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Arquivo para a ‘Linguagens’ Categoria

O pragmatismo político e a democracia

17 abr

A conjuntura complexa tanto nacional quanto internacional tem conduzido a um caminho dePragmatismoPolitico facilidade que é o pragmatismo político, e como esclarecem muitos estudiosos, não cabe quanto a este termo uma separação ideológica.

O reducionismo neste campo leva a um significado semelhante aos termos “objetividade” e “praticidade”, mas deve-se incluir pela emergência de um novo termo também a palavra “sustentabilidade”, quanto a combinação dos termos de desenvolvimento econômico e preservação de recursos naturais, mas não é só isto, em essência é o ativismo político hoje.

A ausência de uma reflexão mais ampla, e aqui não me refiro ao pessimismo baumaniano e nem ao pragmatismo filosófico aliás combina bem com o político, já que em todos setores da vida humana, a diversidade natural das coisas, e regras mínimas de convivência social, obrigam todos, até individualistas, a se integrarem à coletividade.

Mas o que está em jogo, no caso brasileiro é a saída de uma profunda crise à qual todos rejeitam a paternidade, mas cada um a seu modo tem sua culpa maior ou menor, uma vez que os que não pecaram por ação corruptiva e irresponsável, pecaram por omissão.

O que pode nos salvar é uma boa dose de democracia plena, longe do pragmatismo político também expresso nas ruas, mas perto do questionamento das estruturas e a sua consequente modificação, redução do poder (não necessariamente do tamanho) do estado, e liberação das forças econômicas, junto ao necessário socorro ao problema social.

Quanto ao pragmatismo filosófico, é uma doutrina metafísica que defende que a ideia do sentido da vida corresponde aos desdobramentos práticos, ou seja, boa dose de voluntarismo aliada a um neo-empirismo, nada mais idealista

 

O mestre e o jumentinho

07 abr

A palavra grega Paidagogos é formada pela palavra paidós (criança) eJesusEoJumentinho agogos (condutor).
Geralmente era o trabalho do escravo que levava a criança ou o jovem até a formação, que derivava na mesma raiz palavra, significando dar formação (Paidéia) intelectual e cultural.
Então pedagogia está ligada ao ato de conduzir do saber, conduzir a sabedoria e ao mestre.
Deveria ser também hoje a condução a formas de levar o indivíduo ao conhecimento, mas não é porque o condutor já se acha dono do conhecimento e não o conduz aos mestres, àqueles que construíram o conhecimento, em geral ignorados ou vistos como “teóricos”.
Também a Bíblia traz um exemplo didático, Jesus ao entrar em Jerusalém, manda buscar um jumentinho para montar, não tinha portando cavalarias e pompas em sua entrada embora o povo o tenha ovacionado com ramos de árvores, eis a origem do domingo de Ramos.
Muita gente religiosa de hoje, ao invés de se considerar um “jumentinho” que conduz o mestre, se põe no lugar e quer reduzir a sabedoria do mestre ao seu limitado conhecimento.
A redução do saber, o chamado reducionismo, a especialização do saber, sabendo uma só área queremos ser “sábios” em várias outras, e principalmente a vulgarização do conhecimento que a humanidade já produziu faz do jumentinho um pseudo-sábio, arrogante e vaidoso.
O Renascimento na ideia média foi uma retomada da antiguidade, qual será a retomada da modernidade perdida em preconceitos e reducionismos ?

 

Criatianismo e Idealismo

14 mar

Se a essência do idealismo é a separação de objeto e sujeito, faço uma inversão proposital, a essênciaSaint do cristianismo para Ludwig Feuerbach é separa do sujeito e os objetos sensíveis, e para Feuerbach a consciência do objeto pode ser, embora distinguida da consciência de si, uma consciência que coincide logo em seguida ao se tratar do objeto religioso, devido sua “transcendência” é exatamente o que o faz retornar-se a consciência de Si, explico.

Para Feuerbach, e o objeto sensível está fora do ser (embora a ontologia aqui seja só um apelo), o objeto religioso está nele, é um objeto intrínseco, e tão pouco o abandona, a sua consciência moral o abandona, é um objeto íntimo, e mesmo o mais íntimo, é o mais próximo de todos.

