Arquivo para a ‘Biblioteconomia’ Categoria
23a. Bienal do livro será multicultural
Será realizada no pavilhão de Exposições do Anhembi, de 22 e 31 de agosto a 23ª. Bienal do lIvro, que não será mais “só uma feira de livros” e deverá ser “um momento multicultural”, conforme afirmação da presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa.
Com a promessa de atividades que irão da gastronomia ao rap, passando por música, teatro e dança o evento, com o tema geral “Diversão, cultura e interatividade: Tudo junto e misturado”.
Como espera-se uma capacidade média de público de 100 mil pessoas, a expectativa dos organizadores é ter um total final de 700 mil visitantes no total de dias do evento.
Segundo entrevista da presidente da CBL na coletiva de quinta-feira passada (14/08), o investimento total foi de R$ 34 milhões, sendo R$ 4,8 milhões captados via Lei Rouanet, e serão 350 expositores, representando 750 selos.
Participaram também da entrevista coletiva: o chef André Boccato, o curador do Sesc Francis Manzoni, além da curadora da CBL Cristina Lira, o Sesc será curador de 5 eventos culturais e a CBL de outros três.
Cresce o mercado de e-books
Segundo a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos editores, o crescimento no mercado nacional neste ano saltou de R$ 3,8 milhões em 2012 para R$ 12,7 milhões em 2013, ano base do levantamento, conforme pesquisa encomendada pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que foi apresentada nessa terça-feira, 22/07/2014.
Mesmo que as editoras reclamem que o crescimento não seja suficiente para cobrir os custos, a verdade do levantamento é que os esforços dos últimos anos na produção e a conversão de livros em e-books estão em pleno crescimento.
Em dados brutos, foram produzidos 30.683 títulos digitais em 2013, onde 26.054 são e-books e 4.629 são aplicativos, enquanto em 2012, os dados eram respectivamente, 7.470 e 194, e em unidades vendidas, o salto também é também significativo, saltando de 235.315 para 889.146.
Uma informação é significativa, pois os números poderiam ser ainda maiores, pois a pesquisa é uma estimativa feita a partir de dados tomados por amostragem no último ano, tomado em 217 editoras, que representam apenas 72% do mercado, e o questionário tem pela segunda vez uma forma mais aprofundada sobre o livro digital, nenhuma inferência foi feita.
Ou seja, os números estão restritos ao universo destas 217 editoras que estão no mundo digital, portanto os valores podem ser ainda maiores.
Web e Dia do Bibliotecário: uma coincidência?
O dia do bibliotecário é comemorado no Brasil no dia 12 de março, curiosamente esta é a data que também pode se considerada a fundação da World Wide Web, pois no dia 12 de março de 1989, Tim Berners-Lee publicava um artigo sobre esta “camada” em cima da internet.
Sim é esta a explicação básica sobre a Web, um aplicativo ou um software que acessa informação que está online a partir de endereços na internet, que embora tenham o mesmo tipo de numeração dos endereços de e-mails, localizam servidores que tem um DNS (Data Name System), que é uma espécie de “nome de fantasia” do endereço real.
Em uma explicação básica, a web é um software para navegar pela informação que está online. Seu diferencial é a possibilidade de clicar em links para abrir os arquivos em computadores que podem estar em qualquer lugar.
Os bibliotecários que tiveram seu dia ontem, aproveito para parabenizá-los, são guardiões da missão da disseminação da informação e do direito democrático de acesso a ela, entre os quais se inclui o livro impresso, mas não apenas ele, e sim toda forma de informação incluindo a cultura, a informação histórica e patrimonial e também é claro, a informação digital.
A informação na Web ainda é amplamente aberta e igualitária quanto a velocidade, mas a tentativa de criar uma sub-Web, diferenciando os interesses públicos dos comerciais existe, e tem sido palco de grandes debates, que inclui o Marco Civil Brasileiro, lei da internet aqui.
