos opostos, o tempo que vivemos vai na direção contrária, o resultado é a explosão dos conflitos.
Fora da situação americana, também a situação global não é menos problemática, novas situações de lock-down pela pandemia, a emergência de crises econômicas e o enriquecimento de urânio no Irã apontam para a debilidade do equilíbrio mundial, somos um pouco menos frágeis que os fetos.
O que se espera ao menos das vozes que tenham equilíbrio e que buscam manter a paz mundial é que estejam atentas a estes perigos e intervenham na fragilidade dos convívios mundiais.
Ninguém que tenha consciência espera uma situação pior, o ano da pandemia foi extenuante, mas a resiliência e a busca do diálogo devem ser permanentes para evitar desastres e situações de mais dificuldades ainda que as que já nos são impostas.
Para os que creem, pedir a ação divina sobre uma situação tão complexa, se o homem não consegue agir de acordo com a graça, a reação divina é inevitável, onde abundou o pecado abunda a graça superabunda, diz uma máxima cristã.
A manifestação bíblica de Deus Pai, Jesus havia sido batizado e assim recebeu o contato com o Espírito Santo e daí se produziu uma manifestação trinitária (Jesus, o Espírito Santo e Deus) que tornou a voz de Deus um imperativo, narra o evangelista Marcos (1,11) “E veio do céu uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem querer’ “, o tempo que vivemos é assim um tempo no qual muitas manifestações extraordinárias mostrarão o amor Divino.
Entre o eterno e o temporal
Não há dualismo entre corpo e mente, como querem os idealistas, a mente existe num corpo e com ele interage, há aquilo que é o temporal e o que é eterno, senão num sentido strictu ao menos no sentido lato, é preciso princípios para se determinar os valores e aquilo que conduzem a humanidade em tempos críticos da sociedade, e o espiritual ajuda.
Byung Chul Han, em palestra em janeiro do CCB de Barcelona onde mostrou a dilaceração de nosso tempo entre o narcisismo, o auto consumismo e uma ausência de relação com o outro, que é preciso revolucionar o tempo, ou a forma como gerenciamos ele.
Disse sobre o outro e em referências as universidades: “Em todo caso, vivemos uma época de conformismo radical: a universidade tem clientes e só cria trabalhadores, não forma espiritualmente; o mundo está no limite de sua capacidade; talvez assim chegue a um curto-circuito e recuperemos aquele animal original”.
Afirmou no CCB de Barcelona: “A aceleração atual diminui a capacidade de permanecer: precisamos de um tempo próprio que o sistema produtivo não nos deixa ter; necessitamos de um tempo livre, que significa ficar parado, sem nada produtivo a fazer, mas que não deve ser confundido com um tempo de recuperação para continuar trabalhando; o tempo trabalhado é tempo perdido, não é um tempo para nós”.
O humanismo moderno criticado por seu mestre Peter Sloterdijk que afirma este sentido de volta ao animal original, é claro não é no sentido da animalidade selvagem, mas a ideia que ele deve recuperar sua relação com a natureza ou não se salvará e condenará até mesmo o planeta.
Sloterdijk expõe claramente estas ideias no vídeo que se apresenta mais abaixo.
O que significa o homem natural e suas relações com o eterno, agora não apenas a natureza, mas numa cosmovisão do paraíso e da vida eterna, significa que devemos olhar para valores que ficam.
Ao ser questionado pelo saduceus, que era uma classe mais aristocrática no judaísmo, sobre com quem ficaria no paraíso uma mulher que em vida se casasse com vários irmãos após a morte de cada um deles, Jesus responde a eles que acreditar numa vida eterna significa que as pessoas não mais morrerão, assim a pergunta não faria sentido e também que Deus é “Deus dos vivos” (Lc 20:38).
Olhar só os valores temporais e as situações conjunturais nos impedem de ver o futuro e o eterno.
Segue a entrevista de Peter Sloterdijk no programa “Fronteiras do Pensamento”.
