Arquivo para janeiro 7th, 2014
Mudanças no pos-guerra e esperança
A análise dos autores segue, e apesar de no pós-guerra haver “esperanças imensas num mundo novo, de paz e justiça … no enfraquecimento ou na ignorância de que o exército vermelho trazia não a liberação, mas uma outra servidão e de que o colonialismo relançara a sua influência na África e na Ásia … a guerra fria começa em 1947” (pag. 29, do livro Terra-Pátria de Edgar Morin e Anne B. Kern, que estamos analisando).
“A despeito de aberturas passageiras, os antagonismos dos dois grandes sistemas mantêm a sua virulência até 1985 e exasperam-se durante a guerra do Afeganistão” (pag. 27).
Mas “o definhamento do mito do ´socialismo real´, iniciado com o relatório Kruchtchev, continuado pela repressão húngara (1957) e da Primavera de Praga (1968), o mito do socialismo chinês definha também em 1975 (o ‘complot’ de Lin Piao, o caso do Bando dos Quatro), assim como o mito do Vitename liberador (sujeição do Camboja) … o processo reformador da Perestroika, que leva a implosão do totalitarismo comunista e ao desmembramento do seu império (1987-1991), fez ruir a grande religião de salvação terrena que o século XIX tinha elaborado para suprimir a exploração do homem pelo homem … “ (pag. 28).
O período subsequente parecia demonstrar que “as leis do mercado e os princípios do mercado livre triunfam aparentemente” (pag. 28) mas “as convulsões do pós-comunismo aceleram e amplificam um formidável processo de regresso ao passado, à tradição, à religião, à etnia, nascido, um pouco por todo o mundo, da crise do futuro [que os autores retornam no capítulo 3 e que fizemos neste blog uma relação com a tecnologia no texto de Alvin Tofler] e dos sobressaltos de identidade contra a homogeneidade.” (pag. 29)
Embora a análise possa parecer caótica, e é no sentido de complexa, há uma perspectiva de unidade na diversidade no ambiente do planeta-mundo que constroem nesta análise e a queda do muro de Berlim ainda é um ícone forte de outros “muros” que ainda devem cair.