Arquivo para janeiro 6th, 2014
As ideias e a Pátria-Mundo
Edgar Morin e Anne B. Kern chamam de Pátria-Terra o ambiente do início do século XV e explica que as religiões universalistas “abriam-se desde os primórdios a todos homens da terra” (pag. 21) mas “no começo da era planetária “os temas do ‘bom selvagem’ e do ‘homem natural’ foram antídotos, é verdade que muitos débeis” contra o desprezo pelos bárbaros civilizados, mas será em torno disto que se desenvolvem as ‘nações-estado’ da modernidade.
A evolução destas ideias vai fazer a antropologia europeia principalmente, vê nos arcaicos não ‘bons selvagens’, mas ‘primitivos infantis’ afirmam os autores (pag. 21).
Mas serão justamente os ‘teóricos’ dos ‘primitivos infantis’ que desencadearão a guerra de 1914-1918, quando um tiro em Sarajevo mata o herdeiro do trono dos Habsburgos (pag. 22), assim “um atentado local num canto perdido dos Balcãs determinou uma reação explosiva em cadeia que” acabou abrangendo quase toda Europa.
Os autores mostram que as análise não podem ser simplistas: “se a explicação da guerra é marxista (rivalidades entre os imperialismos) ou shakespeariana (desencadeamento do tumulto e da fúria, delírio da vontade de poder), porque a guerra é o produto histórico monstruoso da copulação força de Marx e de Shakespeare” (pag. 23) sentenciam.
E avançam na análise do período que se segue: “A economia mundial é agitada por sobressaltos no começo dos anos 1920, até que, em plena atmosfera de prosperidade reencontrada, a grande crise de 1929 faz emergir do desastre a solidariedade econômica planetária: um crash em Wall Street leva a depressão econômica a todos continentes” (pag. 24).
“Os anos 30 são dramáticos” … “A Alemanha nazi invade a Noruega, a Holanda, a Bélgica, a França em 1940” … chega ao leste europeu e a África … “num total de 100 milhões de homens e mulheres empenhados no conflito mundial”.
Finalizada a guerra, fundada a ONU (Organização das Nações Unidas), reinicia a guerra fria, “o planeta é polarizado em dois blocos, travando-se em toda parte uma guerra ideológica sem remissão” (pag. 26).
Que lições tiramos do bombardeio de Guernica (acima, 16 de abril de 1937) e da bomba atômica em Hiroshima (abaixo, 6 de agosto de 1945) ?