Arquivo para maio, 2017
TOM TOM go Brasil
O GSP Tom tom já é famoso em todo Brasil, e já tinha uma versão para muitos países pelo mundo agora, agora chegou o Tom Tom Go Brasil, ao menos por enquanto gratuito e melhor que o Waze, pois funciona mesmo que seu celular esteja off-line e atualiza online todos os maps sem precisar daquela: “atualização de gps”.
O aplicativo já funciona para dispositivos Androids e está prometendo em breve para HiPhones, e entra numa competição direta com o Waze, o aplicativo popular para transito.
O motorista pode checar as condições do trânsito em diversas rotas, saber onde radar de velocidade em muitos casos identificando radares móveis velocidade, como a velocidade máxima da via, mas a opção mais interessante o download de diversos mapas diversos.
Apesar disto ser interessante, ele dá umas bolas foras, por exemplo, o Ceará fica na região Nordeste, mas é apontado como Norte, então para baixar verifique ao certo em que região está de acordo com o Tom Tom.
Tem serviços interessantes como avisar os amigos a hora de chegada, ele vai calculando e refazendo o horário de acordo com o transito e paradas, ideal para caronistas e gente que adora parar para o lanchinho.
Até o dia 13 de julho (porque esta data), o aplicativo “Conheça Tom Tom Navegação GPS’ pode ser baixado gratuitamente, após esta data custará U$ 1, cerca de 3 reais.
A má notícia é que depois do período de testes, o usuário tem que desembolsas US 15 (R$ 34 reais) por ano para uso das licenças dos maps, ou ficará com eles desatualizados, e não se sabe, se o serviço poderá ser cortado.
A simbólica do Mal
Treze séculos após a “conversão” de Agostinho de Hipona que trocou o maniqueísmo pelo cristianismo, a chave de leitura sobre o “mal” volta a tona com um dos maiores hermenêuticas do século XX: Paul Ricoeur (1913-2005).
Sua extensa obra filosófica com cerca de 30 livros, além de conferências e entrevistas, ele retoma a questão do mal, que para Agostinho de Hipona é a “ausência do bem” e vai discutir a presença do mal através da “simbólica” do mal.
A hermenêutica de Ricoeur guarda a tradição fenomenologia, mas busca em caminhos originais e distante de preconceitos alcançando fontes inéditas e leituras inusitadas.
Para Ricoeur só pode-se ter acesso ao ser humano de forma mediada, por meio de seus símbolos e mitos, coisa ignorada pela “secura” espiritual do pensamento moderno.
Para ele enquanto o Idealismo Hegeliano (que pretendeu ser uma “Fenomenologia do Espírito”) que reduziu o homem ao espírito e o Positivismo ao estado de objeto, da “coisa” e por isto casou-se bem com o materialismo.
Já tarefa da fenomenologia hermenêutica tem a tarefa de recuperar aquilo que caiu no esquecimento, isto é, “voltar às coisas mesmas” como afirmou Husserl, e fundar uma “filosofia verdadeira”, mas Ricoeur descobrirá também a insuficiência da fenomenologia.
O que há acesso no acesso ao em si, é um mundo que carece de interpretação, pois é simbólico, no sentido que é uma consciência voltada para algo, porém que também deve se voltar ao que é o sentido, um o mundo dos significados, que deve antes de voltar a compreensão de si.
O desenvolvimento desta simbólica, é o que Ricoeur vai chamar de “via longa”, não em oposição a via curta dos místicos, que é o Amor agápico, mas em oposição a hermenêutica que Gadamer chama de romântica de Dilthey, e que no caso de Ricoeur é
busca uma “via longa”, tem a ontologia como um horizonte, para chegar a compreensão do ser é preciso passar pela análise das linguagens, compreensão dos signos, símbolos e sua reflexão. O motivo pelo qual Ricoeur não aceita esta inversão proposta por Heidegger, embora ele uma discordância de Heidegger, já que sua hermenêutica simbólica tem também a ontologia como um horizonte, mas que a faz pela mediação do conflito e pelas de interpretações distintas das coisas “em si”.
Para Ricoeur, símbolo e interpretação tornam-se conceitos correlatos: “há interpretação onde existe sentido múltiplo, e é na interpretação que a pluralidade dos sentidos é manifesta” (RICOEUR, 2013).
Mas para ele o símbolo é mais que um signo “porque está no lugar de” de forma diferente, expresso por ele da seguinte forma:
“Chamo símbolo a toda estrutura de significação em que um sentido direto, primário, literal, designa por acréscimo um outro sentido indireto, secundário, figurado que apenas pode ser apreendido através do primeiro. ” (RICOEUR, 2013).
Aos poucos, vamos penetrar nesta “simbólica do mal” auxiliado por Ricoeur, para entender como este ainda atrapalha não o caminhar que é ontológico da humanidade, mas a interpretação dos caminhos e a compreensão das veredas da consciência.
RICOEUR, P. A simbólica do mal. Lisboa: Edições 70, 2013.
Um inimigo do povo
O ministro Edson Fachin citou Henrik Ibsen (1828-1906) a semana passada, após ser voto vencido contra a soltura de pecuarista Bumlai e o ex-tesoureiro do PP Genu, disse que pensou em reler Um inimigo do povo, onde o escritor norueguês narra um certo Dr. Stockmann que sendo médico afirma que a água da cidade estava contaminada, mas esta água era a principal fonte de renda daquela comunidade.
Assim narra as contradições entre a consciência do trabalho a favor do bem comum e o desejo de conseguir a unanimidade, fato que fez o Dr. Stockmann entrar em choque com os interesses mesquinhos da cidade.
Ibsen, cujas ideias anarquistas teve grande influencia em intelectuais e políticos da sociedade de sua época, talvez seja uma das razões que estes países nórdicos gozarem de boa reputação em relação a corrupção, a distribuição de renda e políticos que não se servem da política, mas fazem dela um serviço.
Os ideais anarquistas, estão presente quando o médico do balneário, Dr. Stockmann afirma: “somente o pensamento livre, as ideias novas, a capacidade de um pensar diferente do outro, o contraditório, podem contribuir para o progresso material e moral da população”, anarquismo a parte, é a dificuldade para uma verdadeira dialogia.
Não havia lido, li seu livro mais famoso é Casa de Bonecas, obra concluída em 1979, e encenada pela primeira vez em Copenhagne na Dinamarca no teatro “Det Kongelige Teater”, que provocou polêmicas por denunciar a exclusão das mulheres na sociedade moderna, e que deu destaque ao pensamento de Ibsen não só na Escandinávia, mas em todo mundo.
O que Fachin quis apontar ao citar “Um inimigo do povo” é o perigo real que provavelmente a operação Lava-jato solte todos os implicados nos escândalos de corrupção no Brasil, deixando de fazer um importante ajuste na nossa história e jamais seremos uma Suécia ou uma Noruega porque não há líderes capazes de apontar um caminho de “ficha-limpa” e fim de enriquecimentos ilícitos a partir do abuso do erário público.
No dia do trabalho seria importante não apenas fazer média com a classe operário, mas mostrar quais são as águas poluídas que de fato minam a saúde de seus salários e dos serviços públicos a ela oferecidos.