Arquivo para maio 26th, 2016
Substância e transubstanciação
A separação do homem da natureza, transfigurada no idealismo na redução entre sujeito e objeto, separados e segmentados, é um conceito chave para unir metafísica e ontologia.
Designa-se por substância aquilo que há de permanente nas coisas que podem ser modificadas, por exemplo um homem jovem e um homem velho, onde jovem e velho são acidentes da substância homem, que permanece, se admitimos a vida eterna: para sempre.
Os realistas da idade média, dizem que a substância existe fundamento do existente portanto, vejam o post anterior, enquanto os nominalistas diziam que tudo são nomes atribuídos pelo homem, do qual a essência pouco conhecemos ou mesmo conheceremos.
No início da modernidade haviam aqueles que reconheciam uma única substância inicial (os monistas), a mônada de Leibniz por exemplo mas também Espinosa, para ambos a substância iniciado é Deus ou o Ser.
Olhando para a natureza, de um modo geral sempre haverá uma separação entre homem e natureza, o princípio antropocêntrico surgido do final da idade média, se por um lado foi importante a valorização e identificação humana, por outro, sua separação da natureza foi de certa forma desastrosa, significou o surgimento de um dualismo, sempre presente hoje.
A ideia que a natureza e o homem possam ser uma coisa é que, afinal o homem também é natureza, complexa ou complexificada, como queria Teilhard Chardin, mas o homem ao deixar a natureza de lado, para apenas dominá-la e transformá-la deixou de entender e trabalhar aquilo que tem de “natural” no seu Ser, a substância é, o elo de ligação entre ser e estar.
Segundo a teoria do Big Bang de uma explosão inicial formou-se as radiações eletromagnéticas e destas as partículas primeiras partículas elementares, pela física atual, Férmions (quarks e leptons), bósons e uma lista de partículas (photino particular elementar do fótons, neutralino partícula elementar do neutrino, gravitino partícula elementar do gráviton, etc) de onde teriam surgido todas as substâncias materiais de todo universo.
Teilhard Chardin trabalhou o conceito de universo cristocêntrico, toda a substância do universo deificada por sua união ao corpus divino, e para marcar terrenamente este fenômeno universal, deixou uma forma de transubstanciação terrena, o corpus christi, que na ultima ceia de Jesus deixou como testamento de sua passagem no planeta, e que passou ser comemorada a partir do século XIII, na data de hoje em todo mundo se celebra isto, curiosamente o período que nasce a crise entre a questão da substância e do Ser, com Tomás de Aquino e Boaventura.