A sua crítica a Teologia, usando o idealismo pressupõe essencialmente um juízo crítico, a “diferença entre o divino· e o não-divino, entre o que é e o que não é digno de adoração”, assim com este dualismo é possível jogar todo a essência do divino na vala comum do Ideal.

A consciência de Deus é a consciência em si do homem, eis o idealismo Hegeliano tornado religião: o conhecimento de Deus é o conhecimento de si do homem.

A negação do sujeito é considerada como irreligiosidade, e sua relação com objetos sensíveis, uma negação do sujeito, eis a religião ateia de Feuerbach, a qual Marx de voltará chamando-a de Velhos Hegelianos, e procura fazer sua inversão, agora do objeto ao sujeito, eis a nova versão “religiosa” dos Jovens Hegelianos, como Marx.

“Não se trata mais do Céu para Terra” disse Marx, mas agora “da terra para o céu”, ou seja, do objeto para o sujeito, da força de trabalho e da produção, para sua divinização.

Se para Marx, a fetichização era a separação do trabalho de seu instrumento de trabalho e da mercadoria, fetichização pode ser a reificação (rex – coisa) ou a objetivação, onde vê a separação do sujeito e o objeto, no fetichismo religioso é a separação do consumo (pecaminoso) e indivíduo (visto sem autonomia) ao qual o religioso deve “assistir”.

A relação justa com o dinheiro, com o trabalho, com a saúde e educação, não é senão uma superação da visão idealista religiosa, sua consumação num homem em relação harmônica com o mundo, e neste caso, também a beleza, a poesia e vida saudável tem perspectiva.

Mas o que é consciência ? amanhã voltamos nisto.

 

 

O Ser, os gregos e o céu

21 fev

O nosso tempo carece de uma cosmologia, de um olhar para o infinito, todasEpoheAletheia as civilizações tiveram suas cosmologias, e a nossa ocidental as perdeu.

Os pré-socráticos, que em sua visão, viam uma manifestação quando se falava na questão do Ser e/ou a “possibilidade” do desvelamento (aletheia) ou da “ocultação” natural, isto é, o que somos se oculta.

Heidegger propõe uma releitura dos pré-socráticos de maneira diferente das que foram feitas pela tradição, isto é, Platão e Aristóteles entre outros posteriormente, porque passaram a olhar somente o EU e em alguns casos o NÓS, mas sempre numa dinâmica finita (O Sumo Bem de Platão) ou estática (O motor imóvel de Aristóteles).

O que eles entendiam por Céu, não ampliava os sentidos para além de uma epifania (epiphaneia), para ver o Céu como nossa origem cósmica, fato distorcido no transcorrer do tempo, e que parte da exegese cristã não deixou de ser vítima, uma vez que o teocentrismo tem como catarse no final da idade média exatamente o problema do movimento dos planetas e da centralidade do sol, mas a questão posta era outra: a Bíblia pode ser interpretada, pode haver uma questão hermenêutica na leitura bíblica ?

A Filosofia contemporânea é quase toda racionalista, é possível através de uma nova cosmologia, uma possibilidade de “reviravolta” que poderia reativar o nosso pensamento à filosofia originária, aquela que remete aos nossos ancestrais e ao que verdadeiramente somos, e não ao que fazemos, que é ideológico.

Chamamos de experiência e de fenômeno apenas o mundo sensível, sem este olhar para o inifinito, tanto o infinitamente grande (não necessariamente o absoluto) como o infinitamente pequeno, conforme comenta Blackburn sobre a Fenomenologia de Husserl:

(…) Husserl percebeu que a intencionalidade era a marca da consciência, e viu nela um conceito suscetível de ultrapassar o dualismo tradicional da mente-corpo.  (…) Apesar da rejeição do dualismo por Husserl, sua crença na existência de algo que permanece depois da epochê, ou suspensão dos conteúdos da experiência, o associa à prioridade às experiências elementares da doutrina do fenomenismo, e a fenomenologia acabou por sofrer, em parte, com a superação dessa abordagem aos problemas da experiência e da realidade. Contudo, fenomenólogos mais recentes, como Merleau-Ponty, fazem plena justiça à natureza mundo-envolvente da experiência.”

