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Arquivo para março 19th, 2015

Eclipse da razão, indivíduo e humanismo

19 mar

EclipseSolarO homem pode pela primeira vez na sua história assistir de maneira consciente e intencional uma mudança de época, assim como se tivéssemos a consciência de hoje mas assistíssemos o final da idade média, agora não com a razão.

O que é a razão, um dos escritos mais brilhantes é de Max Horkheimer “Eclipse da Razão” li-o em um exílio voluntário, num período para uma reflexão sobre nossos objetivos, afetos e apegos, li naquela época: “repetidas vezes, quando a raça cultura urbana atingiu seu cume, como, por exemplo,  em Florença no século XV, realizou-se um equilíbrio semelhante ao das forças psicológicas” (Horkheimer, 2002, p. 136).

É por esta questão social, e não individual, que tantas pessoas estão em busca de uma força salvadora, de manuais de autoajudas, de doutrinas que sejam de alguma forma algo que aponte para o equilíbrio, mas não encontrarão no individual e apenas em alguns grupos.

O indivíduo sujeito ao estado, dotado de poderes quase divinos sobre o indivíduo do qual deveria ser seu protetor, é seu espoliador e não consegue sustentar seus direitos mínimos, de saúde, de educação e sobretudo de paz.

Acusar este indivíduo de individualismo, é tomar a parte pelo todo, este indivíduo desprotegido e isolado vê-se obrigado a buscar refúgios para subsistência e vida digna e o individualismo daí decorrente é efeito e não causa da “eclipse” que a sociedade vive.

O eclipse da razão provém também do ser em pedaços: ser social, ser individual e ser espiritual, a fragmentação dos saberes também e fragmenta o homem em partes, esquecendo –se de sua unidade de Ser projetado ao infinito, como ser essencial, e mutável e finito apenas na aparência daquilo que se transforma no acordo das necessidade contextuais e provisórias, mas são para as necessidades essenciais que fomos projetados: sociabilidade, amor e paz.

Trocamos o essencial pelo emergencial, trocamos as estruturas e entes pelo Ser, e nele o indivíduo perece e pena por uma existência sempre sujeita ao “eclipse” de um fim de época.