Três livros (ou 4) para ler
Sempre me proponho ler alguns livros no ano que inicia, de modo diferente este ano me sinto mais estimulado pelo romance-ficção que deu inspiração para o filme “O céu da meia-noite” o livro que está sendo traduzido para o português de Lily Brooks-Dalton, é uma releitura de uma terra em colapso já apareceu em outras ficções como o Interestelar (2014), Gravidade (2014) e o épico Blade Runner 2049 (2017) e Ad Astra (2019).
O segundo livro é “Louvor a Terra” de Byung Chul Han, explora seu caráter oriental quase de amor as plantas, do esmero, do louvor e da gratidão, trata-se de um jardim que foi cedido ao autor para este cuidar dando a conhecer uma outra face de escritor, a relação sintética e realista com a natureza.
Ele explora os ritmos e relações de aromas com a natureza, explorando a sutileza das plantas e flores, que é um convite à contemplação.
O terceiro livro é de Peter Sloterdijk (já encomendei o livro) Tens de mudar sua vida, cuja edição em português é da editora portuguesa Relógio d´Água.
Peter Sloterdijk desenvolveu uma filosofia a partir do livro Regras para o parque humano, aprofundado em Crítica a Razão Cínica e nos 3 volumes de suas esferas (li apenas o primeiro, os outros não tem versão em português), no qual trava uma batalha contra um humanismo falido.
Nesta obra Tens de mudar sua vida (na Alemanha foi lançada em 2009, em Portugal no ano passado) o filósofo retoma a questão em que busca uma antropologia em uma dimensão não literária ou iluminista do contexto da vida, em uma entrevista ao Fronteiras do Pensamento, em 2016, afirmou sobre sua antropotécnica (o tema central deste livro), ele define o ser humano não como criatividade, mas como repetição da criatividade.
Afirmou na entrevista: “a palavra francesa répétition exprime ao mesmo tempo a repetição, o repor em cena ações que já produzimos, e o exercício que prepara uma performance, um desempenho. Pensemos numa repetição musical ou artística, fazer e repetir são termos que em francês – diversamente do que ocorre em alemão – convergem. E é exatamente sobre esta convergência que se concentra o trabalho da antropotécnica”.
A logoterapia está em alta e o livro de Viktor Frankl Em busca de sentido está entre um dos mais lidos, não sei se vou ler, mas cito como uma quarta possibilidade.
2020: um ano para o qual não houve preparo
A pandemia nos pegou de surpresa, é tanta que ainda há pessoas que não acreditam que ela está acontecendo, em números redondos são quase 82 milhões de casos de covid-19, 46 milhões de recuperados, e está chegando a quase 2 milhões de mortes no mundo todo.
A olimpíada do Japão foi adiada, se ocorrer será em escalar bem menor que as anteriores, aviões pararam depois de recordes de voos em 2019, que chegaram a ter em um único dia 230 mil voos, cidades inteiras vazias devido ao “lockdown”: Paris, Londres e outras grandes cidades europeias ficaram irreconhecíveis sem o agito diário e as economias em todo mundo se fragilizaram.
Muitos analistas anteciparam um pós-pandemia que ainda é incerto e assim como foi a pandemia imprevisível, de apocalípticos a utópicos, o que será a nova normalidade pode ainda ser indefinível.
Na política a polarização continuou, novas crises de problemas sociais antropologicamente graves como o racismo, o machismo e a xenofobia (vejam a análise de Sloterdijk no post anterior) vieram a tona, já que são problemas que sempre existiram na história humana.
Também uma palavra que defina o ano para aqueles que tem consciência deste conjunto de questões sejam resiliência, porém o uso adequado desta palavra implica num conhecimento ainda maior de seu significado: a capacidade do indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas ou alguma situação dramática.
Enquanto alguns países conseguiram reagir com resiliência, devido a cultura e as dificuldades políticas, a maioria dos países, ao menos do ocidente oscilou entre situações de restrições com fechamento de locais públicos: shoppings, bares, restaurantes e praças de espetáculos, e uma flexibilização que quase sempre levou a um aumento da covid-19.
Um ano absolutamente anormal que uma análise mais profunda só poderá ser feita a partir de algum distanciamento histórico e o que pode ocorrer depois da vacina é imprevisível.