Não há nada mais difícil para a filosofia contemporânea do que o epochê, suspensão de juízo sobre os conteúdos, e o desvelamento aletheia, porque ela está viciada tanto ideológica como filosoficamente.

Minha homenagem a defesa de dissertação de meu aluno Ramon Ordonhez, sobre o tema.

Blackburn, Simon. Contributions to Philosophy: From Enowning, Indiana University Press, 1997.

 

Bancos de dados gratuitos

15 fev

Quando mais os bancos de dados open-source crescem, mais as empresasBancosDados cobiçam este mercado, três concorrente tem ótimos produtos: MySQL, Firebird, PostgreSQL.

Alguns obstáculos sempre presentes é ganhar a confiança entre desenvolvedores destes produtos em produtores independentes de software, onde funciona uma falsa ideia que: aquilo que pagamos é o melhor produtos.

Por outro lado desenvolvedores produtos pagos, chamados de software proprietário, é usar as vantagens deste mercado “free” a seu favor, por exemplo, o SQL Server Express, da Microsoft, permite facilidades para migração para sua versão paga, o SQL Server Express, também a geração e um banco de dados em uma Planilha Excel da Microsoft, que é fácil de ser feito pode ser convertida facilmente para o banco Access, que vem junto com seu pacote Windows.

Já o conceito de Bigdata, que exige bancos de dados NoSQL, são aqueles onde uma coleção de bases de dados se tornam tão complexas e volumosas que é muito difícil (em muitos casos impossível) fazer operações simples como remoção, ordenação e sumarização, usando Sistemas Gerenciadores de Bases de Dados tradicionais.

BigData também se referem a dados não estruturados encontrados nas mídias de redes sociais, é uma consequência direta da Web 2.0 que inseriu milhões de usuários como produtores de informação, usam os aplicativos NoSQL (Not only SQL). NoSQL promovendo diversas soluções inovadoras de armazenamento e informações em grande volume.

Essas diversas soluções vêm sendo utilizadas com muita frequência em inúmeras empresas, como por exemplo, IBM, Twitter, Facebook, Google e Yahoo! para o processamento analítico de dados de logs Web, transações convencionais, entre inúmeras outras tarefas.

O SGBD tem um modelo de consistência fortemente baseado no controle transacional ACID (Atomicity, Consistency, Isolation e Durability), mas este modelo é inviável quando estão distribuídos em vários nós, caso típico das redes (importante aqui são redes e não mídias).

O modelo desenvolvido então deve ser outro: CAP (Consistency, Availability e Partition tolerance) onde geralmente somente duas dessas 3 propriedades podem ser garantidas simultaneamente, o que dificulta ainda mais o processamento, mas não se a base de dados for “semiestruturada”, isto é, trabalhar com o princípio que os dados não são estruturados nos formatos convencionais dos bancos SQL.

Dentre os vários produtos NoSQL existentes, podemos considerar que o mais representativo é o Apache Handoop, hoje já existe uma versão adaptada para a Web, chamada Handoop 2.0.

Há outros produtos, entre eles HBase que é um banco de dados distribuídos, orientado a coluna, usa o modelo Google BigTable e é escrito em Java, e outro é o software open-source como Apache Cassandra (originalmente desenvolvido para o Facebook).

HBase é um banco de dados distribuido open-source orientado a coluna, modelado a partir do Google BigTable e escrito em Java.

Há interfaces simples  para SQL como arrays associativos ou pares chave-valor (Key-Value pairs), e também padrões para bancos de dados XML nativos com o apoio do padrão XQuery.

Uma linguagem foi desenvolvida para a Web Semântica é o SPARQL (Protocol and RDF Query Language) que tem auxiliado o crescimento de agrupamentos linked data.