Entre sonhos, imaginação e tecnologia
Tudo o que desejamos sonhar, imaginar e viajar, mesmo que seja pelo custo barato da Web, parece encontrar céticos, críticos e fundamentalistas nos alertando os perigos.
Mas felizmente o planeta continua tendo utópicos, sonhadores e poetas. Deparei-me estes dias com um destes, um livro simplesmente maravilhoso e inusitado do escritor angolano, branco e viajado: José Eduardo Agualusa, comecei a folhear e já pedi o livro pela internet, mas ansioso pedi a um amigo para retirá-lo numa biblioteca.
Parece incrível, mas como se fosse uma luz divina, abri justo numa página de sua antologia “Catálogo de luzes” que dizia “Porque é tão importante ver estrelas”, gosto de saber de astros, de física quântica e olhar a noite de minha casa que fica numa rua escura.
E continua Agualusa: “Tendo deixado de se confrontar, todas as noites, com o ilimitado, o infinito, a fantástica imensidão do universo – os homens perderam a humildade, e com a humildade perderam a razão, o desvario do mundo está na opinião dela, diretamente ligado ao êxodo rural e à multiplicação vertiginosa das grandes cidades”.
Obrigado sonhador, utópico e realista José Eduardo Agualusa, os sonhadores me dão coragem, vida e esperança, desculpem-me os desutópicos, eles não amargos demais, a realidade já basta.
Noruega digitaliza e disponibiliza e-books
A notícia caiu com uma bomba no mercado editorial, mas a Noruega pretende até o ano 2020 disponibilizar todas as obras que estão disponíveis no país, e fez um plano audaciosa com a Biblioteca Nacional daquele país.
Também os livros que estiverem em outras línguas serão digitalizados, e o controle nacional pode ser feito através do IP (endereço de internet no computador) que estiver no computador, isto significa que se você estiver na Noruega pode acessar os livros digitalizados lá e fazer download, mesmo que tiverem copyright.
Em outros países para um acesso seletivo, isto é ebooks que já são free para download, pode ser acessado pela página ebooksgo.org.
Já há processos de digitalização em massa no Reino Unido e na Finlândia, mas a Noruega fez algo extra ao fazer acordos com muitas editoras para permitirem que quaisquer pessoas com um endereço de IP na Noruega acessem um material com direitos autorais.
A biblioteca possui equipamentos para digitalização e análise de estrutura de texto dos livros. É contará também com a adição de metadados e armazenando os arquivos em um banco de dados para facilitar a recuperação, segundo o site The Verge.
Feira fora-do-eixo e escritor português
A feira internacional do livro de Ponta Grossa é uma importante feira que fica fora do eixo tradicional Rio-São Paulo, finalizada em 15/9 e algumas novidades a se destacaram.
Segundo a Agência Efe, uma delas foi o escritor português, angolano de nascença, Gonçalo Tavares que escreve desde os 20 anos e, e diz que seu desafio é o da visualidade da linguagem, e a literatura é para ele um modo de “traçar o que não é possível ver”.
Ele vê a campo no campo literário das novas tecnologias, que não é o tema central desta arte, pois vê que as tecnologias não “reinventam a leitura”.
O autor do consagrado livro “Jerusalém”, que está no ranking da Europa dos “1001 livros para se ler antes de morrer”, diz ter um ritmo sagrado para escrever e se refugia no seu ateliê que para ele é “um espaço do século 21, onde não há conexão com o mundo, só com os pensamentos”.
Porém há outro bom conto “Aprender a rezar na era da técnica”, mas não fala nem da tecnologia nem da oração, mas de algo arrepiante para os limites da experiência humana, mapeando a era atual e em seguida, a desintegração de um homem no que poderíamos chamar de “demoníaco”, e mostrando-nos como ele deve aprender a se adaptar num mundo que ele não pode mais dominar (ouça um trecho por ele próprio).