O novo livro de Sloterdijk
O livro “Las epidemias políticas” de Peter Sloterdijk ainda está em andamento, porém já há citações e comentários sobre ele, onde se lê que há uma “quase perfeita sincronicidade da pandemia microbiana com a informativa, e acredita que a crise atual poderá levar “a uma consciência coletiva dentro do individualismo”, onde aparece um otimismo novo.
Um dos comentários mais lidos sobre o proto-livro é o que foi publicado em 26 de agosto de 2020 na por El Ciudadano, e que foi comentado pela revista brasileira IHU (Instituto Humanitas Unisinos).
Nele afirma que a sociedade ainda não está “em condições de olhar para além da pandemia” e prevê que pouco vai mudar pois “muitos aguardam com ansiedade o retorno à contidiana frivolidade do modo de vida consumista” e apenas com tempo e reflexões é que isto “levará a uma transformação da consciência coletiva dentro do individualismo.
O nome é porque vê os meios de comunicação como “portadores de infecções” e que a democracia atual é superficial para abrigar a troca de argumento e o diálogo, então estamos sempre “entre epidemias, estratégias e vacinas” num sentido mais amplo, onde a informação é apenas uma rede de “emoção, envenenamento e destruição do juízo público”.
A análise é precisa porque o dualismo e a polarização não tem só um lado, mas tem os dois igualmente e parece que estamos presos a esta lógica onde os argumentos pouco importam.
Aponta por exemplo sobre o discurso do ódio, o fato de que “as pessoas muitas vezes tendem a ver o outro como uma fonte de perigo não é uma consequencia da atual pandemia de coronavírus, nem é uma invenção do racismo pseudoobiológico do século XIXI, Claude-Lévy Strauss apontou, há muito tempo que uma dose de xenofobia faz parte da herança ancestral da espécie homo sapiens”.
Apesar dos sistemas que explicavam tudo terem fracassado detecta que “agora, quase nada é tão contagioso como o entusiasmo pelas ideias universalistas. Quando o universalismo fracassa, surge a crítica. Quando a crítica fracassa, surge furioso o ressentimento em massa” e conclui que é isto que leva as “epidemias da ira”, enfim nossa dificuldade de resignação e resiliência.
Faz sua síntese histórica analisando que “Na Europa, o Iluminismo começou com a afirmação de que o bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo. Existem muitas razões para duvidar da veracidade desta tese”, agora sabemos que seguranças e imunidades são mal distribuídas.
É obrigatório tomar qual vacina?
Assim disse o STF, entretanto a fase final de teste da vacina chinesa Coronavac no Brasil somente terá o relatório divulgado dia 07 de janeiro, informou o Governo do Estado de São Paulo, já a vacina da Pfizer em colaboração com a empresa alemão BioNTech está sendo usada no Reino Unido, desde o dia 2 de dezembro e milhares de britânicos receberam a primeira dose da vacina, a empresa divulgou os dados detalhados da fase de testes que foram validados (conferidos pela comunidade científica), no Brasil a CoronaVac ainda não.
A vacina da Pfizer já está autorizada nos Estados Unidos e deverá estar na Europa Continental, a Argentina adotou a vacina russa e começará a vacinação na terça-feira (29/12).
As campanhas de vacinação contra a covid-19 começaram neste domingo na União Europeia (16 países já autorizaram no total de 27), e na Rússia a Sputnik está sendo aplicada desde 5 de dezembro, porém a fase de testes foi atropelada.
Se é verdade que há ideologização da vacina chinesa, ela tem dois lados, pois sua aprovação não está seguindo os caminhos tradicionais, se a Anvisa está desautorizada, isto sim é assunto do STF.
Desde 9 de novembro, quatro laboratórios anunciaram que suas vacinas têm eficácia elevada: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca/Oxford e o instituto estatal russo Gamaleya, a AstraZeneca anunciou neste fim de semana que tem um remédio para cura de doentes já infectados, claro isto ainda deverá entrar na fase de testes.
A AstraZeneca é a mais barata (2,50 euros/3 dólares a dose), a Moderna e a Pfizer/BioNTech tem problema de logística pois devem ser transportadas em baixas temperatura -20º.C e =70º.C.