 

Barbearias, cafés e redes

14 fev

Segundo Peter Burke, o locus das discussões religiosas e políticas em 1620 eram CafeParisas barbearias, cita o escritor italiano Ludovico Zuccolo, que as evocava cheias de gente comum discutindo os problemas religiosos e as atitudes dos governantes.

A primeira grande onda sobre leitura era para interpretação a Bíblia, o mesmo que reivindicara Galileo e que ainda hoje é ignorado, o mesmo Ludovico dizia que a medida que o número de analfabetos caia, eram comuns no século XVI, na Itália por exemplo, sapateiros, tintureiros, pedreiros e donas-de-casa, reivindicarem o direito de interpretar as sagradas escrituras.

Na década de 1620 às preocupações religiosas somaram-se preocupações políticas. Ludovico Zuccolo, um escritor italiano, evocava a imagem das barbearias cheias de gente comum discutindo as medidas dos governantes.

Quem pensa que hoje há um excesso de informação, assim que os livros começaram a ser impressos em preços mais razoáveis, já se reclamava do número de livros existentes e como se faria para lê-los em uma só vida, em 1975 por exemplo, 1745 a biblioteca do Vaticano, abrigava apenas 2.500 volumes, no século XVII a Bodleian Library de Oxford tinha 8.700 títulos, e a biblioteca imperial de Viena, 10 mil.

Das barbearias foram para os cafés, o Café de La Paix é o cenário de muitos romances, pinturas e poemas, Guy de Maupassant e Emile Zola o frequentaram, a proximidade com a Opera Gamier (ao lado) tornou-o uma espécie de Museu, em 1975 foi considerado um local histórico pelo governo francês.

Os cybercafés seriam seus descendentes ? eles conviveram com bibliotecas e outros locais de diálogo e de cultura, eles foram importantes na “primavera árabe”, principalmente na Líbia e no Egito, houveram eventos de violência com heróis que postavam denúncias nestes cybercafés.

Tanto a revolta no Egito quanto a Líbia foram registradas em inúmeras mídias sociais, um bom exemplo, é o vídeo com 2 mil mortes (vídeo do OneDayOnEarth), revelam o gosto dos ditadores pelo culto a pessoa e às mídias verticais.

Muito antes de estourar a guerra na Síria, olhando os comentários nas redes, sabíamos que lá era um barril de pólvora (vejam nosso post de 2012), lá já havia sido presa uma blogueira Tal al-Molouhi, presa em 2009, uma jovem que pedia a democracia.

Os governos e donos de mídias verticais não aceitam a influência das redes, porque é a falência deles, mas agora até mesmo o autoritário Trump não dá bola para eles, faz sua própria mídia, claro que não fica sem respostas, nas mídias de redes sociais está perdendo feio.

 

Me perdoe Todorov !

10 fev

Descubro só hoje, que faleceu dia 7 de fevereiro deste ano em Paris, Tzvetan Todorov,AConquistaDaAmericaOutro filósofo e crítico literário bulgáro, pouco conhecido , mas não menos importante para nosso século.

Tenho como sua frase mais contundente, uma que o fez profeta da invasão de islâmicos na Europa, afirmou ele muito antes da crise da emigração: ““Pode-se medir nosso grau de barbárie ou civilização por como percebemos e acolhemos os outros, os diferentes.”

Uma entrevista que deu na França (rádio France Culture, em 2009), ajuda a ver este profetismo de Todorov: ““Escrevi meu primeiro livro de História das Ideias, que se chama ‘Nós e os Outros’. Era uma obra sobre a pluralidade das culturas analisada sob o ponto de vista da tradição francesa. Estudei autores desde Montaigne (…) até Lévi-Strauss. Tentei ver como esses autores trataram esta questão difícil para nós ainda hoje: a unidade da humanidade e a pluralidade das culturas. Nessa série de autores, descobri que aqueles de quem me sentia mais próximo eram os humanistas”.