Saramago o considerava o maior de sua geração, Tavares tem 43 anos atualmente.
Jovem paquistanesa inaugura biblioteca
Malala Yousafzai, a estudante paquistanesa que foi atacada com tiros na cabeça pelos talibãs por defender o direito de educação das meninas, sendo depois tratada dos ferimentos na Inglaterra, afirmou nesta terça-feira (3/9), que os livros podem derrotar o terrorismo.
A jovem de 16 anos fez um discurso em sua cidade de adoção, a cidade inglesa de Birmingham, antes de desvelar a placa na inauguração da maior biblioteca pública da Europa.
Ela declarou: “Fiz o desafio de ler milhares de livros e ganhar força com o conhecimento. Lápis e livros são as armas para derrotar o terrorismo”, disse Malala, operada em outubro do ano passado após um ataque criminoso no momento em que seguia a uma escola do Paquistão.
Ela argumentou também: “Não há uma arma mais poderosa que o conhecimento, nem maior fonte de conhecimento que a palavra escrita”, conforme publicou o EuroNews.
Ela já é candidata ao Prêmio Nobel da Paz este ano, falou sem embaraço, mostrou segurança e apresenta apenas um pouco de rigidez no lado esquerdo do rosto.
Malala agora frequenta a escola em Birmingham, que tem também grande população de origem paquistanesa, onde hoje reside sua família.
A biblioteca de Birmingham já era um dos grandes projetos para recuperar o centro da cidade e conta com mais de um milhão de livros, incluindo obra de Paulo Coelho, Machado de Assis e as primeiras edições das obras do dramaturgo inglês William Shakespeare.
Foi uma grande oportunidade para a adolescente de 16 anos voltar a afirmar que os livros são a melhor arma para derrotar o terrorismo, e disse durante a inauguração: “Lembrem-se sempre que mesmo um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo”, afirmou Malala durante a inauguração.
A jovem paquistanesa assinou já um contrato de mais de 2 milhões de euros com uma editora para publicar a sua história.
Morre F. W. Lancaster
Muito se discute hoje sobre a semântica dos dados, a Web tenta refazer a maneira de organizar seus conteúdos através da Web Semântica, mas estes estudos já estavam presentes na Ciência da Informação e um nome de referência é J.W. Lancaster.
Seu livro Indexação e Resumos: teoria e prática (Indexing and Abstracting in Theory and Practice, com tradução brasileira feita pela Briquet Lemos, já em 2ª. edição) teve a primeira edição americana premiada no ano de 1991, pela American Society for Information Science, como melhor livro da área no ano.
Frederic Wilfrid Lancaster nasceu em 1933 na Inglaterra, tendo estudado na Newcastle School of Librarianship de 1950 a 1954, seguindo sua carreira profissional no sistema de bibliotecas públicas de Newcastle. Em 1959, imigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou em firmas particulares e bibliotecas especializadas no desenvolvimento e avaliação de sistemas de recuperação da informação.
Foi um dos primeiros a trabalhar a avaliação de bases de dados e a fazer trabalhos fundamentais na recuperação da informação, com o trabalho clássico chamado Medical Literature Analysis and Retrieval System (MEDLARS), que realizou em fins da década de 1960, para a National Library of Medicine dos EUA (JACKSON, 2005).
Foi para a Universidade de Illinois em 1970, onde foi professor na Graduate School of Library and Information Science da University, onde continuou prestando consultoria em desenvolvimento de recuperação da informação em sistemas automatizados, tendo prestado serviço a CIA.
Em artigo publicado em 1978, o Toward paperless information systems, de 1978, e em trabalhos posteriores, o autor defendia a inevitabilidade da mudança das publicações em papel para uma sociedade sem papel, talvez a primeira pessoa e escrever sobre isto.