Os especialistas afirmam que os efeitos colaterais existem, diversos informativos dão esta informação, destaco a Isto é no Brasil e no exterior a AARP Foundation, fundação que auxilia aposentados americanos.
Apenas o Brasil (oficialmente o Estado de São Paulo e a prefeitura do Rio de Janeiro), a Indonésia e a Turquia estão comprando a vacina Coronavac, todos queremos a vacina, sem critérios científicos a polarização política mais uma vez não esclarece nada, a vacina deve ser testada e aprovada, os dados devem ser validados pela comunidade científica e pelas agencias reguladoras.
Uso emergencial da vacina
Em meio a crescente polêmica da vacina, na medida que a vacinação se aproxima, alguns esclarecimentos são necessários, reunidos dia 10/11 o colegiado da Agência Nacional de vigilância Sanitária (ANVISA), na qual é destacado que é destinada a um “grupo previamente definido”.
Ainda segundo a agência, nenhum laboratório havia solicitado, até aquele momento, o uso de vacinas, mesmo o órgão já ter definido os requisitos para o pedido de uso “temporário”.
O que é considerado uso temporário e emergencial está prevista no enfrentamento da pandemia.
Um documento intitulado Plano Nacional de operacionalização da Vacinação contra a covid-19 foi entregue sábado (12/12) ao ministro Ricardo Lewandovski, relator de ações que falam da obrigatoriedade da vacina, pelo advogado-geral da União José Levi, conforme a Agencia Nacional.
O documento contendo 93 páginas é dividido em dez eixos, onde especifica a população-alvo, as vacinas já adquiridas e as que ainda estão em fase de pesquisa, a operacionalização da vacinação, o esquema logístico e as estratégias da comunicação para uma campanha nacional.
As vacinas que estão em processo de aquisição pelo governo, conforme o documento oficial, são a Fiocruz/AstraZeneca, 100,4 milhões de doses em julho de 2020 e depois mais 30 milhões de doses ao mês no segundo semestre, a Covax Facility 42,5 milhões de doses e Pfizer em negociação.
Não há data para o início da vacinação, enquanto isto crescem o número de casos, os hospitais voltam a ficarem lotados, e o controle de bares e restaurantes parece ineficiente em época de Natal onde o comércio se agita.
Vacinação e opções
O Reino Unido começa nesta terça feira sua vacinação em massa na qual serão 40 milhões de vacinas para 20 milhões de pessoas, devido a necessidade de duas doses da vacina Pfizer.
A eficácia é em torno de 95% e os efeitos colaterais em cerca de 2% dos voluntários é de dores de cabeça e fadiga, semelhantes a uma ressaca forte, entretanto haverá outras opções de vacinas.
De modo diferente no Brasil as opções são pequenas e a eficácia de vacina, apesar de toda a propaganda política em torno da vacina da AstraZeneca/Oxford do governo federal e a Coronavac do governo paulista, ambas têm eficiência bem menores e contam com desconfiança popular.
Secretários de saúde estaduais e municipais publicaram no sábado (5/12) no site do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) um pedido que o governo federal adquira todas as vacinas contra a Covid-19 com eficácia e segurança comprovadas, os interesses econômico/ políticos infelizmente devem prevalecer e ficaremos com poucas opções.
O que nos leva a desconfiança dos interesses políticos e econômicos são o desprezo a eficiência.
Duas razões são importantes quanto a eficiência (é diferente da eficácia), primeira é aquela que mobiliza o sistema natural que temos (os representantes majoritários são macrófagos) e que desenvolve uma defesa independente do agente infecioso, a segunda a segunda se o sistema não é suficiente (veja a raiz su-eficiente) ele mobiliza o sistema imune adaptativa ou adquirido, que é mais sofisticado e dependente do tipo de bactéria ou vírus, este sistema deve “gerar” defesas (o mais representativo são os linfócitos).
O que prova que isto é verdadeiro que todas as agencias dizem que não há garantia do fim da pandemia, e devemos permanecer tendo cuidados de proteção, o tempo dirá e que não custe mais vidas.