No Brasil, concedeu uma entrevista ao Fronteiras do Pensamento, em 2012, no qual afirmou: “Percebi que, tanto como historiador como ensaísta, aproveitei mais a literatura em si que os estudos sobre literatura, e que lia com mais prazer romances, poesias e histórias diversas do que análises literárias ou teses escritas sobre a literatura, que me parecem hoje em dia se dirigir quase exclusivamente aos outros especialistas de literatura. Enquanto que o romance interessa a todo mundo, e me sinto mais próximo de todo mundo que dos  especialistas”.

Seus livros mais famosos são: A conquista da America: a questão do Outro, São Paulo, SP: Martins Fontes, 1982 (pdf), O Homem Desenraizado. São Paulo: Editora Record, 1999, O Medo dos Bárbaros: para além do choque das civilizações. Petrópolis: Editora Vozes, 2010, Os Inimigos Íntimos da Democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, A vida em comum: ensaio de Antropologia geral. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

Livros menos conhecidos, mas não menos importantes: considero um clássico o livro Teorias do símbolo. São Paulo: Editora Unesp, 2014, Simbolismo e interpretação. São Paulo: Editora Unesp, 2014 e Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

Morreu aos 77 anos, na cidade de Paris, era búlgaro nascido em 1 de março de 1939, embora considerado dentro da corrente estruturalista, sem pensamento transcendeu a ela e é um de nossos contemporâneos importantes de serem lidos.

Comungo com ela a ideia que tanto o fascismo quanto o estalinismo foram decorrentes da ideia que temos de estado dando-lhe poderes acima dos cidadãos, que tem dificuldade de controla-lo.

Recebeu em 2008 o Premio Príncipe de Asturias de Ciencias Sociales, segundo o documento por representar «el espíritu de la unidad de Europa, del Este y del Oeste, y el compromiso con los ideales de libertad, igualdad, integración y justicia».

 

 

Hermenêutica, ontologia e dialogia

02 fev

A palavra hermenêutica vem do grego hermènêus, hermèneutik ou hermènêia, numHermeneuticaDialogoPort sentido dado por Filón de Alexandria como “hermènêia é logos expresso em palavras, manifestação do pensamento pela palavra”, assim está associada ao deus Hermes.

Este deus na mitologia grega era um mediador, patrono da comunicação e do entendimento humano cuja função era tornar inteligível aos homens, a mensagem divina, sendo atribuída tanto a origem da linguagem oral como a da escrita.

A hermenêutica ontológica foi desenvolvida na idade média, estava fundada na ideia que haveriam formas normativas que permitiam a partir de técnicas interpretativas de textos, fazer interpretações únicas, mas desde o início se dividiu em hermenêutica teológica (sacra) e hermenêutica filosófica (profana), e mais recentemente surgiu uma hermenêutica jurídica.

Platão foi o primeiro a utilizá-la, com o objetivo claro de superar o relativismo dos sofistas, mas a compreensão desta como linguagem deve-se ao já citado Filón e Clemente de Alexandria, e mais tarde Agostinho (354-430) desenvolveu-a como “doctrina christiana”, que seja qual for a leitura, é reconhecidamente a mais eficaz do mundo antigo.

Platão (427 a.c) o primeiro a utilizá-la. Filón e Clemente de Alexandria vão entendê-la como a manifestação do pensamento pela linguagem. Agostinho (354-430), que desenvolveu na sua “Doctrina christiana” a teoria hermenêutica reconhecidamente mais eficaz do “mundo antigo”, irá utilizá-la como doutrina da interpretação, em especial, das passagens obscuras da Sagrada Escritura, o método pode ajudar também uma visão universal de usar a linguagem na interpretação de textos filosóficos e até mesmo científicos.  

Schleimacher irá emprestar esta leitura, a ideia que deve-se sobretudo em passagens obscuras da Bíblia buscar a “verdade viva” porque, segunda afirma, isto é uma busca de entendimento, ou conforme afirma: “compreender significa, de princípio, entender-se uns com os outros” e que a compreensão é, de princípio, entendimento.