Foi professor e orientador do primeiro curso de mestrado brasileiro na área, na década de 1970, no âmbito do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD, hoje Ibict) ao lado de outros autores como Tefko Saracevic, Douglas Foskett e Derek Langridge, já em 1981, haviam 34 dissertações de mestrado no Brasil, o que contribuiu para organização de cursos.
Big Data e Bibliotecas
A tecnologia de dados do Big Data está pronta para revolucionar todos os aspectos da vida humana e da cultura como pessoas coletar e analisar grandes volumes de dados para previsão de comportamento, resolução de problemas, segurança e inúmeras outras aplicações, é o que garante o site Christian Science Monitor.
A geração de grandes quantidades de dados está sendo impulsionada pela crescente digitalização das atividades cotidianas e a dependência das pessoas em dispositivos eletrônicos que deixam “rastros digitais” conceito que pode ser estendido para “rastro da informação”, uma vez que qualquer objeto em qualquer estado de conservação pode conter informação “implícita” que não está ainda num formato adequado.
O site CSMonitor cita um grande projeto de dados notável que é um esforço por os Biblioteca do Congresso dos EUA para arquivar milhões de tweets por dia, cujo benefício pode custar muito pelo seu valor histórico.
Um exemplo, citado é o trabalho de Richard Rothman, professor da Johns Hopkins University, em Baltimore, fundamental: salvar vidas.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta preveem surtos de gripe, e o faz através dos relatórios dos hospitais.
Mas isto levava semanas, em 2009, apareceu um estudo onde pesquisadores puderam prever surtos muito mais rápido através da análise de milhões de buscas na Web, fazia as consultas como “Meu filho está doente” e podiam conhecer um surto de gripe muito antes do CDC soubesse pelos relatórios dos hospitais.
Mas as tecnologias de grandes volumes de dados também tem uma contorno sinistro, em que a tecnologia é percebida potencial de destruir a privacidade, incentivar a desigualdade e promover a vigilância do governo de cidadãos ou outros em nome da segurança nacional, como conciliar estas duas tendências ?
Como tornar as nuvens seguras
Este foi o problema tratado pela equipe de pesquisa do MIT, dirigida pelo professor Srini Devadas, os estudantes da graduação Ling Ren, Xiangyao Yu e Christopher Fletcher, assim como o pesquisador Marten van Dijk, trabalharam numa tipo de memória não coo um arranjo como é conhecido, mas em uma estrutura de dados conhecida como “árvore”, noticiado pelo MIT.
Cloud computing significa a terceirização de tarefas computacionais através da Internet, que por um lado possa dar aos usuários de computadores domésticos um poder de processamento sem precedentes e que as pequenas empresas possam usar de serviços de Web mais sofisticados, sem a construção de enormes bancos de dados em servidores.
Mas justamente esta terceirização pode levar a enormes problemas de segurança, como a nuvem é tratada como um condomínio, pode acontecer como citam no artigo de MIT apresentado num Simpósio Internacional de Arquitetura de Computadores, supondo um conjunto de servidores em nuvem para ter a execução de 1.000 aplicativos para clientes simultâneos, sem o conhecimento do exato serviço de hospedagem que é prestado, um desses aplicativos pode ter outra finalidade, a de espionar os outros 999.
No Simpósio Internacional de Arquitetura de Computadores recém acontecido junho, os pesquisadores do MIT descreveram um novo tipo de componente de hardware seguro, chamado Ascend, que misturam os padrões de memória de acesso a um servidor, o que torna impossível no caso de um atacante inferir nos dados que estão armazenados.
Mas talvez só as empresas poderosas e governos consigam usar isto, o que se discutem é quem pode controlar e não se o controle da informal é legal, vejam como todos os estados tratam Snowden, que fez a denuncia inicial de dados: algum país vai recebê-lo ?
Mas a solução no Brasil será o lançamento de um satélite brasileiro, dois cabos submarinos e a instalação de um Ponto de Troca de Tráfego (PTT) internacional, gostamos de coisas caras.