Entendimento e dialogia são correlatos, porque implica que não apenas uma visão interpretativa é válida, mas pode-se pensar em vistas por ângulos ou aspectos distintos de tal forma que a verdade emerge diante de um discurso que não seja fechado, curiosamente aqui pode-se também de chama-lo de hermético e pode estar havendo o diálogo, no sentido que não se eleva o tom, mas não a dialógica no sentido da “fusão de horizontes”, conceito caro a Gadamer.

Entendendo compreensão como um fenômeno, e não como raciocínio lógico-dedutivo, só neste caso pode-se entender como diria Dilthey que “compreender é compreender uma expressão”, diferenciando as relações do mundo espiritual das relações causais no nexo da natureza, como por exemplo: planta-se uma semente que brotará e crescerá uma árvore.

Para Gadamer (1997),  há uma fundamentação própria das ciências do espírito, assim o que na  hermenêutica de Dilthey mais do que um instrumento, ela pode tornar-se válida como o médium universal da consciência histórica, para a qual não existe nenhum outro conhecimento da verdade do que compreender a expressão e, e isto depende do outro, não da instrumentalização do outro, neste sentido o diálogo pode, em alguns casos não promover a dialogia, compreensão mútua e aceitação mútua.

 

Campus Party começa amanhã

30 jan

Acontece no pavilhão do Anhembi, em São Paulo, a décima edição do Campus Party,ObjetivosSustentáveis concentração de fãs, trabalhadores, empresas e até mesmo pensadores que usam um espaço amplo para trocarem experiências, produtos e ideias dos avanços do mundo digital.

Deve predominar este ano duas ondas que já bombam neste meio: a internet das coisas e o compartilhamento, que saiu de produtos digitais e foi para diversas áreas: como brinquedos, alugueis temporários de casas, disponibilidade de vagas em carros para viagens, etc.

No palco principal onde alguns nomes interessantes são chamados e outros nem tanto, aparecerá este ano figuras como: Michel Nicolelis (brasileiro que é nome mundial na neurociência), Camille François (ciberativista que defende questões sobre privacidade, anonimato, pesquisadora em direito na Universidade de Harvard) e Paul Zaloom, (ator famoso nos anos 90 com programa O Mundo de Beakman), e outros claro.

Outra novidade é a ligação estabelecida com o PNUD (Programa de Desenvolvimento da ONU), que tem 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, em 100 horas será desenvolvido o que se chama Big Hackathon onde projetos são propostos e poderão ser encampados pela iniciativa pública ou privada com financiamento compartilhado pela ONU.

Destaco entre estes objetivos 8 que considero inadiáveis: Erradicação da pobreza, Fome zero e agricultura sustentável, educação de qualidade, energia limpa e acessível, trabalho decente e crescimento econômico, redução das desigualdades, ação global sobre o clima e paz/justiça/ instituições eficazes.

O evento começa amanhã e a entrada custa R$ 240.

 

Holografia chegou para ficar

23 jan

Holografia já veio para ficar, já existem técnicas de projeção tanto como uso deHolografico cubos ou pirâmides de vidros com uso de óculos(holographic glass) ou sem vidros e sem óculos (no glass), tais como as fotos ao lado.

Como sempre é a agressiva indústria de games a que primeiro desponta com novas tecnologias, foi assim a realidade aumentada com os Pokemons, e agora a holografia com óculos e games no Windows Holographic VR headset (Virtual Reality) com o handset de 350 gramas, 200 gramas menos que o HTC VIVE, ambos em lançamento previsto para este ano.

As informações contidas no site especializado do The Verge, diz que o design é confortável do novo equipamento da Lenovo utilizando painéis OLED com resolução 1440×1440, mais definida que Óculos Rift, mas o protótipo levado ao último evento da CES 2017 não estava funcionando (rs).

Um detalhe apontado como importante é que seus sensores internos permitem que o equipamento seja usado caso seja necessário se ter uma câmera externa de detecção, isto não é pouca coisa, pois ambientes holográficos com imersão total podem surgir a partir daí.

O preço final especulado em alguns sites, entre eles o The Verge é que ficará próximo aos US$ 300, que aqui daria algo em torno dos R$ 1 mil reais, mas com os impostos sabe-se lá para o teto que vai.